março 31, 2011

Fundação Benfica assina protocolo com Forças Armadas


Fundação Benfica e Forças Armadas assinam protocolo para ajudar crianças carenciadas

O presidente do Benfica assinou hoje um protocolo de colaboração entre a fundação do clube lisboeta e os três ramos das Forças Armadas, com vista a promover a formação e o desenvolvimento de crianças e jovens carenciadas.
Destak/Lusa

Luís Filipe Vieira advertiu que o Benfica não pode “renunciar à sua responsabilidade social”, durante a cerimónia realizada no Ministério da Defesa e que contou com presença do secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrello, e de representantes do Exército, Marinha e Força Aérea.

“Se não tivermos a capacidade de nos inquietarmos com as dificuldades, com as desigualdades sociais e com as várias formas de sofrimento com que diariamente somos confrontados, então é porque teremos renunciado a uma das nossas principais responsabilidades”, observou o presidente do Benfica.

O protocolo pretende estabelecer formas de colaboração e parcerias que abrangem as crianças beneficiárias do programa da Fundação Benfica “Para ti, se não faltares”, de combate ao abandono escolar entre crianças e jovens em situação de risco.

Crónica de João Malheiro



Desonra

Albertina Dias foi uma das melhores atletas portuguesas de sempre. Campeã nacional de crosse, integrou a embaixada nacional nas Olimpíadas de Seul, Barcelona e Atlanta. Soube-se, recentemente, que pôs à venda as medalhas que foi conquistando no decurso de uma longa, copiosa e aplaudida carreira. A razão? Dificuldades financeiras.

Que País é este que deixa uma desportista da estirpe de Albertina Dias chegar a uma situação humilhante? Que fazem as autoridades, sempre tão histéricas a colherem dividendos dos feitos desportivos, para obstarem a uma situação com foros de crueldade. Os mesmos que aclamaram Albertina Dias, os mesmos que têm responsabilidades governamentais ou autárquicas, parecem ter hibernado neste caso que está a chocar as gentes gratas e solidárias.

Albertina Dias não tem lugar, obviamente remunerado, numa qualquer estrutura? Ela e tantos outros desportistas que, em tempo útil, representaram Portugal com a máxima dignidade e competência. Que País é este que não tem Carlos Lopes, Rosa Mota ou Fernanda Ribeiro com ligação efectiva ao nosso quotidiano desportivo? Como é possível desperdiçar semelhante capital, susceptível de empolgar milhares de jovens em idade escolar ou no começo da vida profissional?

Que País é este que quase sempre desaproveitou, ao nível institucional, uma figura da envergadura de Eusébio? Afinal, o mesmíssimo País que tem um campeão europeu de futebol, de nome Artur Jorge, que mais parece ter vergonha do desiderato que há anos garantiu.

De quem é a responsabilidade? Jamais dos próprios desportistas. Incontestavelmente, de mentalidades tacanhas e de tanta gente com responsabilidades que mais não é do que credora das mais feiosas medalhas de lata disponíveis no mercado.

março 30, 2011

De Águia ao peito _ Luís Seara Cardoso



Festejos no plural

Os adeptos da bola interrogam-se. Qual é mesmo a melhor equipa nacional da atualidade? O FC Porto, líder destacado do Campeonato e intérprete de uma excelente campanha europeia? Ou o Benfica, próximo de garantir triunfos na Taça de Portugal e na Taça da Liga, protagonista também de um recente desempenho europeu de grande qualidade?

OFC Porto terá sido mais forte no começo da temporada, ainda que não deslumbrasse. Já o Benfica fez uma caminhada ascensional e, desde Janeiro, tem-se revelado o conjunto de maior valia e capaz de proporcionar os mais sedutores espetáculos. Jorge Jesus tem razão quando diz que orienta a equipa que melhor futebol pratica em Portugal.

Oque vai acontecer este fim-de-semana? O FC Porto quer manter a invencibilidade, algo de que só o Benfica se pode orgulhar, depois da brilhante prestação na época de 72/73. Proeza de resto reeditada na temporada 77/78, ainda que ironicamente não tenha tido correspondência com o triunfo no Nacional.

Oembate de domingo vale mais, muito mais, do que os três pontos da praxe. O FC Porto quer fazer história, o Benfica não quer que o FC Porto faça história. O FC Porto quer provar que é melhor, o Benfica tem a mesma motivação. Qual dos dois emblemas sairá vitorioso? O Benfica dos últimos meses tem mais argumentos. Chegará para derrotar o líder invicto? Caso não haja questões laterais, tudo aponta que sim.

Depois de um início de época titubeante, também com fartas razões de queixa das arbitragens, o Benfica como que se reabilitou. A equipa, no essencial, exibe-se à semelhança do mais atraente e brilhante que fez na época passada com alguns momentos de verdadeiro esplendor na relva. Por isso é que este Benfica tem um atraso imoral em relação ao FC Porto no Campeonato. Por isso também, é que este Benfica vai terminar a temporada com festejos a fazerem plural.

Como tripeiro (significa portuense..., e com enorme orgulho nisso), só posso pedir que tudo se decida na relva, e eu acredito que vai ser de uma forma Gloriosa!!!!!!

In Record

março 28, 2011

Por força da lei _ Ricardo Costa


Corrupção e desporto

Chega até nós mais um relatório de uma organização não governamental que atesta que a impunidade da corrupção é promovida pela nossa lei e pelo sistema de aplicação da justiça. Desta feita foi a “Transparência e Integridade, Associação Cívica”, o braço nacional da Transparency International, que o confirmou. Algumas observações que resultam desse relatório: (i) a prescrição de processos não permite a punição dos crimes; (ii) o sistema judicial e os seus intervenientes são facilmente manipulados por arguidos detentores de maior influência política, social ou económica; (iii) não existe um “corpo estadual” com poderes especiais de investigação e prevenção da criminalidade económico-financeira.

São conclusões lúcidas. Ademais, continuo a pensar que, independentemente da maior ou menor bondade da lei – recentemente melhorada –, o papel fundamental cabe ao denodo e à coragem dos senhores magistrados dos nossos tribunais, sejam os procuradores do Ministério Público, sejam os juízes, em todas as instâncias. Mais do que meros “funcionários” dos tribunais, os magistrados judiciários são agentes da preservação dos valores que as leis difundem. E o “funcionalismo” desprendido da carga ético-preventiva que uma boa decisão veicula tem sido nefasto: os arquivamentos e as absolvições em casos factualmente ricos (ou deficientemente investigados) contribuem para a proliferação das más práticas e o descaminho da noção de “vergonha”. Já basta quando é muito difícil investigar e pouco ou nada se obtém. Isto é, por cada evento de corrupção que se escapa com uma nebulosa argumentação jurídica, muitos outros, pelo exemplo de impunidade, se seguirão. Este é o drama. Extensível à agressão verbal, à violência física e ao dano patrimonial.

Email Aberto _ Domingos Amaral



Um chinês

From: Domingos Amaral
To: Paulo Futre

Caro Paulo Futre
À hora a que te escrevo ainda não sabemos quem será o novo presidente do Sporting, mas já sabemos que a tua conferência de imprensa entrou para a história dos momentos inesquecíveis da televisão portuguesa. Há muito que não me ria tanto, e nos dias seguintes, em qualquer sítio que se juntassem mais de dois portugueses, alguém tentava imitar-te, à tua intensidade alucinada, à tua pronúncia geograficamente inexplicável, pois nem era espanhola nem portuguesa, mas especialmente às tuas maravilhosas teorias sobre táticas, balneários, espíritos de grupo, contratações e, mais do que tudo, a teoria do chinês. Será, para sempre, um momento para recordar. Tal como todos se lembram do Marco, no “Big Brother”, quando ele dizia “falam, falam, mas não os vejo a fazer nada”, as pessoas recordar-te-ão a falar do extraordinário vigésimo jogador que irias contratar para o Sporting, um chinês! Sim, um chinês! Mas, como explicaste, não era um chinês qualquer, de olhos em bico e gosto por shop suei, era o “melhor jogador chinês da atualidade”! Genial, a sugestão, mas mais genial ainda a razão! O Sporting teria um chinês porque assim viriam “charters”, “todas as semanas”, com “400 chineses”, para assistir aos jogos do Sporting. E que ainda por cima, conseguiriam “descontos” em restaurantes e museus! Um chinês… charters… 400 chineses… em Alvalade… a visitar museus e a comer em restaurantes… genial, não é? Portugal inteiro rebolou-se a rir, e tenho portanto de te agradecer. Obrigado por nos teres dado este momento, pois, em época de crise, rir é o que nos resta, e tu conseguiste fazer rir o país inteiro.

In Record

março 27, 2011

Aqui á Gato _ Miguel Góis


Volta, cooptação!

Tenho de dar o braço a torcer. Só agora, depois de assistir à campanha eleitoral que terminou ontem, é que me apercebi das razões por que a primeira opção do Sporting tem sido quase sempre a cooptação. Se é isto que sucede quando o clube vai efetivamente a votos, então permitam-me parafrasear Churchill: a cooptação é o pior dos sistemas com exceção de todos os outros. Mas o nível da campanha eleitoral foi tanto mais chocante quanto se sabe que os sportinguistas gostam de se apresentar como um clube diferente e distinto. Ora, ao pé dos debates entre candidatos à presidência do Sporting, as assembleias gerais do Benfica parecem o Gambrinus.

Há quem diga que os debates ajudaram a estabelecer Bruno de Carvalho como o favorito à vitória. Não é a minha opinião. Se os debates tiveram uma grande influência junto dos sócios do Sporting, prevejo que quem vai ganhar a presidência são os votos nulos. Às tantas, já não era assim tão grave ser-se chamado de mentiroso, tal foi a quantidade de vezes que os candidatos recorreram a esse mecanismo – Godinho Lopes, em especial, não parecia tão chocado com esse tipo de injúria como quando o acusavam de pertencer à “continuidade”, essa sim, uma palavra que lhe feria nitidamente a honra.

Em relação a Dias Ferreira, foi o candidato que mais me surpreendeu. Há anos que acompanho e admiro a sua capacidade para, enquanto comentador, se escapar constantemente à atividade de comentar. E acaba por ser irónico que tenha sido preciso retirar-se de um programa de comentário desportivo para ficarmos a saber as suas opiniões sobre inúmeras matérias.

De resto, estou convencido de que só uma manobra de última hora poderia dar a vitória à lista de Godinho Lopes. A única hipótese que, com todo o respeito, o candidato da continuidade ainda teria de vencer as eleições seria, num golpe de teatro, convencer José Eduardo Bettencourt a dar o seu apoio a Bruno de Carvalho.

In Record

março 22, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo


Abril, títulos-mil

O Benfica volta hoje ao campeonato, depois de uma quinta-feira sofrida em Paris. E volta em terreno movediço, defrontando fora a equipa sensação desta Liga, o Paços de Ferreira. Onde é bonito ver jovens das escolas do Benfica crescer como jogadores. Mas na capital do móvel, além de dificuldades, não vamos encontrar grandes tesouros, pois o campeonato está atribuído.

Contra o PSG fomos uma equipa coesa, sofremos em conjunto, fomos compactos. Entramos com os nossos melhores, e Gaitán entrou em força com um tento que nos deu sossego inicial. Fábio Coentrão, endiabrado, andava pelo campo a fugir a dois defesas direitos dos parisienses, a fazer a marcação que Jesus lhe atribuiu e a chegar lá à frente com uma sede de golo que devia ter sido saciada. Até Roberto, nos últimos minutos da partida, tornou menos opaca a sua cotação, fazendo esquecer mais umas penas do frango de Braga e salvando-nos do prolongamento. A aposta europeia pagou-se, e segue-se o PSV Eindhoven. Para mim, a eliminação dos holandeses é uma vingança de 23 anos. O meu vício incessante pelo desporto-rei – pelos pés dos craques do Glorioso, claro está – começou pouco antes da famigerada final da Taça dos Campeões Europeus. Aquela das chuteiras voadoras; do penálti do Veloso; da desgraçada opção de Toni, que guardou o Diamantino durante quase um mês para o pôr a jogar contra o Guimarães nas vésperas da final, e o Adão partiu-lhe a perna, eu ouvia o relato e chorava baba e ranho enquanto o repórter acompanhava a entrada do Diamantino na CUF.

Abril é um mês de mata-mata para o Benfica, e para Jesus. Temos os quartos da Euroliga, temos a 2.ª mão da meia-final da Taça de Portugal e a final da Taça da Liga. E enquanto essas vitórias não chegam, este fim-de-semana o Benfica venceu o Manchester City: David Luiz e Ramires assinaram os dois golos dos londrinos. Que saudades de David Luiz. E o facto de Pinto da Costa lhe sentir pouco a falta só me aumenta a nostalgia.

In Record

Autocarro e Carro do Presidente apedrejados na A42


Vieira sofre ataque no regresso de Paços de Ferreira

A comitiva do Benfica foi atacada no regresso de Paços de Ferreira. O carro onde seguia o presidente Luís Filipe Vieira foi mesmo atingido em cheio por um saco de pedras lançado de cima de um viaduto.

A viatura onde seguia Luis Filipe Vieira seguia atrás do autocarro do Benfica quando, ao quilómetro 22 da A41 uma chuva de pedras saiu do único viaduto que não estava sob vigilância da GNR.

A polícia e os bombeiros foram chamados ao local, o presidente encarnado foi assistido a ferimentos ligeiros na mão direita e no lado esquerdo da face, tendo posteriormente seguido viagem para Lisboa no carro de Rui Costa.

O motorista da viatura de Luís Filipe Vieira também foi assistido em virtude de ferimentos ligeiros.

In Abola
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Email Aberto _ Domingos Amaral


Honra

From: Domingos Amaral
To: André Villas-Boas

Caro André Villas-Boas
Apesar do título estar decidido, como aqui previ no final da quarta jornada (!), há ainda uma questão pendente entre o teu FC Porto e o meu Benfica. Lembras-te da tua provocação quando falaste em 10-1 no score entre os dois clubes? Certamente que sim. Foi enviesada, pois só levavas em conta o único jogo da era Jesualdo que te dava jeito. E deu mau resultado, pois a seguir perdeste.

Contudo, consolidar é pertinente. Eu explico: na época passada, em três jogos, o Benfica ganhou dois (na Luz, por 1-0, e no Algarve, por 3-0) e apenas perdeu no Dragão, por 3-1. O score dessa época é-nos assim favorável com 2-1 em vitórias e 5-3 em golos.

Depois, chegaste tu, ganhaste 2-0 em Coimbra, para a Supertaça, 5-0 em casa para o campeonato, perdendo depois, no Dragão para a Taça, por 0-2. Este ano, o score de vitórias está pois em 2-1 para ti, e 7-2 em golos.

Consolidemos agora as duas épocas: até aqui, em seis jogos, há 3 vitórias para cada lado, e o goal-average é favorável ao FC Porto, com 10 marcados contra 7 sofridos. A tua brincadeirinha dos 10-1 já parece intelectualmente desonesta, não é verdade?

Mas, olhe-se ainda para este essencial detalhe: desses seis jogos apenas um foi na Luz. E três foram no Dragão. Portanto, para as contas estarem fechadas, faltam os dois embates na Luz que aí vêm. Só aí, caro amigo, se poderá ver quem foi melhor, esta época ou, se preferires, no consolidado das duas! E, prometo-te que, para o Benfica, é uma questão de honra ganhar esses dois confrontos. Iremos encher a Luz para te fazer engolir a fraude aritmética dos 10-1. E provar que o que hoje alguns chamam, com um deslumbramento pacóvio, de “mind game”, às vezes não passa de uma mera “chico-espertice”.

In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa



Os desmandos de Sir Alex


Em Inglaterra, onde o futebol tem que ser negócio credível, Alex Ferguson, treinador do M. United, foi castigado com uma suspensão de 3 jogos mais 2 jogos pela reincidência e execução de uma pena que estava suspensa; no total, 5 jogos. Em causa as declarações sobre o árbitro depois de ter perdido com o Chelsea: disse que o homem que apitou não foi “um árbitro justo ou, pelo menos, forte”.

Estes exemplos, chegados cá, provocam sempre comentários. Um deles incide sobre a celeridade da justiça desportiva portuguesa. Porque é que em Inglaterra a decisão demora duas semanas e aqui não? Esquecem-se de ter memória e fazer o exercício comparativo: uma decisão neste tipo de infração, na Liga 2006/2010, demorava, em média, 1 mês (por vezes menos). Esquecem-se de ir aos regulamentos e observar que, se a opção fosse “queimar” algumas fases do processo disciplinar, ainda que sem lesar as garantias de defesa, seria possível cá uma decisão tão ou mais rápida. Se a opção é a atual, resta a diligência e a competência.

Outra questão é, nestes casos, evitar o processo disciplinar e a dilação. Bastava que as declarações dos treinadores e dirigentes na “flash interview” e nas conferências após os jogos fossem relatadas pelos delegados da Liga; por não haver necessidade de processo disciplinar, as punições (iguais ou inferiores a 1 mês) seriam decididas na 3.ª feira seguinte ao jogo. Acabariam as diferenças entre o treinador que é expulso e de imediato castigado e o treinador que, falando depois do jogo, só é castigado semanas depois. Contudo, sei, por experiência própria, que há resistência a fazer esta pequena, mas substantiva, reforma em prol da celeridade...

Depois, há quem diga que os regulamentos da Liga são permissivos e, por isso, existe incapacidade para agir. Não é verdade! O Regulamento Disciplinar (RD) pune estes comportamentos, mesmo que tão-só “grosseiros”. A Liga 2006/2010, ao exercer oficiosamente os seus poderes e não deixar que a competição se “afundasse” na credibilidade enquanto aguardava por queixas, demonstrou-o. E, já agora, comparem-se os discursos da esmagadora maioria dos treinadores e dirigentes de hoje com os discursos de 2007 ou 2008: uma diferença gritante, para melhor! Na Liga há, todavia, um pormenor a corrigir: as suspensões aos treinadores são reduzidas a ¼ em relação aos dirigentes. A participação qualificada do treinador na direção técnica das equipas justifica algum privilégio, mas talvez seja excessivo na comparação com os restantes agentes. Mas não é esse o problema. O problema existe quando o RD não é pura e simplesmente aplicado ou só aplicado “para não criar ondas” ou “quando há rebuliço” – aqui reside a verdadeira “incapacidade”.

Depois do jogo V. Guimarães-Sp. Braga, em novembro de 2010, o presidente do clube forasteiro declarou, pelo menos, que o árbitro tinha sido “tendencioso”, “sem coragem” e tinha dado um “espetáculo degradante”. O árbitro queixou-se. A Comissão Disciplinar instaurou (forçada...) e, após 3 meses (!), arquivou. Em acórdão desconhecido. Cá, ainda acabaria Ferguson a pedir uma indemnização ao árbitro queixoso...

In Record

março 21, 2011

Marca Benfica vale "entre 250 e 300 milhões"



O administrador executivo da SAD do Benfica, Domingos Soares Oliveira, estima que a marca Benfica valha atualmente "entre 250 e 300 milhões de euros" e assegura que este valor coloca os encarnados "entre os 20 maiores clubes do mundo".

"É o único clube que, em valor de marca, se intromete entre os grandes das cinco maiores ligas da Europa", disse Domingos Soares Oliveira, em entrevista à Benfica TV, durante a qual revelou que "o endividamento do Benfica clube à Banca é, neste momento, de zero euros" e enfatizou "a solidez da SAD, uma fortaleza que é a âncora" do Benfica.

O dossiê sobre os direitos televisivos foi um dos temas abordados por Domingos Soares Oliveira, que admitiu renovar o contrato em vigor até 2013 com a Olivedesportos, desde que esta "reconheça o valor da marca Benfica", apesar da investida de um novo grupo, do qual emergem os nomes de Rui Pedro Soares e Emídio Rangel, que pretende adquirir esses direitos.

O dirigente benfiquista disse estar reconhecido à Olivedesportos, por ter "dado a mão ao clube numa altura difícil", em 2003, o que permitiu "resolver vários nós", mas a renovação contratual terá de passar por um valor não inferior a 40 milhões de euros/ano.

"Hoje em dia a situação é muito vantajosa para a Olivedesportos e o que pedimos é o reconhecimento do nosso valor", observou Domingos Soares Oliveira, conhecedor das receitas que a aquela empresa gera, tendo em conta que "tem 700 mil subscritores, pagando cada um deles vinte e tal euros por mês, o que dá uma ideia".

O administrador recorda que nos grandes clubes europeus os direitos televisivos ascendem a 40 por cento das receitas globais, enquanto no Benfica não vai além dos três por cento, o que considera "ridículo", mas faz notar que cabe à Olivedesportos a prerrogativa de cobrir qualquer proposta decorrente de um direito de preferência.

A propósito da grandeza do Benfica, o administrador da SAD revela que o atual número de sócios do clube "é de 230 mil" e assume que o objetivo proposto pelo presidente Luís Filipe Vieira de atingir os 300 mil sócios é uma meta possível. "Quando o presidente (Luís Filipe Vieira), na conferência de imprensa da apresentação do novo kit e cartão de sócios, em 2005, após a conquista do título, afirmou a meta dos 300 mil sócios, deitámos todos as mãos à cabeça".

Domingos Soares Oliveira lembra, ainda, que o Benfica tinha nessa altura "95 mil sócios e que a média entre 1990 e 2005 oscilava entre os 90 e os 100 mil sócios".

Acerca do trabalho desenvolvido pelo setor da formação, Domingos Soares Oliveira fornece alguns dados para o atestar: "Temos 27 atletas que são internacionais, seis jogadores que assinaram recentemente contrato com o Benfica como profissionais e pretendemos ter, todos os anos, um ou dois jogadores provenientes da formação a entrar na equipa principal".

O administrador da SAD benfiquista falou ainda dos frutos que esse trabalho pode dar em prol do futebol português: "Aqueles que não tiverem capacidade para jogar no Benfica, poderão fazê-lo noutras equipa da Liga principal e assim alimentar o futebol português".

In Record

Tempo Útil _ João Gobern

 
Sinais de fogo

Com o campeonato entregue, já antes de Jorge Jesus ter demonstrado que quando fala em “poupanças” quer dizer “forretice”, tantas foram as alterações que o Benfica apresentou no domingo, com a Taça da Liga à espera de uma final de festa, com a Taça de Portugal em banho-maria, à espera do segundo embate entre os “grandes” e também do reencontro de Académica e Vitória de Guimarães, com a Liga Europa a arriscar-se – oxalá! – a contar com três clubes portugueses entre os oito sobreviventes, o universo futebolístico lusitano tinha de arranjar motivos de distração. Escolheu os piores.
Primeiro: a agressão a Rui Gomes da Silva, vice-presidente do Benfica e comentador televisivo. Dizer que foi cobarde é classificar por baixo; dizer que representa aquilo que de pior pode presenciar-se, no futebol como na vida, não vale como espelho da indignação que todos os homens de bem deveriam sentir perante um facto desta natureza, perante o cercear das liberdades de opinião e de expressão. Infelizmente, não é inédita. Presumivelmente, não será a última enquanto as massas de Benfica e FC Porto forem alimentadas pelo ódio e pela negação de convivência pacífica. O visado olhou a questão de forma correta e pedagógica, evitando confundir o sucedido com um clube, uma massa associativa, uma cidade ou uma região. Boas reações tiveram os técnicos benfiquista e portista, cada um ao seu estilo. Lamentável foi a atitude de Pinto da Costa, outra vez enlevado pelo seu próprio discurso. Ora o eterno presidente do FC Porto sabe que, faltando pouco tempo para as deslocações da equipa à Luz, as suas palavras (“simular”, “palhaço”, “vencê-los”) são pura dinamite. Por essas e outras é que às vezes fica a dúvida se ele não será um apóstolo da política da “terra queimada” e do “quanto pior, melhor”. Para já não falar das carências que, no seu caso, são realmente crónicas: a falta de cavalheirismo, de dignidade e de elegância. Espero sinceramente que a indiferença civilizada das claques e adeptos benfiquistas sejam a tónica nos próximos encontros entre os clubes – em Pinto da Costa, a única bofetada que vale a pena é a de “luva branca”. Ou seja, a que não se mistura com violência e velhacaria.
No Sporting, a quimera do ouro parece nortear as eleições: ganhará o mais rico, triunfará aquele que fizer mais promessas de injeção de capital? Faltam programas e ideias, sobram nomes e extravasam insultos. Dir-me-ão que, passadas as eleições, tudo se esquece. Não acredito que a calúnia ou o ataque vão desaguar tão facilmente na falta de memória. Relembro Churchill, que explicou à sua bancada parlamentar: “Do lado de lá [trabalhistas], temos adversários. Os inimigos, esses sentam-se ao nosso lado.”

In Record

De Águia ao peito _ Luís Seara Cardoso



A caminho da tripla, apesar de xistrados

Desde a imoralidade de Braga que o campeonato ficou irremediavelmente perdido para o Benfica, apesar de uma sucessão espetacular de triunfos consecutivos, razão de sobra para reconhecer os excelentes espetáculos que a equipa proporcionou nas mais diferentes paragens. Depois de tantas incidências devassas na fase inicial da Liga, aconteceu a machadada final nas aspirações benfiquistas. Razões competitivas? Nem pouco mais ou menos. Razões laterais? Reconhecidas até por muitos que não simpatizam propriamente com o encarnado.
O empate caseiro frente ao Portimonense acaba por ser a consequência natural de uma equipa que se despediu (foi também impelida) do título nacional. Jorge Jesus, com a anuência dos adeptos, optou por colocar uma formação de recurso. As atenções do Benfica estão agora mobilizadas para outras frentes, todas as outras, designadamente a Taça da Liga e a Taça de Portugal.
E a receção, dentro de dias, ao FC Porto? O embate vai constituir uma questão de honra na Luz. Até hoje, campeão invicto só houve um e não parece que o Benfica queira ver o seu adversário reeditar uma proeza inédita no association português. Entretanto, na Liga Europa há condições para eliminar o Paris SG. Os campeões nacionais partem em vantagem e têm condições bastantes para imitarem o recente desempenho de Estugarda.
O Benfica, apesar de tudo, pode comemorar, ainda esta temporada, a dobrar ou... a triplicar. Haja lisura, haja justiça, que o coletivo tem tudo para ser bem-sucedido. Não haverá um Benfica bicampeão nacional, mas pode muito bem acontecer um Benfica tri... vitorioso. Ou será que não?

In Record

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