julho 28, 2011

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva





Angústia na Luz

No princípio da época passada quem foram as grandes vítimas dos sócios do Benfica? Eu recordo: Roberto e Cardozo. Estes dois jogadores foram assobiados pelos próprios adeptos! E isso criou-lhes naturalmente uma ansiedade que se refletiria pela época fora.

Um dos grandes problemas do Benfica é a enorme pressão que hoje existe sobre o guarda-redes e o ponta-de-lança: um porque deixa entrar bolas defensáveis, outro porque não marca bolas fáceis.

E este problema pode continuar a existir esta época. Suponhamos que Artur Morais dá um frango monumental na Luz. Já pensámos no que isso representa? A angústia regressará às bancadas, onde o fantasma de Roberto voltará a pairar. E se Jesus meter Eduardo no jogo seguinte, já se pensou na pressão que existirá sobre este, sabendo que o menor erro será a morte do artista?

Neste aspeto, penso que a sua contratação foi um erro, pois retira confiança a Artur – e era disso que ele precisava para estabilizar no lugar.

Cardozo não tem a pressão de um substituto, mas tem à mesma a pressão da bancada. Aliás, um dos motivos do seu aparente desconforto no Benfica será exatamente este: ele sabe que não lhe perdoarão falhanços. Que não dispõe de margem de erro. E isso pode ter um efeito perverso: levá-lo a falhar ainda mais, a perder golos feitos, como já aconteceu há um ano.

Julgo que os adeptos do Benfica deveriam refletir um pouco sobre isto – e perceber que, ao colocarem demasiada pressão sobre determinados jogadores, estão a prejudicar a equipa. E a comprometer os seus próprios sonhos.


 In  Record

Revista "Mística"


Edição n.º 16
Nova época em destaque

Numa edição que destaca na capa Nemanja Matic, Artur Moraes e Axel Witsel, é, obviamente, da nova temporada e de reforços que se fala. Sete páginas dedicadas ao Benfica 2011/2012 que passam a pré-época em revista e apresentam as caras que no próximo ano vão dar muitas alegrias aos adeptos. Entre os reforços, destaque para o “Chuta-Chuta”. Eleito “Craque” do Brasileirão, em 2010, o “meia” Bruno César foi conhecer Lisboa com a Mística e, em troca, desvenda os caminhos que o trouxeram à Luz.

A nova revista Mística apresenta também os equipamentos com que o clube vai enfrentar os grandes desafios da temporada, revela as novas águias que vão brilhar no início dos encontros em casa e recupera a vitória da Taça CERS numa conversa a duas gerações. E já que se fala de gerações, o director da Fundação Benfica aponta, em entrevista, a direcção a seguir para deixar a marca “encarnada” na prevenção de comportamentos desviantes e promoção do sucesso educativo de crianças e jovens.

A fechar a revista, há um adepto que puxa dos galões para dizer que não veste a camisola… porque prefere guardar cada “manto sagrado” como uma verdadeira relíquia. E há também uma boa notícia e uma má recordação: Para quem ainda não sabia, o Tim, dos Xutos, é um benfiquista da pesada; e um acontecimento que ainda hoje não nos deixa de impressionar: O episódio do Grande Torino, uma tragédia com mais de 60 anos mas que a Mística, e o Benfica, não esquecem. A revista Mística 16 chega amanhã às bancas de todo o País.

julho 27, 2011

SL Benfica 2 – Trabzonspor 0



Nolito desata nó turco

O Sport Lisboa e Benfica recebeu o Trabzonspor para a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões e cumpriu com uma vitória por 2-0. Os golos só apareceram na segunda parte, num encontro que ficou marcado pela atitude ultra-defensiva dos turcos. Segue-se a viagem a Istambul.

O Estádio da Luz assistiu a um início de encontro muito agitado, com o Benfica a assumir as despesas do jogo, uma vez que a táctica dos turcos não era muito difícil de analisar. Aos três minutos surgiram duas grandes oportunidades para a formação de Jorge Jesus. Primeiro foi Saviola a aproveitar um alívio infeliz do guardião Zengin, que se redimiu com categoria, através de uma defesa quase impossível a uma tentativa de chapéu de Gaitán.

Na sequência do pontapé de canto, Aimar levantou para o primeiro poste, onde Luisão desviou para o “sítio do costume” de Saviola nestes lances de bola parada. O argentino acabou por chegar ligeiramente atrasado, fazendo abanar as redes laterais do Trabzonspor.

A equipa treinada por Senol Günes assustou-se e ainda se retraiu mais, aproveitando todos os momentos para praticar um anti-jogo, infelizmente, bem conseguido na primeira parte, além de alguns lances de teatro dignos de um Tony Award. Para a segunda parte esperava-se uma atitude mais positiva por parte dos turcos.

A etapa complementar até começou com dois contra-ataques adversários, mas foram sempre apanhados em fora-de-jogo, devido ao bom entrosamento dos defesas centrais Luisão e Garay, que se estrearam juntos. A muralha defensiva continuava a dificultar a vida ao ataque “encarnado” que ia apostando em remates de longe, como foi o caso de Aimar, que aos 57 minutos atirou por cima da barra.

A pressão acentuava-se e o golo inaugural era quase uma certeza e só não o foi aos 66 minutos, porque Saviola tirou tinta ao poste da baliza de Zengin. Volvidos quatro minutos, Nolito conseguiu, finalmente, inaugurar o marcador. O espanhol apostou na velocidade, tabelou com Aimar e finalizou com estilo, levando os mais de 37 mil adeptos do Benfica ao rubro.

Poucos segundos depois de se reiniciar a partida, o árbitro Stephan Studer da Suíça não viu um Penálti claríssimo de Balci, que cortou a bola com a mão, quando Nolito se preparava para fazer o segundo tento. O único lance de ataque digno de registo do Trabzonspor aconteceu ao 77 minutos, quando Yilmaz rematou para intervenção segura de Artur Moraes.

A margem mínima não era suficientemente satisfatória, por isso, Gaitán abriu o livro! Witsel ofereceu o esférico ao argentino, que depois de a receber com categoria, aplicou-lhe um pontapé mágico, que só parou no ângulo. Mais um momento memorável de Nico Gaitán, que será certamente recordado por muitos anos.

O 2-0 abre boas perspectivas para a segunda mão que se vai realizar no próximo dia 3 de Agosto, no Estádio Atatürk Olimpiyat, em Istambul, uma vez que obriga os turcos a terem outra atitude em campo e a abrir mais espaços no sector mais recuado.

O Sport Lisboa e Benfica apresentou o seguinte onze: Artur, Emerson, Luisão, Garay, Ruben Amorim (Maxi Pereira 64’), Javi García, Enzo Pérez (Nolito 53’), Nico Gaitán, Pablo Aimar (Witsel 74’), Saviola e Cardozo.

Texto: Frederico da Costa Branco 

In  SLBenfica

julho 26, 2011

Email Aberto _ Domingos Amaral


Novos ricos

From: Domingos Amaral
To: Luís Filipe Vieira

Caro Luís Filipe Vieira
Quando estamos mortos de sede, o primeiro copo de água é fantástico, o segundo necessário, o terceiro um pouco forçado e o quarto insuportável. Chama-se a isto a lei das utilidades marginais decrescentes, e também se pode aplicar à dor.

À primeira, dói muito; à segunda, ainda dói; à quarta ou quinta vez, já não dói nada. Vem isto a propósito do suposto “desvio” de Alex Sandro e Danilo do Benfica para o FC Porto. São mais dois numa longa lista de “desviados”, sempre apresentados como um “drama” pela comunicação social, mas para nós nem chegam a um beliscão. Ainda para mais neste caso.

Senão vejamos: à esquerda, em poucos dias, o Benfica contratou baratinho um bom lateral, campeão de França (Emerson); e muito barato um excelente lateral, campeão da Europa e do Mundo (Capdevila). À direita, não precisávamos de comprar ninguém porque temos, apenas, o melhor lateral a jogar em Portugal, e um dos melhores do Mundo (Maxi Pereira). Portanto, o FC Porto gastou 23 milhões de euros, leiam bem, 23 milhões de euros (!) para “desviar” dois jogadores de que o Benfica ou não necessitava, ou substituiu num abrir e fechar de olhos! Ainda bem que o senhor não enfiou esses barretes.

Se o FC Porto se transformou num capitalista barrigudo e novo rico, com charuto na boca e notas a transbordar do bolso, é lá com eles. Eu ainda sou do tempo em que o FC Porto comprava laterais por 500 mil euros e os vendia por 15 milhões, como Cissokho. Agora, compra-os quase ao preço que antes os vendia. Merece, sem dúvida, o prémio da melhor gestão. Em Portugal e arredores. 

 In  Record

julho 25, 2011

julho 24, 2011

Vanessa Fernandes ganha em Abrantes


REGRESSO SURPRESA À COMPETIÇÃO

Vanessa Fernandes regressou este domingo às competições após longo jejum e logo com uma vitória surpreendente no Triatlo de Abrantes, pontuável para a Taça de Portugal.

A vice-campeã olímpica em Pequim surgiu em Abrantes acompanhada de todo o staff que trabalha na sua recuperação. 

    In  Record

julho 23, 2011

Telma Monteiro conquista ouro


Etapa de Hamburgo da Taça Europa

A judoca portuguesa Telma Monteiro conquistou este sábado a medalha de ouro na etapa de Hamburgo da Taça Europa, ao derrotar a britânica Sophie Cox na final da categoria de -57kg.

Na caminhada para a final, a atleta do Benfica eliminou a britânica Sophie Johnstone, a suíça Larissa Csatari e a alemã Hannah Brück.

No combate decisivo, Telma Monteiro esteve a perder até 46 segundos do final, quando protagonizou uma reviravolta na final, sustendo depois todos os ataques da britânica.

Na categoria de -48 kg, Leandra Freitas chegou às meias-finais, fase em que perdeu com a ucraniana Olga Sukha, sendo igualmente derrotada no combate de atribuição da medalha de bronze, frente à alemã Michaela Baschin.

André Alves foi eliminado na segunda ronda do quadro principal da categoria de -73 kg pelo alemão Karl Schöneburg, caindo na mesma fase da repescagem, num combate com o austríaco Marcel Ott.

No domingo, Yahima Ramirez vai competir na categoria de -78Kg. 

   In  Record

julho 21, 2011

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Transferências

Muita gente espanta-se com a quantidade de jogadores que os clubes grandes contratam todos os anos. Há épocas em que o recorde pertence ao FC Porto, outras ao Sporting e outras ainda ao Benfica – como sucede agora.

Tem-se dito que os clubes, em vez de comprarem uma dúzia de jogadores “verdes”, deviam comprar dois ou três consagrados. Quem o diz ainda não percebeu a única forma de gestão sustentável dos clubes portugueses. O Benfica ou o Porto não são o Real Madrid ou o Manchester United: não têm condições para comprar grandes estrelas mundiais. Assim, precisam de fazer exatamente o contrário: comprar em mercados baratos muitos jogadores que ainda não desabrocharam – tentando depois valorizá-los para os vender caro.

E é preciso comprar em quantidade porque, para aparecer um Hulk, um Di María ou um David Luiz, é preciso contratar 10. Não basta ter bons olheiros. Há jogadores ótimos nos seus campeonatos que depois não se adaptam às exigências e competitividade do futebol europeu.

Para a aposta resultar, é preciso ainda outra coisa: ter uma equipa técnica capaz de potenciar os jogadores. Jesus já mostrou talento para isso (catapultou Di María, “inventou” Coentrão, potenciou Salvio), Paciência tem condições para o fazer (espremeu ao máximo os jogadores do Braga) e Vítor Pereira não se sabe.

O negócio do futebol mudou. Comprar jogadores em mercados baratos, valorizá-los, mostrá-los ao Mundo e vendê-los caro é a estratégia de sobrevivência possível dos clubes portugueses. Nesta lógica, só não percebo a contratação de Eduardo e a possível troca por Urreta.

   In  Record

Capdevila já assinou


Dois anos de contrato e cláusula de 20 milhões

O Benfica confirmou na sua página no Facebook a contratação de Capdevila. O espanhol chegou a Lisboa esta manhã e dirigiu-se de imediato para o Estádio da Luz, onde conheceu as instalações e assinou contrato.

O contrato do lateral esquerdo é válido por duas épocas e a cláusula de rescisão é de 20 milhões.

Capdevila vai ser apresentado às 15 horas.


In  Record

Garay: «É um estádio incrível»


ARGENTINO GOSTOU DA RECEÇÃO DOS ADEPTOS

O argentino Ezequiel Garay pode ter chegado apens esta quarta-feira a Lisboa, mas entrou em campo com "ganas" e mostrou aquilo que vale. O ex-Real Madrid agradeceu a receção dos adeptos e promete dar tudo com a camisola encarnada.

"Os colegas receberam-me muito bem. É um estádio incrível e ainda bem que joguei hoje. Os adeptos receberam-me também muito bem e apoiram-me muito", começou por dizer, em declarações à Benfica TV

"Temos que nos preparar todos os dias para melhorar. Todos os que cá estão querem jogar e agora queremos concentrar-nos na Liga dos Campeões. Prometo trabalhar todos os dias para melhorar sempre", acrescentou.

   In  Record

julho 20, 2011

Sempre nos nossos corações .......MIKI FEHER



Hoje o nosso MIKLOS FEHER faria 32 anos.
Encontrei este pequeno texto aqui e pelos vistos é um excerto do livro do Simão Sabrosa:

Parte do capítulo dedicado a Miklos Fehér no livro "Simão Sabrosa, o filme do capitão.. 20 segredos de um titulo inesquecível":

"As lembranças do Miki são permanentes e foram constantes ao longo da época. Por vezes, nos estágios, ouvíamos uma música mais familiar e alguém dizia:
- O Miki gostava desta!
Ou quando jogávamos play-station e lembrávamos:
-Como o Miki era craque neste jogo!
Ou quando alguém tinha uma atitude de humildade ou de simpatia e logo nos lembrávamos:
-Olha, o Miki era assim!
O Miki era mesmo assim: humilde, simpático, amigo. O Miki era aquela fonte de vida, na flor da idade, preparado para abraçar o mundo e ser feliz."

"Os 15 jogadores do plantel que viveram aquela tragédia e os outros que perceberam rapidamente a dor imensa, lembraram sempre a memória do Miki nos momentos difíceis da época.
Era qualquer coisa que vinha cá de dentro e não se explicava. Era uma gorça mágica que nos corria o corpo e nos fazia esgotar o fôlego, superar a dor, dilatar as forças e enfrentar todas as dificuldades. Para ser sincero – posso dizê-lo agora porque ninguem descobriu antes – o Benfica jogou sempre à margem dos regulamentos neste campeonato: jogámos com 12 e ninguém viu!"

"Quando Pedro Henriques apitou para o final do jogo no Bessa, ninguém viu mas o Miki andava aos pulos e aos gritos no relvado. Ninguém viu mas ele encharcou toda a gente com repuxos de champanhe. Ninguém viu mas ele abraçou os colegas, um a um. Ninguém viu mas ele deixou rolar as lágrimas pelo rosto, com aquele sorriso inesquecivel. O Miki fez questão de morrer a sorrir porque já previa este desfecho."


Especial Obrigado ao "Viva o Benfica" e ao amigo Viriato de Viseu onde fui gamar este post.

julho 18, 2011

Crónica de João Malheiro


Coração e Coentrão

Por que será que, abrindo as janelas, aqui, em Vila do Conde, sinto um cheiro especial? É mar… é mais do que amar, também amar. É aquele mergulho gratificante na adolescência. Que tonifica, que exercita, que açula. Vila do Conde, na prosa sentida de Ruy Belo “é o lugar onde se esconde o coração”. E para quem faz da bola referência, da bola motivação, é também o lugar onde não se esconde o Coentrão.

Uns dias na terra de Régio, espraiados “entre pinhais, rio e mar”, cruzaram-me com o futebolista português mais marcante da actualidade. De origem piscatória, guerreira, muito humilde, quase indigente, Fábio Coentrão exibiu-se nas Caxinas com sorriso galático na rota milionária do mítico Real Madrid. Os conterrâneos, testemunhei-o, aplaudiram com afectação incontida, tomando o traje da glória de um dos seus.

Vila do Conde tem mais uma razão para elevar a auto-estima. A coisa vem de longe, mesmo antes da nacionalidade. Intensificou-se na época dos Descobrimentos, muitos foram os vila-condenses empenhados na gesta famosa. E que dizer dos vultos da escrita que se fixaram nesta paragem, porventura seduzidos pelos seus encantos?

No curto trajecto da Adega do Testas ao restaurante Ramon, que a gastronomia também faz de Vila do Conde património de sabores, dá para passar pela casa de Eça de Queiroz. “Se não houver vinho, bebo branco”, chegou a sentenciar. Um pouco mais abaixo, fixou-se Guerra Junqueiro, esse mesmo que também escreveu sobre “o artista a quem sobrava o génio e faltava o pão”. Ao lado, na Praça Velha, Camilo Castelo Branco deve ter revivido os amores trágicos de Simão, Teresa e Mariana, enquanto Antero de Quental, na vizinhança, já escrevia “assim, qual é a esperança que não mente”.

A esperança, vaticinou Antero, mente. Mente descaradamente. Mente mais ainda na actualidade. Mente tanto que não há mente que se não sinta demente. Mas em Vila do Conde, mas por Vila do Conde, a esperança não mente. Não faz da gente temente, faz da gente crente.

Email Aberto _ Domingos Amaral


Sombras

From: Domingos Amaral
To: Pinto da Costa

Caro Pinto da Costa
Quando apresentou o seu atual treinador, o sr. Pereira, o senhor disse que não estava nada “magoado” com Villas-Boas por ele ter ido para o Chelsea, e lançou uma das suas habituais chalaças, dizendo que “só estaria magoado se tivesse caído” de um sétimo andar. Contudo, as suas declarações desta semana mostram que ficou mesmo magoado. Agora, Villas-Boas já não tem méritos e foi-se embora porque temia a “sombra” de José Mourinho. Afinal, doeu-lhe, e muito, o par de cornos de Villas-Boas. Longe vão os tempos em que o senhor ofendia Mourinho para louvar Villas-Boas. Ainda se lembram? Foi há um par de meses, e nesse momento excitante de euforia “o André” era o maior, e a equipa dele um dos melhores Portos de sempre, só comparável ao de Artur Jorge, e portanto melhor que o de Mourinho, que foi apenas o único a ter-lhe dado duas vitórias europeias seguidas, a UEFA e a Champions.

Diga-se que eu até admiro esta sua lealdade cega. A lealdade, aliás, só é bonita quando é cega. Enquanto “o André” estava na cadeira de sonho, Mourinho era péssimo, e não lhe chegava aos calcanhares. Quando “o André” o encornou, “o André” passou a ser um tipo que se pode enxovalhar, um cagarolas que teme a sombra do grande mestre. Como já dizia o Camões, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Aposto que um dia destes ainda o vamos ouvir dizer que o sr. Pereira é o melhor treinador de sempre que o senhor viu na vida… 

   In  Record

julho 16, 2011

Garay assina pelo Sport Lisboa e Benfica


O defesa central Ezequiel Garay assinou, este sábado, em Santa Fé, Argentina o contrato que oficializa a sua transferência do Real Madrid para o Clube “encarnado”.

Recorde-se que Garay está ao serviço da selecção argentina na Copa América e defronta na noite deste sábado a congénere do Uruguai numa partida a contar para os quartos-de-final da competição.


In  SLBenfica

julho 15, 2011

Benfica TV assegura transmissão de 180 jogos


Manchester United, Barcelona, Chelsea, Milão, Inter Milão, Valência, Bayern Munique, Liverpool, Flamengo, São Paulo, Vasco da Gama, Palmeiras, Estudiantes e Vélez Sarsfield são alguns dos clubes que vão poder ser vistos na Benfica TV até Dezembro.

A Benfica TV acaba de alargar a sua oferta de conteúdos, garantindo os direitos de transmissão - em directo ou diferido - de um total de 180 jogos envolvendo clubes e selecções mundiais de topo.

As transmissões incluem alguns jogos de torneios de prestígio da pré-época como a Audi Cup 2011 (Bayern Munique, FC Barcelona, AC Milan e Internacional de Porto Alegre), a Dublin Super Cup 2011 (Celtic, Manchester City e Inter Milão); jogos particulares de pré-época do Manchester United (inclui o jogo com o Barcelona nos Estados Unidos, numa reedição da final da Liga dos Campeões), Chelsea ou Liverpool; jogos de qualificação para o Mundial de 2014, envolvendo diversas selecções nacionais (Brasil, por exemplo).

In  SLBenfica

julho 14, 2011

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva



A altura certa

A venda de Fábio Coentrão ao Real Madrid foi feita na altura certa. Dificilmente o jogador se valorizaria mais. E, se ficasse na Luz, tornava-se num fator de instabilidade interna.

É um erro tentar manter os jogadores quando começam a ter a cabeça noutro clube. Por três razões: eles começam a render menos, tornam-se mais indisciplinados e constituem-se em maus exemplos para os colegas, provocando turbulência.

Mas há outro motivo para ter vendido Fábio Coentrão agora. Como um dia disse Jorge Jesus, o seu ponto forte é a enorme “rotação”. Ele tem uma velocidade estonteante, que consegue manter intacta de um extremo ao outro do campo. E corre com uma entrega total, sem se proteger.

Ora aqui é que bate o ponto. Coentrão é um jogador de risco. É um jogador que de um momento para o outro pode sofrer uma lesão grave – até porque não tem massa muscular condizente com a alta velocidade que atinge. E se Fábio se lesionasse e ficasse parte da época sem jogar, o seu valor cairia a pique. Ele foi, portanto, vendido na altura certa.

Claro que vai fazer muita falta. É um jogador de eleição, que quando está no máximo introduz nas equipas onde joga uma dinâmica única. E o Benfica vai sentir especialmente a sua ausência, porque a defesa revela neste momento uma preocupante vulnerabilidade. O que não deixa de ser estranho, tendo em conta que a defesa do Benfica foi a melhor no ano anterior. E que, quando estava no Belenenses, Jesus tinha precisamente na solidez defensiva o seu principal trunfo.


     In  Record

julho 12, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



Noves fora...

O Benfica goleou no primeiro jogo da pré-temporada. Cardozo marcou 4 golos numa metade e diz que está para ficar no Benfica. Para lavar, durar, falhar golos e penáltis. Era só o que nos faltava: mais uma época sem avançado. Ou sem teimosia de Jesus?

Já sentia falta de encher os pulmões de ar para gritar “golo” do meu glorioso. Não interessa nada se os primeiros nove foram contra uma seleção de Friburgo. Claro que ontem João Alves cortou-nos as vazas e lá veio o empate com o Servette. Mas noves fora, como é que estamos de construção de equipa? Não sei que vos diga senão que se fala muito castelhano adocicado naquele balneário; e que sem Nuno Gomes, Moreira e (diz-se) Luisão, Jesus tem finalmente o que queria: o balneário só para ele. Aquele que alguns benfiquistas – em avançado estado de alucinação, digo eu – consideram um dos melhores treinadores do mundo, e que outros – uma ampla maioria – olham pelo menos com desconfiança, é dono e senhor do balneário. Já cá fora parece que perdeu terreno: António Carraça está sempre em campo, no Seixal; e as contratações são completamente assumidas por Rui Costa. Ora, nem esta corresponsabilização salvará Jesus de uma época que não nos corra a favor. Cheira a Artur Jorge, limpeza histórica que me fez deixar de pagar quotas.

Bem, mas vamos pensar positivo. Cortar os 8 estrangeiros nas competições da UEFA, noves fora ficam... muitos. Dos reforços que ansiei vieram Artur e Nolito. Mas preocupa-me a defesa central: não vá Luisão e concretize-se em campo Garay. E a defesa lateral esquerda: resta-nos quem senão Peixoto para o lugar do nosso miúdo das Caxinas?! Não me faltava mais nada. Preocupa-me que lá à frente Cardozo continue sem concorrência, sem os Rodrigos, um a préstimos na seleção espanhola de Sub-20 e Mora sem jogo nas pernas vai para 6 meses. Será que é desta que Jesus transforma Jara num ponta-de-lança?

E nisto, na Suíça, o árbitro apitou: Benfica 1. Servette outro tanto. Força Benfica. Somos 6 milhões sedentos de vitória.

   In  Record

julho 11, 2011

Email Aberto _ Domingos Amaral




Equipas B

From: Domingos Amaral
To: Fernando Gomes

Caro Fernando Gomes
Segundo li, é sua intenção para um futuro não muito distante defender o regresso das equipas B. Tal como em Espanha, faz todo o sentido que, pelo menos os 3 grandes, possam apresentar equipas B na Liga Orangina, com a habitual limitação de não poderem subir à liga principal.

Seria um excelente palco para jovens talentos a precisarem de “tempo de jogo”, uma porta de entrada dos produtos das formações que lhes permitisse evolução com competição. Além disso, era uma forma de os 3 grandes terem mais jogos no seu estádio, com receitas adicionais, e de os clubes seus adversários ganharem proveitos extra com as visitas das equipas B dos grandes aos seus estádios. Por outro lado, seria também uma forma de FC Porto, Benfica ou Sporting rentabilizarem muitos dos “reforços” e emprestados que por aí andam tresmalhados.

Veja-se por exemplo o Benfica. Assim de cabeça lembro-me de muitos jogadores que fariam as delícias de uma equipa B. Júlio César e Oblak na baliza; Wass, André Almeida, Fábio Faria, Roderick, Sidnei, Leo Kanu, Shaffer e Carole na defesa; Airton, Nuno André Coelho, David Simão, Ruben Pinto, Miguel Rosa, Balboa, Fernández, Felipe Menezes ou mesmo Urreta, no meio- campo; Kardec, Mora, Melgarejo, Éder Luís, e mesmo Nélson Oliveira ou Rodrigo, no ataque. Com um bom treinador, bem coordenado com Jesus, o Benfica B não seria certamente má equipa, e pelo caminho muita desta gente podia jogar um ano inteiro à bola a sério. As equipas B são precisas, e já.


   In  Record

Aqui á Gato _ Miguel Góis



Alto risco

Seria de esperar que, no meio da crise financeira em que o Mundo se encontra, os bancos tivessem aprendido a lição e se coibissem de disponibilizar produtos financeiros de altíssimo risco – e, no entanto, aí estão as obrigações do Sporting. Para quem duvida do grau de risco envolvido na operação, trata-se de um fundo que aposta fortemente na hipótese de vir a haver clubes estrangeiros dispostos a perderem a cabeça para levar o Anderson Polga ou o Carlos Saleiro. Bem sei que estou longe de dominar o altamente qualificado mundo da finança, mas, nesta altura, não teria mais mercado, por exemplo, um fundo que investisse em jogadores estrangeiros completamente desconhecidos, apostando que, mais cedo ou mais tarde, eles serão contratados pelo clube de Alvalade?

Diga-se de passagem que, apesar do meu pessimismo, tudo indica que a subscrição das obrigações por parte dos sportinguistas está a ser um sucesso, ao contrário do que fazia prever a fraca adesão dos sócios aos lugares cativos. Mas é possível que, depois do que sucedeu nas últimas duas épocas, os adeptos leoninos encarem com entusiasmo todas as formas de dar dinheiro ao seu clube que não incluam a prerrogativa de assistir aos jogos da equipa. Ainda assim, pressente-se nos adeptos que subscrevem as obrigações o mesmo tipo de desconfiança que sentem quando dão um euro a um jovem com os dentes estragados, que anda a pedir esmola na rua: “Quanto? Mas é mesmo para comprar jogadores? Da última vez que dei, usaram o dinheiro no Maniche e no Pongolle… Desta vez, posso confiar?”

Seja como for, não há dúvida de que se respira um maior otimismo em Alvalade: Domingos Paciência, que na época passada garantiu o terceiro lugar ao Sporting, espera este ano fazer melhor. Para já, o momento alto da pré-época foram as imagens da conferência de imprensa em que Bojinov exibiu a tatuagem de um felino e, pelo caminho, uma pulseira do equilíbrio. Percebe-se que alguém que acredita nos efeitos de um produto cujo fabricante já veio desmentir as publicitadas propriedades, creia também que o Sporting é um bom passo na sua carreira.

  In  Record

julho 07, 2011

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva



Uma aberração

O futebol vive uma situação aberrante: na altura em que o país parte para férias, os jogadores regressam ao trabalho. Fará algum sentido? Fará sentido a época acabar em maio – e a nova época começar em julho, ao contrário de tudo o resto?

Eu sei que isto tem a ver com os calendários das provas europeias. Mas por que razão prevalecem os interesses dos países do Norte, que têm outro clima? Por que motivo os jogadores portugueses têm de jogar em julho e agosto à torreira do Sol? Por que carga de água o Sul tem de se sujeitar aos calendários nórdicos, quando a verdade é que muitas das grandes estrelas mundiais atuam aqui, nos campeonatos italiano e espanhol? Além de que, no Sul, temos potências futebolísticas como a França, Portugal e a Grécia.

Mas esta aberração não mexe só com os interesses dos jogadores, do público e de toda a gente que gravita na órbita do futebol. Tem a ver com a preparação das equipas.

Um dia destes assisti na TV a parte de um treino do Benfica. E aquilo mais parecia um treino da época passada: por lá andavam Coentrão, Weldon, Júlio César e outros jogadores que não farão parte do próximo plantel. Ora, como pode um treinador definir uma equipa-base e estabelecer rotinas de jogo treinando com jogadores que vão sair e não contando com todos os que vão entrar?

É de loucos! Eu calculo que seja muito difícil aos dirigentes articular todos os calendários e todos os interesses europeus. Mas uma coisa sei: o futebol não pode andar totalmente desfasado da sociedade. E é absurdo uma época começar quando os grupos de trabalho ainda não estão formados e no momento em que as pessoas estão a ir para férias.


  In  Record

julho 05, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



Central

Quando o Benfica, em vésperas de partir em estágio para a Suíça, se vê a braços com uma crise de centrais, é caso para analisar o que é central no glorioso. É que ter 40 jogadores disponíveis mas um capitão a jogar em Braga e o outro – o central Luisão – a querer sair da Luz, a um mês do início da época, é no mínimo exótico. Aí vem Miguel Vítor a correr. Ai que Sidnei, ainda que um paupérrimo central, ainda é chorado. E a Jardel, sagrado herói no Alvaláxia quando de cabeça partida continuou em campo, todos os pecados subsequentes ainda são perdoados.

Central é definir o centro da defesa do Benfica. Com as mesas de matraquilhos redefinidas por “imperativo” da ASAE, face aos 40 jogadores do SLB – foi a piada desta semana – perigarmos não termos muralha central é absurdo. E porventura põe a descoberto o que muitos suspeitamos: tantos não será sinónimo de bons. Ou até “suficientes”.

Central é resolver o caso de Fábio Coentrão, que quer sair para o Real. A direção quer que ele saia para o Chelsea, que paga os 30 M€ da cláusula de rescisão. Queremos repetir o episódio David Luiz, e ter o miúdo das Caxinas a jogar a contragosto com a águia ao peito? Além do mais, um encaixe de 30 M€…

Central é compor uma equipa estruturada – parece que não está, não é – e “suficiente”. Repito sempre a questão da “suficiência”, porque foi o critério presidencial para a nova época. Entre os jogadores que já chegaram e porventura ficam, aqueles que quisemos que viessem mas não chegaram e aqueles que ainda podem aparecer, fazemos uma equipa inteira, coesa, que se bata de igual para igual com um FCP (e não só) que, afinal, se mantém igual? Que nos alente esta época e, se não vencer já títulos, nos faça crescer a certeza que temos equipa para mais temporadas? E fazemos uma carteira de investimentos recheada de futuro? É que hoje bola não é só pontapés para a frente. São milhões que nós não encaixamos e vemos outros a encaixar. E sem farinha, meus amigos, não se fazem bolos. E sem fermento saem pequenos.


   In  Record

Email Aberto _ Domingos Amaral




Reforços

From: Domingos Amaral
To: Godinho Lopes

Caro Godinho Lopes
É a primeira vez que lhe escrevo desde que é presidente do Sporting. Depois da sua atribulada eleição, era necessário dar algum tempo para se ver se o Sporting ia abandonar definitivamente o modelo de gestão anterior, ou se ia mudar de rumo. Pelo que vejo, mudou mesmo e ainda bem. Se houve clube onde assentou arraiais a ideia peregrina e errada de que os clubes de futebol devem ser geridos como as outras empresas, esse clube foi o Sporting. E o resultado foi, como não podia deixar de ser, desastroso. Um clube de futebol não visa o lucro, num clube de futebol o mais importante é vencer, com o menor prejuízo possível. A gestão não obedece, pois, aos mesmos princípios que nas outras empresas. No futebol é preciso gerar entusiasmo nos sócios e depois vencer o maior número de vezes possível, e isso só se consegue com bons jogadores e com um bom treinador. Não se pode, é certo, perder a cabeça, mas pode-se e deve-se gerar entusiasmo. Ora, o senhor parece-me que percebeu isso. De repente, já há dinheiro para contratações e o Sporting parece estar a reforçar-se bem, com jogadores talentosos para todos os sectores. É assim que se consegue vender bilhetes de época, e que se dá ao treinador aquilo que os antecedentes dele não tiveram: mais talento sobre a relva para poder ter mais confiança e ambição. Só com talento, no campo e no banco, se consegue ser mais forte. O talento não garante as vitórias, mas pelo menos permite lutar por elas, e é isso que um clube ambicioso precisa de fazer todos os anos: lutar sempre e até ao fim. O resto é conversa.


  In  Record

julho 04, 2011

Aqui á Gato _ Miguel Góis





Pior a emenda

Depois de ter passado a época inteira a criticar as entrevistas de Jorge Jesus à Benfica TV, qual foi a primeira coisa que André Villas-Boas fez quando chegou a Londres? Deu uma entrevista à Chelsea TV, esse sim, um canal com jornalistas isentos que colocam questões extremamente incómodas. Seja como for, tanto nessa primeira entrevista como na conferência de imprensa em que se estreou esta semana, diga-se que o novo treinador do Chelsea convenceu os exigentes media ingleses com um discurso inteligente e humilde. Quase toda a gente teve direito a recados: José Mourinho (“isto não é um one man show”), o plantel do Chelsea (“se os jogadores perdem o respeito pelo treinador, alguma coisa está errada”) e até os Super Dragões (“vim para o Chelsea contra a vontade da minha família”).

Villas-Boas terá cometido apenas um deslize. Apesar de agora se encontrar a trabalhar num país protestante, não deixou de sucumbir à ética católica e decidiu revelar que a sua ida para o Chelsea não foi motivada pelo dinheiro – dado que o FC Porto até cobria a oferta de Abramovich – mas sim pelo desafio. O que, convenhamos, piora o caso. Pessoalmente, não respeito profissionais que violam as suas convicções sem ser por grandes somas de dinheiro. Veja-se o meu exemplo: eu não acredito no trabalho; mas, por uma quantia, abdico momentaneamente dessa minha convicção e labuto com gosto. Aliás, qualquer historiador certificará que o próprio amor só recentemente passou a ser motivado pelo amor; até há bem pouco tempo, o casamento era uma transação financeira. E não consta que houvesse adeptos da filha do carroceiro a gritar no dia da boda: “Traidor! Disseste que gostavas da Lucrécia desde pequenino, mas vais é desposar a fidalga!”

Se Villas-Boas abandonou o seu clube do coração pelo desafio, então nesse caso dificilmente não se tratará de uma traição à causa portista. Além de que terá constituído um negócio ruinoso para Abramovich: em princípio, Villas-Boas teria aceitado de bom grado ir para Londres por menos dinheiro do que aquele que ganhava no Dragão.


  In  Record
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