novembro 29, 2009

Prenda de Natal dos Benfiquistas aos mais pequenos


Aqui está uma boa prenda de Natal para os mais pequenos, sendo produto Oficial do SLBenfica, estando à venda na loja do clube no Estádio da Luz e possivelmente nas lojas do clube distribuídas por todo o mundo.

Editado pela PrimeBooks, com ilustrações de Ricardo Galvão cartoonista (Abola), onde são contadas histórias das maiores Glórias do nosso clube SLBenfica.

novembro 28, 2009

Crónica Semanal de Ricardo Araújo Pereira

In Abola

Atenção ao criativo do Sporting : Pedro Proença


Quem será o elemento mais perigoso para o Benfica, no derby de hoje? A resposta é evidente: o nosso adversário mais criativo será o árbitro Pedro Proença. Quem se lembra do modo como, no ano passado, inventou um penalty a favor do Porto por falta inexistente de Yebda sobre Lisandro Lopez, reconhece nele um criativo com muita imaginação e capacidade de decidir uma partida. Na dúvida, Pedro Proença decide sempre contra o Benfica. Prejudicar o clube que alegadamente prefere foi a forma que encontrou de exibir uma suposta imparcialidade. Outra hipótese era arbitrar de acordo com as leis do jogo, mas é mais difícil. A comissão de arbitragem retribui nomeando-o sistematicamente para jogos importantes. É mais um factor de interesse para o jogo de hoje: como vai Pedro Proença prejudicar o Benfica para mostrar a toda a gente que é um benfiquista imparcial? Com Yebda a jogar em Inglaterra, será mais difícil, mas para Proença não há impossíveis.

novembro 27, 2009

Crónica Semanal de Leonor Pinhão

In Abola

Pois se era preciso inventar uma crise .....

Ninguém sabe como vai correr o fim-de-semana que só começa amanhã à hora de pousar o trabalho. O fim-de-semana promete ser animado com dois jogos de decisão imprevisível. O FC Porto recebe o Rio Ave e toda a gente sabe que, nesta temporada, o Rio Ave é a equipa das recuperações espectaculares. Ainda agora, na última jornada da Liga, encontrando-se a perder por 2-0 ao intervalo com o Sporting conseguiu dar a volta ao infortúnio e, num instantinho, empatou o jogo com dois bonitos golos de João Tomás. O outro jogo de decisão imprevisível é o Sporting-Benfica e toda a gente sabe que, nesta temporada, o Benfica é a equipa das recuperações impossíveis. O Benfica de Jorge Jesus encanta quando se apanha na frente do marcador mas, quando se apanha atrás, ainda nunca conseguiu dar a volta ao resultado.
Aconteceu em Braga com a atenuante do árbitro ter invalidado um golo limpo que permitiria o empate aos encarnados quando faltava ainda muito tempo para jogar e aconteceu, no domingo, na Luz, frente ao Vitória de Guimarães sem que haja o mínimo a apontar ao juiz da partida, o que é sempre bonito de assinalar por muito que custe o adeus à Taça de Portugal.

novembro 23, 2009

Crónica Semanal do Ricardo Araújo Pereira

In Abola

A Selecção de quem Carlos Queiroz quiser

De que falamos quando falamos da Selecção Nacional? Curiosamente, falamos de Scolari. Os apreciadores de Scolari gostam de recordá-lo e os seus críticos não conseguem esquecê-lo. Pessoalmente, tenho acerca de Scolari uma opinião muito particular que é não ter opinião nenhuma. Nunca soube nem me interessei por saber se era bom ou mau treinador. Não dou assim tanta atenção à Selecção Nacional. De Scolari, sei apenas o que os números fazem a gentileza de indicar: que é o treinador mais bem sucedido de sempre da selecção portuguesa. Além de ter sido campeão nacional e sul-americano de clubes e campeão mundial de selecções. De Carlos Queiroz, sei que, como treinador principal de seniores, nunca foi campeão de coisa nenhuma. E, na minha opinião, nota-se. No entanto, os apoiantes de Queiroz falam como se ele tivesse o currículo de Scolari e Scolari tivesse os resultados de Queiroz. O próprio Queiroz fala como se, tendo conquistado o direito a ir ao Campeonato do Mundo, tivesse conquistado o Campeonato do Mundo. Apesar de tudo, há diferenças. Em princípio, a final do Campeonato do Mundo não será contra a Bósnia. Isso não impede Queiroz de se comportar como dono da Selecção. Esta já não é a Selecção de todos nós, é a Selecção de quem Carlos Queiroz quiser. A ida ao Campeonato do Mundo é para celebrar apenas com aqueles que sempre acreditaram. Os hereges que tiveram a desfaçatez de não acreditar que uma Selecção incapaz de ganhar a dez albaneses conseguiria ir ao Mundial, estão excluídos dos festejos. É bem feita. Quem ousa criticar a Selecção por bagatelas como um empate em casa contra uma Albânia desfalcada tem o que merece.

Os apoiantes de Queiroz, os únicos devidamente autorizados a festejar o apuramento da Selecção, estão, infelizmente, incapacitados de celebrar. A Selecção joga mal, pelo menos tão mal como eles diziam que jogava a de Scolari. A Selecção tem sorte, pelo menos tanta sorte como eles diziam que a de Scolari tinha. A vitória da Dinamarca sobre a Suécia e as três bolas no ferro contra a Bósnia parecem obra da Senhora do Caravaggio. A única diferença em relação à Selecção de Scolari é que, antigamente, conseguíamos a qualificação directa, e agora temos de ir ao play-off. Mas isso não chega para fazer com que os apoiantes de Queiroz deixem de sentir que estão, de facto, a festejar uma vitória à Scolari. Um deles disse que esta Selecção é tão mais fraca do que a de Scolari, que o apuramento foi um milagre. Juro: um milagre. Que conjugação de astros foi necessária então para que a Dinamarca, que não tem o melhor do mundo, nem jogadores do Real Madrid, Chelsea e Manchester United, se tivesse qualificado à nossa frente? Como se chama um milagre que é maior do que os milagres?

novembro 20, 2009

Crónica Semanal de Leonor Pinhão

In Abola

Pernoitar não é dormir

Sábado, 14 de Novembro
Excelente a escolha do Estádio da Luz para o Portugal-Bósnia. A nossa Federação pensa em tudo e pensa bem. A relva é apenas relva e o betão das estruturas é o mesmo betão corrente de outras estruturas. Ah, mas os postes e as traves do Estádio da Luz estão, ao que parece, mais do que abençoados!
1-0. Perfeito. Foi melhor o resultado do que a exibição. Não ter sofrido golos pode ter sido importante. Estiveram absolutamente impecáveis os postes e as traves quer na primeira quer na segunda parte. Na quarta-feira vai ser um duelo e peras. Ainda não podemos levar até à Bósnia o Cristiano Ronaldo na comitiva mas talvez não fosse má ideia levar o madeirame do estádio do Benfica. Abençoado!

Domingo, 15 de Novembro
Domingo sem futebol é um sossego para todos. Para todos? Não. Hoje, apesar de não ter jogo, o treinador do FC Porto esteve longe, com certeza, de desfrutar uma manhã sossegada. Isto se alguém lhe mostrou a primeira página do Correio da Manhã. É mais do que compreensível. Como terá reagido Jesualdo Ferreira à notícia de que as negociações entre André Villas Boas e o Sporting foram interrompidas após uma intervenção do FC Porto, supostamente interessado em assegurar os serviços do jovem técnico para a próxima temporada «ou já em Janeiro se as más exibições dos dragões continuarem»?

Um domingo sem futebol, afinal, também pode ser um desassossego.


Pelo meio da tarde a notícia sobre a intervenção do FC Porto, no caso Villas Boas, mereceu uma intervenção do presidente do FC Porto que aproveitou a presença de jornalistas na II Gala Anual dos Dragões de Leiria para pôr tudo em pratos limpos. Presume-se que a ideia de Pinto da Costa era muito acertada no sentido de devolver a Jesualdo Ferreira o sossego merecido com a paragem do campeonato e de garantir aos jogadores a plena confiança nas suas capacidades de recuperação do pequeno número de pontos já perdidos.
Mas, para dizer o que disse, não valeria mais ao presidente do FC Porto não ter dito nada? Por força de circunstâncias passadas e amplamente glosadas, em verso e em prosa, nos mais díspares elogios a Pinto da Costa e à sua grande escola de dirigismo desportivo, acabou por se tornar contraproducente a ironia do costume com que o presidente tentou travar os efeitos da notícia.
«Então o FC Porto desvia um indivíduo que está em Coimbra e vai para Lisboa?» — foi o que disse o presidente do FC Porto aos jornalistas.
Ora aqui está o problema. E o problema aqui não é a ironia. O problema é, precisamente, o do «costume». Foi, quase de certeza, por respeito ao sossego devido a Jesualdo Ferreira que nenhum jornalista se atreveu a interpelar Pinto da Costa. Assim:
- Então, sendo esse o caso presente, há alguns anos atrás quando José Mourinho estava em Leiria e ia para Lisboa, quem é que o desviou para o Porto?
Lembram-se? Em finais de 2001, o Benfica procurava desastradamente recuperar José Mourinho para a Luz e Octávio Machado era o periclitante treinador do FC Porto. Passou o Natal, passou o Ano Novo e todos os dias os jornais noticiavam como estava tremida a posição de Octávio Machado nas Antas. O próprio Octávio recorda o episódio no seu livro Vocês Sabem do que Estou a Falar, cujas páginas 252 e 253 passamos a transcrever, com a devida vénia:
«Fui então ter com o presidente a Espinho e ficou decidido que eu continuava a treinar o FC Porto. A caminho do parque de estacionamento, disse-me: 'Caso você se fosse embora não era o Mourinho que o vinha substituir (…).» O relato de Octávio Machado prossegue com a descrição de uma jura feita, incidindo tal jura presidencial sobre a saúde de terceiros, pelo que passemos adiante:
«(…) É importante referir que esta conversa decorreu em Janeiro. Porque tanto no livro do José Mourinho como no do próprio Pinto da Costa, ambos confessam que o contrato foi celebrado no dia do aniversário do presidente do FC Porto, que é a 28 ou a 29 de Dezembro. Basta consultar os livros. Ora como é que teve cara para me dizer, em Janeiro, que o Mourinho jamais me iria substituir? Ainda por cima jurando pela saúde (…)?» Adiante…
…Para o lamento final de Octávio: «Tive de suportar tudo isto. Foi um período de terrorismo psicológico que eu vivi nesse início de ano. Eu nunca fiz isto a ninguém.»
Octávio Machado, nem ironia, nem costume. Pudera…

Segunda-feira, 16 de Novembro
Falhada a operação Villas Boas, José Eduardo Bettencourt não perdeu tempo e Carlos Carvalhal é o novo treinador do Sporting. O treinador português não se alongou em discursos. Fez bem. Limitou-se a dar uma entrevista ao site oficial do Sporting. «Vou viver o Sporting 24 horas por dia», disse. E deixou um apelo aos sócios e adeptos do clube de Alvalade: «Não deixem adormecer o Sporting!» Ou seja, que façam como ele, Carlos Carvalhal, um treinador que vai estar desperto e actuante 24 horas por dia para se fazer merecer da justa oportunidade que lhe foi concedida: treinar um grande. Nada de dormir, nem um minuto de sono!

Terça-feira, 17 de Novembro
Então? Em que é que ficamos? Não dorme ou dorme? Lá estão os jornais a desestabilizar o Sporting?
«Carlos Carvalhal e adjuntos pernoitaram na Academia», lê-se hoje em A Bola. Chamei a atenção de um amigo sportinguista para este facto e obtive a seguinte resposta:


— Pernoitar não é dormir!
Sem dúvida, uma belíssima resposta. 


Quarta-feira, 18 de Novembro
trigo Limpo, Farinha Amparo. 1-0, fora, como mandam as regras nestas coisas. Os disparates nacionalistas bósnios quase nos transformaram em pessoas normais. Celebremos esse facto e o golinho de Raul Meireles. Já está!

Quinta-feira, 19 de Novembro

Hoje, portanto. A Selecção regressa a casa esta madrugada sem dormir. Também Carlos Carvalhal não dorme. Há 120 horas.


novembro 18, 2009

À Lei da Bola _ Pedro Ribeiro

In Sapo Videos

Carnaval em Alvalade

Entrevista de Ramires

In OJogo

Ramires: "Todos os dias vamos matar um leão até final da época"


Ramires sofreu uma lesão muscular em Liverpool, frente ao Everton. Para o Guimarães está fora de hipótese. O médio acelera para poder alinhar no seu primeiro dérbi.

Como está fisicamente?
Ainda tenho dores, mas estou a melhorar. Estou a fazer tudo de forma correcta para poder jogar com o Sporting. Tanto eu como o departamento médico estamos a correr para ver se fico bem até lá.

Vai ser o seu primeiro clássico no futebol português...
Sim. Joguei vários no Brasil e são diferentes de todos os outros desafios. Em todos os jogos dá-me um friozinho na barriga. Mas nos clássicos ainda fico mais nervoso.

Mas ainda lhe dá frio no estômago em todos os jogos?
É verdade. Mas acho que é uma coisa boa, pois é sinal que há muito querer. Depois quando a bola começa a rolar, fico mais tranquilo.

Já se fala no dérbi no balneário?
Não. Primeiro temos de ganhar ao Guimarães. Não podemos já estar a pensar no Sporting.


Mas era natural que comentassem o facto de o Sporting estar a viver momentos conturbados...
Mas não vejo ninguém falar sobre isso. De qualquer forma, a crise no Sporting não nos facilita a vida. Pelo contrário. O jogo vai ser muito mais difícil, pois eles vão querer provar que estão bem. Quanto a nós, todos os dias vamos ter de matar um leão até final da época [risos].

Qual é o segredo deste Benfica?
É a união, a concentração, a maturidade e toda a gente se respeitar, isso é muito importante. Para além do trabalho claro.


O balneário está motivado...
Sim e não é só pelo facto de estarmos a fazer goleadas. O facto de estarmos a jogar bem e termos o apoio do treinador faz com que o nosso moral esteja muito alto.


"Segurança do Braga fez-me uma gravata"

Pela primeira vez, Ramires conta que foi agredido no túnel de acesso aos balneários do Estádio Axa, a 31 de Outubro, no fim da partida entre o Sporting de Braga e o Benfica. Os encarnados queixaram-se, após o jogo, que tanto ele com Cardozo tinham sido agredidos por um segurança. Em entrevista ontem a O JOGO, Ramires fala sobre este incidente e, no pólo oposto, do quanto está feliz na Luz. Diz mesmo que está a atravessar o melhor momento da sua vida.

Foi mesmo agredido no túnel no jogo com o Braga?
Sim.

O que aconteceu?
Eu estava a separar os meus companheiros à entrada do túnel, virado de costas, e veio um segurança por trás e fez-me uma gravata. Eu tentava libertar-me mas ele sufocava-me cada vez mais. Até que me largou, empurrou-me e agrediu-me. Não entendi, pois eu estava a tentar separar os colegas.

E não sabe quem foi?
Ainda fui atrás dele para lhe perguntar porque tinha feito aquilo, mas ele fugiu. Sei que foi um segurança mas, no meio de tanta confusão, não gravei o rosto dele.

À parte esse episódio, como está a ser a experiência no Benfica?
Está a ser tudo bem bom. Aliás, estou a passar pelo melhor momento da minha vida, do ponto de vista profissional e pessoal. Vou ser pai dentro em breve, a equipa está muito bem, não podia pedir mais.

Chegou ao Benfica já com muitos jogos ao serviço do Cruzeiro e da selecção do Brasil. Não teve sequer férias. Como tem gerido esse cansaço?
Não tenho sentido muito cansaço devido ao ritmo elevado de jogo. Acho que sou diferente: quanto mais jogo, menos cansaço sinto. Eu quero é estar em campo. Só depois de ser campeão é que vou descansar.

Mas o corpo não é uma máquina. Nem uma pontinha de fadiga?
Sim, é normal. Mas não me tem prejudicado.

Tem sentido da parte do treinador algum cuidado em gerir a sua condição física?
Sim, ele tem essa preocupação, mas não me passa pela cabeça nesta altura ter férias. Só penso em ajudar a equipa a ser campeã nacional.

Mas se agora, de repente, tivesse férias para onde iria?
[risos] Agora sou casado e tudo o que decido tem de ser com a minha esposa. Mas acho que ficaria em Portugal e aproveitava para conhecer alguns lugares aqui. Só ainda fui a Belém, não conheço mais nada.

Ao menos comeu um pastel de Belém?
Não [risos], havia uma fila enorme na pastelaria...


A confusão
Eu tentava libertar-me mas ele [segurança] sufocava-me cada vez mais. Até me largou, empurrou-me e agrediu-me. Não entendi, pois estava a tentar separar os meus colegas.

O máximo
O meu filho, que se vai chamar Davi, nasce em Abril. Imaginem: o meu filho nascer, ser campeão pelo Benfica e, depois, ir ao Mundial... Seria fantástico tudo acontecer ao mesmo tempo!

O dérbi
A crise no Sporting não nos vai facilitar a vida. Pelo contrário. O jogo vai ser muito mais difícil, pois eles vão querer provar que estão bem

Naturalizações
Não sou nada contra. Acho que vai da vontade de cada jogador. Se eu não tivesse tido oportunidade na selecção brasileira e houvesse intenção de outro país contar comigo, porque não?


"Estava nervoso e sempre a mexer nas mãos"

Simples e directo. Ramires não esconde que sofreu muito no jogo entre o Benfica e a Naval, na última jornada. O médio brasileiro seguiu o jogo da bancada e confessa que estava muito nervoso. Recorde-se que o Benfica chegou ao triunfo apenas nos derradeiros instantes do encontro...

"Puxa... se sofri! A partir do momento em que assinei pelo Benfica, comecei logo a sofrer pelo clube. Somos uma equipa e se um perde, todos perdem. Ainda agora, frente à Naval, fiquei a torcer pelos meus companheiros. Fico bastante nervoso e ansioso, a mexer as mãos, não consigo ficar parado. A minha mulher diz para eu parar, mas não há maneira de o fazer...", comentou Ramires.


"Jorge Jesus ensina a passar e cruzar"

Ramires está na Luz como peixe na água. Plenamente adaptado à realidade da cidade e do País, o médio adianta, todavia, que Jorge Jesus ainda lhe vai fazendo algumas correcções diariamente. "Ele diz-me como melhorar nos cruzamentos e no passe. É que aqui o passe é mais forte e em cima do companheiro. No Brasil, não se passa assim. Mesmo o relvado não permite um passe tão em cima do colega. Aos poucos, estou a melhorar", sublinha, não poupando nos elogios ao técnico encarnado: "O mister é excelente como pessoa e treinador. Não é preciso falar muito sobre isso, basta ver o que ele está a fazer no Benfica. E no balneário trata toda a gente de igual forma, sem diferenças."
A relação é boa a tal ponto que o camisola 8 "nem hesitaria" em apoiar-se no treinador para "resolver um problema pessoal". "Quem sabe se não poderia ajudar?", atira.


"Se precisarem jogo a ponta-de-lança"

Sempre jogou como médio-interior direito?
Joguei como defesa-central quando era miúdo, no Joinville, depois passei a médio-defensivo e, quando me tornei profissional, comecei a jogar mais encostado à direita. Mas gosto de experimentar posições novas.

Até a ponta-de-lança?
[Risos] Se precisarem, quem sabe?

Quem eram as suas referências no futebol quando era miúdo?
Patrick Vieira e Beto, do Flamengo.

Ainda torce pelo Flamengo?
Já não. Agora, torço pelo Cruzeiro, pelo que fiz lá e pelo carinho que a sua torcida sempre manifestou por mim. Lembro-me que num jogo com o Palmeiras levaram-me ao colo e abraçaram-me. É contangiante...

Já é assim no Benfica?
Sim! Já nem consigo passar despercebido na rua. É bom, porque é o reconhecimento do meu trabalho.


"Se parasse hoje, amanhã estava falido"

Ramires conta que passou fome na infância e que, apesar de hoje ganhar bem, ainda não conseguiu fazer um pé de meia.

Passou dificuldades na infância?
Fui educado pela minha avó e, quando ela morreu, tudo ficou mais difícil. A minha mãe morava noutra cidade e mandava dinheiro quando podia. Mas eu e os meus irmãos passámos dificuldades.

Mas que tipo de dificuldades?
Às vezes só jantava e não almoçava. Ou o contrário. Muitas vezes, ia ao salão de cabeleireiro onde trabalhava a minha tia Janete e ela dava-me dinheiro para comprar umas salsichas e milho para fazer pipocas, para não passar fome. E a roupa, usava sempre a que tinha sido do meu irmão.

foi muito pobre. Agora recebe um bom ordenado. Não acha exagerados os salários dos futebolistas?
É um trabalho como outro qualquer, em que existe um patrão e temos de nos comportar bem perante ele. Muita gente critica, mas a gente abre mão da família, da privacidade e de muitas outras coisas para se dedicar ao futebol. Comparando com o que ganhava, sinto-me feliz e procuro ajudar a minha família. Quanto mais se ganha, mais se gasta e no fim é quase o mesmo (risos).

Se deixasse agora de jogar, já tinha uma boa poupança?
Xi... Se parasse de jogar hoje, amanhã estava falido (risos) e cheio de dívidas. Ainda não juntei nada.

Qual o maior luxo que já fez até agora?
Foi o meu primeiro carro, ainda no Brasil, um Fiat Stilo. Ainda hoje estou a pagar a sua prestação.

Um Fiat Stilo foi o seu maior luxo?
Puxa! Na altura, se foi...


Magreza é natural e sai ao pai

A sabedoria popular não perdoa e, quando perante indivíduos que parecem ser imunes à ingestão de alimentos, depressa se ouve: "Se come e não engorda, é da ruindade". Ramires já ouviu a frase muitas vezes, mas explica que até já está a trabalhar para se tornar mais forte. "No Brasil, também dizem isso [risos]. Mas saio ao meu pai, que era muito magrinho. Como bastante e não engordo! Aqui, já estou a fazer musculação e vai começar-se a notar a diferença", adianta.


Amorim e David Luiz são uma dupla brava

Ramires agradece a rápida adaptação ao clube a Luisão. Companheiros também na selecção, o subcapitão foi decisivo para o bom entrosamento do médio com os novos colegas. "Antes de vir para cá, estive com o Luisão na selecção e ele falou-me maravilhas do clube. Foi impressionante a maneira como fui recebido", sublinhou, destacando a boa disposição de Rúben Amorim e David Luiz, considerando-os mesmo os mais brincalhões do balneário: "O Rúben Amorim e o David Luiz são uma dupla brava...", Colega de quarto do guardião Júlio César, não quis, no entanto, revelar alguns dos segredos do balneário.


Pagode deu casamento

Sempre bem disposto, Ramires não coloca reservas a mostrar um pouco mais da sua vida pessoal. E não deixa de ser curioso o facto de ter conhecido a sua actual esposa, Islana, numa típica festa canarinha. "Estava ainda no Joinville e foi numa ida a um pagode. Depois começámos a falar, a ir ao shopping juntos e, pronto, o normal [risos]. Casámos há dois anos e é o meu grande suporte". Islana está, aliás, grávida e o médio só espera juntar mais alegrias à festa: "O meu filho, que se vai chamar Davi, nasce em Abril. Imagina: o meu filho nascer, ser campeão pelo Benfica e depois ir ao Mundial... Seria fantástico tudo acontecer ao mesmo tempo!".


A favor das naturalizações

Sem complexos, Ramires assume que tomaria a mesma decisão de Deco, Pepe e Liedson se não tivesse oportunidade de jogador pelo seu país de origem: "Não sou nada contra. Acho que vai da vontade de cada jogador. Se eu não tivesse tido oportunidade na selecção do Brasil e houvesse intenção de outro país em contar comigo, porque não?", explicou, voltando a falar do sonho que será estar na África do Sul. "Há uns quatro, cinco anos só imaginava poder ir ao Mundial. Hoje tenho esse gostinho de saber que só depende de mim e do que fizer em campo pelo Benfica."


 
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