agosto 31, 2010

Artigo de Opinião _ Marta Rebelo




Aquele abraço

Salvio não salvou ninguém. Mas deu o peito à bala pela salvação da equipa. Eu não ocupei o meu cativo, podia lá eu! Estava a sul, a mais de 300 quilómetros, ainda que o “Mancha Amarela” não estivesse à baliza. Nem Moreira no banco. E quem diria que Júlio César, quase pondo em causa o resultado aos 25’, seria o melhor amigo de Roberto e lhe traria uma espécie de redenção? 

Aquele abraço pareceu tomar as vezes dos 36 mil que estavam na Luz, e dos outros 6 milhões e tal que andamos pelo Mundo. Transportar a fé, já desgraçada, dos benfiquistas numa vitória ao Vitória que não podia falhar. E Roberto, de cinzento e não de amarelo, defendeu o penálti que Júlio César e Maxi Pereira fizeram e ao primeiro valeu o vermelho. E defendeu mais duas ou três bolas, com os pés, pelo ar. Seria do equipamento? Não acredito.

Tal como não acredito que Roberto tenha chegado à redenção e seja imune ao curto passado que transporta às nossas costas e que já é tão pesado. O ideal seria emprestar o guarda-redes, mas se Roberto ficar por cá com outra fibra e segurança, que volte, então, às gloriosas malhas. Como parece ter voltado Cardozo, que finalmente em tempo oficial fez o gosto ao golo e cabeceou para dentro da baliza do Setúbal. Jesus diz que o coletivo está a recuperar do cansaço dos regressados do Mundial. Mas quem fez o serviço no sábado foi Pablito Aimar, que serviu dois golos e marcou um. E Gaitán, que cruzou para Tacuara marcar. E Fabito, que parece capaz de fazer 20 Mundiais e voltar e defender, assumir o corredor e deliciar-nos com as suas “madeixas de bola”.

Para mim, ninguém passa de besta a bestial numa hora. Cá estaremos para assistir aos próximos capítulos da vida de Roberto. O futebol é paixão irracional. Enquanto o Benfica faz recuperação técnica e tática – a ver se nos soltamos para o 4x3x3, ó míster! –, aproveitando a pausa para os jogos da Seleção, tudo se vai concentrar agora na “saga Queiroz”. Ou na falta dele.
E parabéns ao Braga, que está merecedor.

 In Record

Obrigado amigo Benfica 73 

agosto 29, 2010

A impressão de um brasileiro no Estádio da Luz

E por falar em estádios…

Ontem à noite jogaram Benfica x Vitoria de Setubal, no Estádio da Luz, em Lisboa. Meu amigo Edney, que já relatou a final da Copa da UEFA (ainda não era Liga Europa), em Istambul, foi assistir. E hoje cedo, motivado pelo tititi em torno dos nossos estádios, mandou esse e-mail para uma lista de amigos, que transcrevo para vocês, com a visão e opiniões de um torcedor brasileiro além-mar.


Pois bem, ontem tive a minha primeira experiência no estádio que eles denominam de “inferno da luz”… O jogo era convidativo, 21h15 de um sábado bem quente… O Benfica pressionado por 2 derrotas no início do torneio… Julguei que não teria muita gente… Um amigo me convidou para ir com ele, e sem qualquer outra alternativa mais atraente (até porque estou sozinho por aqui), lá fomos nós…
O estádio antigo (capacidade para 120 mil) foi demolido e um novo foi construído, por ocasião da realização da EuroCopa de 2004. Se discutimos no Brasil hoje a construção de estádios, imaginem a construção de 3 novos no pequeno Portugal… Loucura!  Até hoje eles descem a lenha nisso e dizem que ganharam um dinheiro largado por isso.
Enfim, voltando ao jogo, é tudo bem diferente. Os arredores são mais tranquilos (ou pelo menos estavam), estacionamento fácil, vários carrões andando por ali (Mercedez, BMW, Audi… se fosse no Brasil…), algumas barraquinhas, uns bares vendendo uma cervejinha… Dentro do estádio só cerveja sem álcool.
Após estacionarmos, fomos ali tomar umas, até porque o ingresso já estava comprado para a época (temporada) toda e o pai do meu amigo resolveu ir passar o fim de semana na praia e com isso sobrou uma vaguinha pra mim. Ficamos ali fora até 20 minutos para o início, chegando lá, tudo muito organizado, o estádio é de primeira: banheiros fartos e limpos (mas aqui acho que tem muito relação com a postura do povo que frequenta o estádio); vi muitas famílias juntas – pai, mãe, filhos, todos ali para torcerem pelos encarnados. Um monte de gente com camisas verdes, azuis, cores dos maiores rivais do Benfica. Se fosse no Brasil, já os fariam tirar tudo debaixo de gritos de intimidação, de copos de urina, porrada e o que fosse necessário. Fiquei impressionado com aquela calma das pessoas.
Eu, como bom torcedor brasileiro, estava lá de bermudinha branca, com camisa vermelha.
Na entrada, filas bem organizadas, com catracas eletrônicas de sensor – não prcisa enfiar o ingresso, basta chegar perto e pronto – bem mais rápido e fácil; lugar marcadinho, tranquilo, nenhum palhaço sentado lá dizendo que eu deveria ter chegado mais cedo.

Bloco de notas _ Nuno Farinha


A escolha de Roberto
 
O mais provável é que Jesus volte a apostar em Roberto para o jogo com o Vitória de Setúbal. Só que, dadas as circunstancias, isso já não se trata propriamente de um aposta: é um risco. Se hoje à noite for, realmente, o espanhol a ocupar a baliza, não é apenas Roberto que estará em avaliação, porque também o treinador do Benfica passa a ser o centro de todas as análises dos adeptos encarnados. E o “exame” acontece precisamente no momento mais difícil que JJ já conheceu desde que chegou à Luz – com quatro derrotas consecutivas (se incluirmos a Eusébio Cup), coisa que a turba, há poucos meses, julgava impossível.

Roberto esgotou a sua margem de erro em tempo record e Jesus já lhe concedeu hipóteses que talvez outros não tivessem. A imagem que ainda hoje se guarda do guarda-redes na parte final do último jogo, na Madeira, é a de um homem à beira de um ataque de nervos, incapaz de encontrar explicações. A do treinador não é muito diferente, se quisermos recordar o momento em que, no meio do caos, JJ levou as mãos à cabeça para depois se agarrar ao banco de suplentes.

O preferido dos adeptos, Moreira, nem foi convocado. Restam Júlio César e Roberto. A escolha será entre o guarda-redes que Jesus levou para a Luz e outro que alguém encontrou nas sobras do Atlético de Madrid. Talvez jogue aquele que custou uma fortuna.

Por falar em Atlético, os ventos continuam a soprar a favor de Quique Flores. O despedimento da Luz não lhe trouxe grandes problemas: para além da indemnização choruda que levou de Lisboa (e de uma namorada encantadora!), o técnico reencontrou-se com os dias de glória. Foi escolhido para encabeçar a recuperação desportiva dos colchoneros e, em poucos meses, conquistou a Liga Europa e a Supertaça Europeia, agora com uma vitória categórica sobre o Inter. Ainda consegue dar a braçadeira de capitão a Simão e pôr Reyes a jogar de memória. Que bem se entendem Atlético e Benfica!


 In Record

Obrigado amigo Benfica 73

Aqui á Gato _ Miguel Góis


SL Bipolar
 
Há umas semanas, fez-me alguma confusão ouvir Rui Oliveira e Costa no “Trio de Ataque” responder à pergunta sobre como tinha assistido à estreia de João Moutinho com a camisola do FC Porto da seguinte maneira: “Eu, nessa matéria, não tenho estados de alma”. É uma resposta política, bem sei. Mas quando os adeptos – e é nessa condição que Rui Oliveira e Costa se encontra no programa – começam a falar como os presidentes dos conselhos fiscais, sinto que se está a deixar de falar de futebol (não deixa de ser curioso, em todo o caso, que o Sporting tenha nesse programa um adepto que fala como um dirigente, e tenha na presidência um dirigente que fala como um adepto). 

Eu admito que, no que diz respeito ao futebol, a única coisa que tenho são estados de alma. Quando o meu clube ganha, tenho um estado de alma. Quando perde, tenho, feito parvo, outro estado de alma. Se o Nuno Gomes se transferisse para o FC Porto, era capaz de ter uns quinze ou vinte estados de alma ao mesmo tempo. Numa duvidosa opção, guardo a frieza emocional para matérias como o preenchimento do modelo B do IRS. Se bem que até isso consegue ser, para o meu contabilista, uma montanha-russa de emoções.

Se há coisa com que nós, benfiquistas, não pactuamos no futebol é a temperança. No seguimento das últimas quatro derrotas seguidas do Benfica, comecei outra vez a dormir à noite agarrado a um urso de peluche, e sempre com uma luz de presença. A facilidade com que no Benfica um estado de profundíssima euforia dá lugar a um estado de profundíssima depressão é um dos grandes patrimónios do Clube, que deve ser preservado. Por outro lado, é mais fácil manter-se a serenidade em Alvalade e nas Antas, cujos estádios costumam estar às moscas, do que na Luz. Toda a gente sabe que é mais comum instalar-se o pânico onde há multidões.

 In Record

Obrigado amigo Benfica 73 

Liga Zon Sagres SLBenfica _ Setubal


Roberto decisivo no triunfo do Benfica sobre V. Setúbal (3-0)

A vitória sorriu ao Benfica à terceira jornada da Liga. Os encarnados voltaram a triunfar para a Liga esta noite, frente ao V. Setúbal, depois de duas derrotas seguidas na prova. Roberto foi decisivo. O guardião espanhol saltou do banco para defender o penalty que daria o empate aos sadinos.

Recorde aqui as incidências da partida.

Óscar Cardozo abriu as hostilidades logo aos quatro minutos. No primeiro lance de perigo da partida, o paraguaio respondeu da melhor forma a um excelente cruzamento da esquerda de Gaitán.

À passagem do minuto 22, aconteceu o momento decisivo do encontro. Júlio César foi expulso, por falta sobre Zeca na área encarnada. O brasileiro deixou-se antecipar pelo adversário devido a passe arriscado de Maxi Pereira.

Roberto entrou em campo. Os adeptos deram-lhe confiança com um forte aplauso e o espanhol acabou por defender o penalty que devolveria a igualdade ao marcador. Foi um impulsionador para a turma da Luz que, mesmo com menos um elemento, procurou alargar a vantagem.

E a dilatação do resultado aconteceu mesmo e ainda antes do intervalo. Aos 44, Luisão, como um autêntico “capitão”, subiu à área adversária para fazer o 2-0, após um canto muito bem marcado por Pablo Aimar.

O mesmo Aimar viria a selar o resultado final aos 57 minutos. Novamente Gaitán – que também foi ovacionado pelos adeptos – desceu pelo corredor esquerdo e cruzou tenso, mas rasteiro. Diego Costa fez uma defesa incompleta para a frente, onde apareceu o 10 benfiquista a encostar para o fundo das malhas sadinas.

O V. Setúbal nunca conseguiu criar grande perigo ao longo do encontro, sendo que a grande penalidade falhada por Hugo Leal foi o ponto mais alto do ataque da formação do Sado.

Equipas:
BENFICA: Júlio César; Maxi, Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Javi García, Eduardo Salvio, Gaitán e Aimar; Saviola e Cardozo.
Suplentes: Roberto, César Peixoto, Sidnei, Rúben Amorim, Salvio, Franco Jara e Weldon.

V. SETÚBAL: Diego Costa; Ney, Ricardo Silva, Anderson do Ó, Collin e Miguelito; José Pedro, Hugo Leal, Zeca e Silva; Sassá.
Suplentes: Getúlio Vargas, Michel, François, Regula, Jaílson, Pimenta e Henrique. 

Arbitro: Vasco Santos

In Abola

agosto 28, 2010

Simão não voltará a representar a selecção


Em carta enviada à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o internacional português anunciou que não voltará a vestir a camisola da selecção nacional.

A selecção perde assim um dos seus capitães e um dos atletas mais internacionais no activo. Simão já não participará nos jogos de qualificação para o Euro 2012.
Leia a carta enviada por Simão Sabrosa à FPF:

"Exmo. Senhor Presidente,
Dr. Gilberto Madaíl,

Venho, pelo presente, e formalmente, comunicar junto de V.Exa. que, a partir desta data, e em virtude de motivos de ordem pessoal, não poderei estar disponível para representar oficialmente, e como jogador profissional, a Selecção Nacional de Futebol.
Na verdade, e após uma profunda reflexão, acredito que chegou o momento de colocar um termo à minha presença enquanto jogador profissional a representar a nossa Selecção dentro de campo, dando assim espaço também a que novos valores possam fazer o seu percurso de sucesso, tal como também a mim no passado me foi dada essa oportunidade.
Recordo ainda hoje com muito orgulho o dia em que, com 15 anos,  representei Portugal pela primeira vez, e desde essa data outros fantásticos momentos como ter sido Campeão Europeu de Sub16, a minha primeira internacionalização A contra Israel jogo em que marquei também um golo, ter sido Vice-Campeão Europeu em 2004 naquele que foi considerado o melhor Europeu de sempre e organizado pelo nosso País, bem como ainda o Mundial de 2006 em que vivi os melhores momentos que jamais esquecerei.
Foi uma tremenda honra e prazer vestir a camisola da Selecção Nacional e representar e servir Portugal durante todos estes anos, e estou extremamente orgulhoso por ter feito parte de equipas tão extraordinárias que conquistaram tantas vitórias neste mundo do futebol.
Estou igualmente agradecido a todos com quem vivi os meus momentos na Selecção Portuguesa de Futebol, designadamente, colegas, médicos, massagistas, seleccionadores, treinadores, corpo técnico e dirigentes, por todo o apoio, formação, experiência e conduta que me transmitiram e que partilharam comigo ao longo de todos estes anos.
Aproveito esta oportunidade para partilhar que continuarei sempre a apoiar a Selecção de todos nós fora das quatro linhas, e ainda para desejar a todos os maiores sucessos futuros.
Com Amizade,

Simão Sabrosa"

In Sapo Desporto

Crónica Semanal do Ricardo Araújo Pereira



Agora sem mãos
 
É a questão que os benfiquistas mais descrentes colocam a si próprios por estes dias: o Benfica já perdeu o campeonato em Agosto ou os quatro pontos de atraso para o Braga ainda são recuperáveis? É uma inquietação legítima, mas temo que o verdadeiro alcance deste início de época não esteja a ser compreendido por todos.
O problema é este: um campeonato até Jaime Pacheco ganha. Mas ganhar um campeonato à Benfica, às vezes nem o Benfica consegue. O último campeonato foi ganho à Benfica. Com grandes exibições, goleadas, enfrentando o melhor Braga de sempre e um Porto orientado por um treinador tricampeão. Este ano parece-me que faltava alguma motivação. O Braga, desfalcado e empenhado nas competições europeias, aparenta estar menos capaz de suportar uma prova tão longa, e o Porto passou a ser treinado pelo Mourinho de pechisbeque. Era óbvio que o Benfica precisava de um desafio. Daquela emoção que o artista do poço da morte procura quando grita: «Agora mais difícil: sem mãos!» Que se passou, desde há três meses? Jesus é o mesmo. Os jogadores também, quase todos. O que equivale a dizer que o poço é o mesmo e a mota também. Um aborrecimento. As cabriolas do ano passado já não nos impressionariam. Era altura de gritar: «Agora mais difícil: sem vitórias até 28 de Agosto!» O campeonato começa hoje, meus amigos.

“ (…) se, como eu prevejo, o Braga, ficando em segundo lugar, não sobrevive às eliminatórias da Champions, isso significa que o Benfica faz sua toda a receita dos direitos televisivos, sem ter de a dividir a meias com outro clube português participante na competição. Há que estar atento, Sr. Vítor Pereira”
MIGUEL SOUSA TAVARES
6 de Abril de 2010

QUANDO se percebe de futebol é outra coisa. Há quatro meses, o Braga estava a ser beneficiado pela arbitragem – o que, surpreendentemente, favorecia o Benfica. O mesmo Braga que só perdeu o campeonato na última jornada, o mesmo Braga que amealhou pontos suficientes para ser campeão em vários dos últimos campeonatos, estava a ser beneficiado para ajudar o clube cujos calcanhares andou a morder até ao fim. O raciocínio, chamemos-lhe assim, era simples: como, depois de apurado para a Champions, o Braga não passaria à fase de grupos, o Benfica receberia a totalidade dos direitos televisivos, perante a passividade do desatento Sr. Vítor Pereira. Talvez fosse útil a publicação de um manual de instruções para teorias de conspiração. O primeiro mandamento estipularia: se a teoria não tiver pés nem cabeça e se basear apenas numa previsão com a pujança premonitória das do professor Bambo, abandone-a. Aí está uma obra que evitaria alguns embaraços, uma vez que a realidade se encarregou de demonstrar que, tal como pensavam todos os que não estavam de má-fé, este Braga ficou em segundo lugar porque era mesmo superior ao plantel mais caro de sempre do futebol português. Que o Sporting de Braga seja, então, bem-vindo à Liga dos Campeões, até porque não é todos os dias que se consegue ver um Sporting nesta competição.
 
In ABola

Obrigado amigo Benfica 73 
 

agosto 27, 2010

Artigo de Opinião _ Sílvio Cervan


Ignorar não é resolver o problema

IGNORAR o problema não é resolve-lo. O Benfica tem o melhor plantel da Liga, tem o melhor treinador e tem ainda todas as condições para revalidar o título se não ignorar aquilo que se tem passado.
Independentemente do seu valor, Roberto não pode neste momento ocupar o lugar de guarda-redes do Benfica. Júlio César e Moreira dão garantias e não causam alarme. Nenhum benfiquista se preocupa com qualquer um dos dois na baliza.
Mas convém não esconder o essencial: Roberto pode ter custado ao Benfica três pontos neste campeonato mas os erros de arbitragem já custaram quatro. Roberto ocupa capas de jornais e os erros que nos prejudicaram são notas de rodapé. Roberto é alto e tem ‘costas largas’.
Para ganhar o Benfica terá que ser incomensuravelmente superior, caso contrário o Benfica é aquilo em que na gíria futebolística se chama de ‘traçado’.
Só por inveja ou mesquinhez se pode tirar o mérito a uma equipa que entra na Liga dos Campeões depois de ficar melhor classificada que FC Porto e Sporting no último campeonato e eliminar Celtic e Sevilha. Parabéns ao Sp. Braga, que teve ontem um sorteio simpático na Champions… ao contrário do Benfica.
Detestei o sorteio do Benfica. No pote 1 tivemos o nome menos sonante (Lyon) que é tão difícil como os outros. No pote 3 tivemos em sorte a equipa melhor (Shalke 04) e mais difícil que nos poderia sair, acrescida da maldição alemã: o Benfica nunca ganhou na Alemanha. Do pote 4 recebemos uma viagem longa (Televive), com tantas peras doces aqui tão perto. Não gostei nada do destino, mas estou desejoso que o destino me mostre que estou completamente errado. Espero esta época ter muito mais sorteios para ficar amuado.
Este Agosto nunca mais acaba, e bem que podia acabar com uma vitória sobre o Setúbal, de preferência tranquila.

In ABola

Obrigado amigo Benfica 73 

agosto 26, 2010

Crónica Semanal de Leonor Pinhão

Até 19 de Setembro, que ninguém se enerve!

NÃO é a primeira vez nem será, porventura, a última que as circunstâncias me obrigam a partilhar com os caríssimos leitores algumas noções que me foram ensinadas na infância pelo meu avô, um grande educador no que diz respeito ao comportamento minimamente exigível ao mais comum dos adeptos do Benfica, quer em público quer em privado.
Ora aprendam, se quiserem, com este episódio ocorrido há muitos, muitos anos, quando a CUF do Barreiro militava na divisão principal e, pelo final de uma tarde cinzenta de domingo, o bordo de um barco fervilhante de indignação, regressávamos os dois a Lisboa depois de uma derrota do Glorioso no campo da CUF.
A falange benfiquista lotava o cacilheiro e tal como as águas de Tejo espelhavam o céu, as conversas, em tom alto e desabrido, espelhavam o desânimo, a revolta, a intolerância dos passageiros esbaforidos perante o resultado do jogo.
Sentados lado a lado, ouvíamos o troar dos debates exaltados e de tal modo que o barco parecia navegar por vontade própria, abafado que fora pela barulheira o roncar do motor. O chinfrim, a mim, não me dizia nada. Naturalmente o que eu queria, naquele instante confuso que precede todas as crises de fé, era ouvir a opinião do meu avô.
- Foi muito mau perder, não foi? – perguntei-lhe em voz baixa.
- Quanto mais o Benfica perde mais eu gosto do Benfica – respondeu-me num tom peremptório e suficientemente alto para que os passageiros mais próximos o ouvissem e se calassem, momentaneamente embaraçados pela tirada do ancião que não admitia discussões. Mesmo assim, passado o pasmo inicial, houve logo quem pretendesse arrastar o meu avô para concordâncias fáceis.
- Mas não acha que Fulano não jogou nada? E que Sicrano está gordo? E que Beltrano não tem categoria para vestir a nossa camisola?
À espera da resposta, cravaram-se no velho uma dúzia de pares de olhos espevitados pela curiosidade que não foi satisfeita.
- Olhe, amigo, para mim dizer mal de qualquer jogador do Benfica é mais feio do que cuspir na sopa.
E acabou-se ali a conversa. Pelo menos naquele recanto daquele cacilheiro naquela viagem depois de uma derrota do Glorioso no campo da CUF do Barreiro.

agosto 25, 2010

Tempo Útil _ João Gobern


De mãos a abanar

Nem os portistas mais convictos nem os benfiquistas mais céticos, do alto das suas conjeturas e adivinhações, poderiam prever que os do Norte consumassem, ao encerrar da sua jornada, uma vantagem pontual que já pode considerar-se bastante interessante (seis pontos é mais coisa de segunda metade de campeonato), e que os do Sul contabilizassem já – nos mesmos dois jogos – um número de derrotas semelhante ao de toda a prova a época passada. Se a dupla vitória do FC Porto nada tem de anormal, até porque Villas-Boas parece gozar da estrelinha dos predestinados para começar a ganhar ainda antes de mostrar serviço (exceção feita à Supertaça, em que manietou o Benfica), a dupla derrota do campeão nacional veio lançar nuvens sobre “o novo ciclo” e dúvidas sobre algumas das mudanças operadas por Jorge Jesus.
É verdade que Gaitán e Jara (este um jogador de fibra e de combate, como qualquer adepto gosta de ver) ainda estão longe de fazer esquecer Di María e Ramires. Não é menos certo que, até à próxima terça-feira, 31, ainda pode haver quem sonhe com outras paragens e, fundamentalmente, com outros ordenados, acabando por se deixar afetar. Depois, há que ter em consideração as novidades (um sistema 4x3x3 mas à moda de Jorge Jesus) e as falhas (a pressão alta que tantos frutos deu no passado recente) da responsabilidade de Jorge Jesus. Dirão os mais entusiastas que o fator sorte não tem ajudado e que as bolas que entravam antes ficam agora “à porta”. Pode, também, começar a fazer-se coleção dos penáltis que ficam por marcar a favor do Benfica, enquanto são assinalados a favor dos rivais.
Com tudo isto, o alvo mais imediato para o “tiro ao boneco” é mesmo Roberto. Quero acreditar que uma gestão vitoriosa e corajosa não teve um assomo de loucura quando decidiu pagar 8,5 milhões por um guarda-redes. Acredito que, com tempo e com muito trabalho nos treinos, Roberto possa ainda vir a “justificar os cacaus”. Acontece que não só foi a contratação mais cara da época benfiquista como lhe cabe em sorte a substituição de Quim, que (injustamente) nunca terá sido um bem-amado mas soube ir conquistando o respeito até dos que não eram seus fãs. A comparação é desastrosa para o espanhol, que grita de mais, treme de mais, hesita de mais, enerva-se de mais, enerva de mais os outros, paralisa de mais… e sofre golos a um ritmo insuportável para o Benfica. Que, como já se percebeu, não tem mais tempo para o levar ao colo, sob pena de todos os prejuízos com os insucessos da época se juntarem à fatura do guardião.
A ideia de um empréstimo de Roberto com regresso lá mais para diante e a descoberta de um experiente que dê garantias imediatas parece a melhor solução. Mas ainda será possível?

In Record

agosto 24, 2010

Com amigos assim quem precisa de inimigos!!!!!!


Um aviso aos benfiquistas

A recente publicação - como sempre anónima - de um post, num outro blogue benfiquista, sobre a forma como alegadamente o presidente do Benfica não consegue separar negócios pessoais com interesses do clube, leva-me a contar um episódio, que se passou, num dos últimos dias, que antecederam a realização do anterior acto eleitoral do Benfica. Se bem se lembram, uma decisão de um Tribunal da Comarca de Lisboa, decretou uma providência cautelar que impedia que o presidente recandidato se apresentasse a eleições. Nessa mesma noite, o Movimento Benfica Vencer Vencer, que já tinha tomado a decisão de não se apresentar a eleições, pelas razões que todos conhecem, reuniu-se para debater a situação no clube e, sobretudo, a iminência de Bruno Carvalho se apresentar sozinho a eleições.

O mesmo Bruno Carvalho que, meses antes, suplicara pelo apoio de algumas das figuras emergentes do Movimento e que, depois, em campanha, acabou por escarnecer de algumas delas, para ganhar os votos fáceis de meia dúzia de apaniguados. O que é verdade é que a situação chegou a parecer assustadora, porque, no limite, escolher entre Luis Filipe Vieira e Bruno Carvalho, por muito que isso pudesse doer a alguns dos integrantes do Movimento, nem devia ser motivo para hesitar.

Acontece, porém, que essa reunião, mais do que qualquer outra, foi, para mim e outras pessoas que iniciaram o Movimento, esclarecedora. De um lado, os que defendiam, como eu, que tínhamos de avançar, se o tribunal confirmasse a impossibilidade de Vieira se recandidatar e, do outro, todos aqueles que estavam no Movimento, por ressentimento puro, contra o presidente do clube.

Como sabem, nunca escondi que não simpatizo com Luis Filipe Vieira. E até tenho razões pessoais para não simpatizar. Quando fui director de comunicação do Vitória de Guimarães, cheguei a pedir ao presidente do clube, autorização para não estar presente no jantar de direcções, num jogo entre ambos os clubes, para não ter de cumprimentar o presidente do Benfica. Fi-lo, porque não sou hipócrita e porque sei que a antipatia é mútua e, portanto, não gosto de disfarces de circustância.

Mas não confundo as coisas. O facto de não gostar pessoalmente de Luis Filipe Vieira, não pode legitimar qualquer espécie de ataque ao Benfica. E o que se discutiu, nessa noite, insisto por ressentimento puro, foi um ataque ao Benfica, porque algumas dessas pessoas, achavam que o Movimento não devia fazer nada, deixando que Bruno Carvalho se candidatasse sozinho e até apoiando juridicamente a insistência do candidato em ganhar as eleições na secretaria, permitindo que um novo aventureiro chegasse à presidência do Benfica, depois de Vale e Azevedo.

Recordo nessa noite a intervenção de Fernando Tavares, sempre uma das pessoas mais lúcidas do Movimento, ameaçando que ele próprio terminaria a sua intervenção ali mesmo, nessa noite, se algumas pessoas insistissem em confundir estratégia eleitoral com vinganças pessoais. Outras pessoas, como o médico João Varandas, o juiz Rui Rangel, alertaram para os perigos que seria deixar Bruno Carvalho sozinho, nas eleições. Pelo que, pela noite dentro, foi fácil encontrar uma larga maioria de benfiquista que decidiu ir a votos, se se confirmasse, no dia seguinte, a indisponibilidade de Vieira.

Conto isto, porquê? Porque Vieira tem muitos inimigos, demasiados inimigos. Muitos deles, por culpa própria, porque não dá valor às pessoas e a uma coisa que dificilmente se perdoa...lealdade. E muitos desses inimigos não lhe perdoam, até ao dia em que o virem sair do clube. Para mim, como sabem, isso pode nem ser uma tragédia, desde que o clube fique em boas mãos. E por isso é que os benfiquistas devem ser cuidadosos com a leitura que fazem do muito que é escrito, na imprensa e sobretudo nos blogues.

E principalmente, devem manter o sangue-frio, porque, curiosamente, estas coisas só acontecem quando o Benfica perde. E quando acontecem, tudo parece concertado. Há demasiados interesses à volta do Benfica, há demasiado ressentimento à volta do presidente do clube e, no meio, os benfiquistas que são muitos, são intolerantes com a derrota e influenciáveis com o desânimo.

Para tudo isto, há um remédio. É fazer o que eu faço e outros benfiquistas que conheço. Apoiar a equipa, apoiar o treinador, os jogadores e acreditar que ninguém perde campeonatos em Agosto. Quanto ao resto, acreditem no que vos digo, não se metam numa guerra que não é vossa. E nunca perder de vista que o adversário está situado a Norte e está a recuperar forças, enquanto os benfiquistas se divertem com este actual espectáculo fracticida, que ameaça dividir o clube e estagnar as conquistas.
José Marinho 

Obrigado especial ao  'Mágico SLB'

Artigo de Opinião _ Marta Rebelo





Salvio quem puder 

Salvio gastou 2 segundos a decidir-se pelo Benfica. Mesmo com uma investida de baixo nível do FCP, que não precisa de extremos, mas se é para o SLB ficar descalço, vale mesmo tudo. Neste momento, Villas-Boas e patrões indagam: para quê o trabalho? Em menos de 2 segundos Roberto dá cabo de qualquer pretensão gloriosa a vitórias. Não admira que a águia se recuse a voar. Eu não ocupo o meu cativo enquanto esta nódoa de 1,93 m, que alguém convenceu servir para guarda-redes, estiver à baliza do Benfica.
Domingo devolveu-me ao horror, com o “pesadelo amarelo” a ser mandado para casa na primeira página. Tenho 3 questões: porque é que pagámos 8,5 M€ ao Atlético por Roberto, clube cujas malhas foram violadas cinco vezes logo na sua estreia, e que ao fim de 3 jogos o pôs a caminho do Saragoça para não mais voltar? Porque é que o mister continua a mantê-lo na baliza, defendem-se que interesses? Do Benfica não! Sábado morreu a dúvida. E o que é que se passa com Jesus, que antes do apito inicial de Pedro Proença já revelava um semblante transtornado? Levaram-lhe Di María e Ramires, não lhe deram os reforços que quis, mas deram-lhe Roberto, que desejou e tanto defende. O mister não passou a besta, é bestial. Mas e a leitura de jogo?
Só reconheceria o Jesus de 2009/10 com a substituição liminar de Roberto aos 66’. Sem dó ou piedade. David Luiz deve estar tão arrependido de não ter saído. Fábio não chega para tudo. Pablito não chega para mais de 30’, Carlos Martins tinha de ser titular. Cardozo até conseguiu ser “batido” por um super-Savi de 1,68m num remate de cabeça, e ainda assim ficou em campo. Os treinadores já mandam os jogadores tirar faltas do lado direito, porque ali Roberto nem chega. ACABOU-SE! O custo já não conta. Salvio quem puder, mas duvido que haja quem possa.


 In Record

Obrigado amigo Benfica 73

agosto 23, 2010

Email Aberto _ Domingos Amaral

The end

From: Domingos Amaral
To: Roberto

Caro Roberto
Aos 18 minutos do jogo com o Nacional, houve um livre contra o Benfica. A bola veio cair à entrada da pequena área, e tu subiste…e deixaste-a passar. Não houve soco para a frente, palmada para o lado, nada. Ela passou por ti e, sem ninguém lhe tocar, lá seguiu e saiu pela linha de fundo, não dando golo porque não foi à baliza. Esta jogada define o que tu vales, que é, infelizmente para nós, muito pouco.
Quando se compra uma casa cara, um carro caro, um bife caro, espera-se que eles sejam bons, que não tenham canos furados, transmissões partidas ou nervos. Comprando caro, a cobrança sobe, o risco diminui, e é esse o teu calvário. Oito milhões de euros é demasiado dinheiro para quem comete erros de principiante, e foram muitos desde o início da pré-época. O teu preço obrigava a que fosses muito bom, e não medíocre, como tens sido em quase todos os jogos. É evidente que não tens culpa que os avançados não marquem, mas isso não te iliba ou absolve. A derrota de ontem é culpa tua, mas os 3 pontos perdemo-los todos. Por isso, digo-te: acabou.
Sim, acabou o teu tempo na Luz. Terás de aprender muito e melhorar muito para voltares a ser guarda-redes titular de uma equipa de topo. Resta-te pois sair, discretamente, pela porta pequena. Não há mais margem de erro, mais tolerância. Jorge Jesus tem de aceitar que errou e seguir em frente. E tu voltarás para uma equipa de segunda categoria num campeonato qualquer, de onde nunca devias ter saído. Dos fracos não reza a história.

In Record

Obrigado amigo Benfica 73 

agosto 21, 2010

Crónica Semanal do Ricardo Araújo Pereira

 Uma semana humilhante

A derrota do Benfica em casa, frente à Académica, não pode deixar de ser considerada humilhante. Humilhante para o Porto, bem entendido: em tão pouco tempo e com um plantel muito semelhante, Jorge Costa já está a fazer melhor do que André Villas-Boas. Quem assistiu, no ano passado, à derrota da Académica de Villas-Boas no Estádio da Luz por 4-0 constata sem dificuldades que a Académica de Jorge Costa está muito mais bem orientada.
Como se a vergonha do fim-de-semana não bastasse, o Porto viria a ser reincidente na desonra dias depois, perdendo Salvio para o Benfica. Ciente da dimensão do enxovalho, André Villas-Boas tentou fingir que o que toda a gente sabia era mentira numa conferência de imprensa em que, por incrível que pareça, não usou uma vez que fosse a palavra «exacerbação». Disse o treinador do Porto que, se o seu clube estivesse interessado em Salvio, o jogador estaria no plantel - uma vez que os portistas se antecipam ao Benfica nas contratações sempre que o desejam. Sem querer exacerbar, todos sabemos que tal não é verdade. Se o Porto conseguisse roubar ao Benfica todos os profissionais que interessam a ambos os clubes, a esta hora Villas-Boas ainda seria treinador da Académica.

PAULO SÉRGIO prepara-se para, no espaço de cerca de três meses, colocar duas equipas fora da Liga Europa. Julgo que estamos perante um especialista. Primeiro foi o Guimarães, afastado das competições europeias no último jogo do campeonato pelo Marítimo, e agora é o Sporting, que está prestes a ser eliminado pelo poderoso Brondby. Na mesma semana, o treinador do Sporting disse que tinha a melhor equipa do Mundo e perdeu em Paços de Ferreira, e depois disse que o Sporting era favorito em todos os jogos e perdeu em Alvalade. Não me surpreende que a melhor equipa do Mundo perca em Paços de Ferreira. O que acho verdadeiramente estranho é que Anderson Polga consiga ser titular na melhor equipa do Mundo.

OUÇO dizer que os jornalistas do Expresso captaram boas declarações de Pinto da Costa. Não li a entrevista, mas custa-me a crer que sejam melhores que as declarações que a Judiciária captou e ainda pontificam no YouTube. Sem querer beliscar o brio profissional dos jornalistas que, ao longo dos anos, têm entrevistado Pinto da Costa, é apenas justo referir que meia dúzia de polícias fizeram melhor jornalismo – e sem precisarem de colocar uma única pergunta. Quando se tem talento…

É impressionante o modo como Carlos Queiroz, um treinador cujas equipas praticam um futebol tão pouco emocionante, consegue despertar tantas emoções fora do relvado. Dificilmente se chegará a um consenso a propósito deste intrincado caso disciplinar. Quem tem razão? Queiroz? A brigada antidoping? As amostras de urina? É difícil dizer, sobretudo quando ainda ninguém concorda sobre a prestação de Portugal no Campeonato do Mundo. Foi boa ou má? É verdade que a Selecção só foi eliminada pela equipa campeã do Mundo, mas não é menos verdade que Portugal não consegui marcar um único golo a quartetos defensivos que não fossem formados por Ji Yun-nam, Ri Kwang-chon, Ri Jun-li e Pak Chol-jin. Todos os defesas que neste momento não se encontram em campos de trabalhos forçados revelaram-se intransponíveis para a estratégia ofensiva portuguesa. Sim, mas seria realista esperar que Portugal conseguisse a proeza sobre-humana de bater a Espanha? Bom, a Suíça conseguiu. Digamos que não era propriamente impossível. Creio que o grande problema da Selecção é que Carlos Queiroz só joga ao ataque nas entrevistas ao Expresso. No entanto, não sou daqueles que dizem que o futuro é negro. Se a federação conseguir arranjar maneira de suspender Queiroz até Agosto de 2012, julgo que Portugal tem boas hipóteses de se sagrar campeão da Europa.

In ABola

Obrigado amigo Benfica 73

Aqui á Gato _ Miguel Góis

O processo
 
Lembro-me de ler há umas semanas na revista “Sábado” uma resenha dos ataques de fúria de Carlos Queiroz. Segundo a reportagem, o seleccionador insultou em Durban adeptos portugueses logo pela fresquinha só porque estavam a falar um bocadinho alto no hall do hotel. E na Cidade do Cabo só havia uma sala para jantar e ainda assim expulsou o pessoal de apoio da Federação da sala onde comia a equipa. Terá chegado mesmo a fazer ultimatos aos cozinheiros da comitiva no sentido de a canja não ter ovos. Dito isto, não sendo propriamente um acérrimo defensor de Carlos Queiroz, se tivéssemos sido campeões do mundo, a mesmíssima reportagem, sem tirar nem pôr, poderia servir de panegírico ao seleccionador: nesse contexto, ilustraria o empenho heróico com que Queiroz tinha protegido o grupo de trabalho. O que ele estimulava o sono dos jogadores (para além do que, com as suas palestras antes dos jogos, tem feito nesse capitulo) … O que ele fortalecia o espírito de grupo às refeições… O que ele fez para pôr em causa o peso que o lóbi da avicultura tinha junto da Federação Portuguesa de Futebol…

Isto para dizer que o processo disciplinar instaurado a Carlos Queiroz passa a imagem – errada, no meu entender – de que ele é um seleccionador intrépido. Ora, este é um dos equívocos deste processo disciplinar. Está-se a castigar Carlos Queiroz por ele ser Luiz Felipe Scolari, e não por ele ser Carlos Queiroz. Neste último caso, para que não haja dúvidas, mereceria claramente ser punido. Se tivesse que escolher, preferia que tivesse castigado a passividade de Queiroz durante as partidas contra a Costa de Marfim, o Brasil e a Espanha do que a sua ferocidade para com os médicos do controlo antidoping.
 

Artigo de Opinião _ Sílvio Cervan

O Benfica está Salv(i)o
HÁ coisas em que o Porto não mostra a mesma eficiência. Em condições normais não deixaria de ter desviado (termo normalmente usado pelos jornais afectos aos azuis e brancos) Salvio da rota da Luz. Desta vez além de perder o argentino, ainda deixou que a imprensa de ontem na sua esmagadora maioria desse a noticia do desvio, estando a massa associativa do Dragão a ler o jornal e a tomar o pequeno-almoço trocista, enquanto o jovem argentino assinava com o Benfica.
Há coisas hilariantes e há que ter esperança no James Rodrigues fera que 70% do passe custou tanto como Saviola. A mesma eficácia mantém-se contido dentro das quatro linhas, porque quando se joga mal e não se marca, sempre aparece uma mão amiga que resolve o que Hulk e outros incríveis não conseguem. O Porto sabe que neste inicio de época ganhar é o principal. Que o digam Benfica e Sporting que jogando até melhor que o rival, perderam aos seus jogos, sendo certo que não tiveram nem mão amiga nem apito devido.
Mas convém centrar no essencial que é não perder mais pontos e recuperar uma qualidade exibicional que nos ponha a salvo das arbitragens da meia dúzia que conhecemos. Precisamos do rolo compressor que cilindrou aspirações adversárias na última época e Jesus sabe disso. Na deslocação à Madeira encontraremos os perigos habituais e ainda não temos aquela confiança e rotina que nos dê absoluta garantia mas estou certo que conseguiremos manter a rota.
Agora que o Benfica está Salv(i)o vamos conquistar o título.
Vergonhoso todo o processo Carlos Queiroz, reflexo do nosso futebol, mas sobretudo do carácter (ou falta dele), e da forma de actuar que reina no nosso futebol. Se não contam com o seleccionador (e há varias razoes para existir descontentamento) sentam-se, negoceiam, pagam e honram o nome do País. Isto é pior dos exemplos no pior dos pântanos…
In ABola

agosto 19, 2010

Salvio: «Decidi em dois segundos»


Salvio preferiu águias ao fc porto

Eduardo Salvio foi esta quinta-feira apresentado como reforço do Benfica. O argentino chega a Lisboa por empréstimo do Atlético Madrid até final da época e explicou que não teve dúvidas na hora da decisão.
Cobiçado também pelo FC Porto, entre outras formações, o extremo argentino demonstrou sempre a sua preferência. "Havia essa oferta, mas só quero falar agora do Benfica. Tinha ofertas de varias clubes, de Itália, de Espanha mas quando soube do interesse do Benfica quis logo vir. Queria jogar a Liga dos Campeões, por isso fiquei contente", afirmou na sala de imprensa da Luz, frisando que decidiu o seu futuro "em dois segundos".
Quando aos objetivos nesta nova fase da carreira, o internacional argentino espera "fazer uma grande época". Salvio define-se como um jogador "que marca golos, rápido e explosivo" e confessa que foi aconselhado por Simão e Tiago, ex-colegas no Vicente Calderón. "Falaram muito bem do Benfica".
Treina esta tarde
Apresentado esta quinta-feira de manhã, Salvio irá treinar pela primeira vez com os novos colegas já esta tarde, revelou Rui Costa no final da conferência.

In Record

agosto 17, 2010

Crónica Semanal do Ricardo Araújo Pereira

 De regresso após as férias e não vou comentar esta 1ª jornada da Liga, ainda estou a digerir.

 In ABola

A andorinha e a Primavera

O principal acontecimento desta semana deve ter intrigado a generalidade dos comentadores – quer os cronistas que escrevem colunas de opinião, quer os que preferem publicar opiniões que não são as suas com o objectivo de interferir nos jogos espicaçando jogadores. O fenómeno é simples: a equipa que acabou de ganhar brilhantemente o campeonato passou a ser péssima no espaço de uma hora e meia. Não é fácil. Requer talento. A metamorfose do Porto, que se transformou na melhor equipa do mundo no mesmo lapso temporal, não é tão impressionante. É certo que, até ao passado sábado, a equipa do Porto era um conjunto de jogadores pouco ambiciosos, à imagem do amorfo Jesualdo Ferreira, e precisava urgentemente de reforços se queria fazer melhor que o justíssimo terceiro lugar em que tinha terminado a época. Mas só às segundas, quartas e sextas. Às terças, quintas e sábados, o Porto era uma equipa que, se não tivesse sido injustiçada pelas punições sofridas por jogadores inocentes que, coitados, se limitaram a participar em espancamentos, teria sido campeã com 30 pontos de avanço – ou não fosse treinada pelo competente Jesualdo Ferreira.

O próprio André Villas Boas – que, além de ser o mais novo vencedor da Supertaça, é o primeiro treinador do mundo a usar por quatro vezes a palavra «exacerbação» na mesma conferência de imprensa – recordou, aliás de forma um pouco exacerbada, que o Porto do ano anterior só não tinha ganho por causa das injustiças, observação que constitui uma crítica a Pinto da Costa pelo despedimento de Jesualdo Ferreira, o que acaba por ser razoavelmente exacerbador. E é assim que a equipa que, ainda não há seis meses, levou três secos daquele Sporting que acabou a 28 pontos do primeiro, se encontra no topo do futebol português. Pelos vistos, no futebol, por morrer uma andorinha acaba a Primavera. E por morrer um abutre acaba a exacerbação.

Quanto ao Benfica, se é possível encontrar algum aspecto positivo no meio desta horrível hecatombe que foi o facto de termos perdido um jogo, talvez seja consolador registar que, num jogo em que tudo nos corre mal e não jogámos mesmo nada, o pior que nos pode acontecer é perdermos 2-0 com o Porto.

O Braga entrou na nova época com uma vitória clara por 3-1. À atenção do Porto: a luta pelo segundo lugar vai continuar a ser dura. Talvez não seja boa ideia voltar a emprestar jogadores ao principal rival em Janeiro. Fica a sugestão.

E ainda

agosto 01, 2010

Férias no Blog


Estou de férias e onde a net portátil do meu operador não é grande coisa, o que faz com não possa actualizar o blog como desejava.

Sempre que possível será actualizado.


Grandes Vitórias e conquista de Troféus ao SLBenfica.
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