janeiro 31, 2012

Por isto é que o Benfica é o melhor do Mundo


Ruben Amorim pede desculpa e renova até 2014

O médio internacional português garante que vai aproveitar a oportunidade para jogar no Minho, agradecendo ainda a confiança do emblema encarnado, com quem renovou até 2014.

In Record

janeiro 29, 2012

Crónica de João Malheiro


Na bola da justiça

“Quem é o Bentes?”. A pergunta, diziam-me, era feita, no início dos anos 50, por um jovem universitário, oriundo de Caminha, na altura a frequentar Direito na Universidade de Coimbra. Quem era o Bentes? Um magnífico jogador da Académica, quiçá o melhor de todo o seu historial, que inclusive chegou a jogar na Selecção Nacional.

E quem perguntava mesmo “quem é o Bentes?”. Jorge Guerra Pires, contemporâneo do meu pai, do meu tio, de Francisco Salgado Zenha, de Agostinho Neto. Amigo íntimo da família, desde cedo, habituei-me a tratar apenas por Jorge aquele que mais tarde viria a ser juiz conselheiro, até jubilado. O Jorge, este fim-de-semana, dolorosamente, partiu.

O Jorge perguntava, adolescente, “quem é o Bentes?”. Não ia, nunca foi, somente por mera e pouco vulgar curiosidade intelectual ou social, à bola da bola. A bola não o fascinava, tinha outras prioridades, outras dilecções. Personalidade portadora de uma cultura invulgar, cidadão e profissional moralmente impoluto, o magistrado Jorge Guerra Pires teve grande influência, desde cedo, na formatação da minha personalidade e da minha visão sobre o mundo, as suas virtudes e as suas chagas.

“Quem é o Bentes?”. O Jorge não sabia, no começo do seu curso universitário, aquilo que todos sabiam. Não sabia? Talvez dissesse que não sabia, apenas para empurrar as tertúlias académicas na direcção de causas, de princípios, de valores.

O Jorge morreu. “Quem é o Bentes?”. Nunca fez questão de mo explicar. Já não vai a tempo. Também não era preciso, eu não tinha necessidade, porque já sabia e escusava de questionar “quem é o Bentes?”. Mas explicou com mestria, com sapiência, que não há um só homem bom que deixe de equipar, a tempo inteiro, no jogo da vida, com o traje da humildade, do carácter, da justiça.

 

 

janeiro 28, 2012

Tempo Útil _ João Gobern


Ameaças e fantasmas


A notícia vem da tarde de ontem, li-a no Record e, confesso, olhei através dela como de um mau presságio, um sinal assustador para o que espera o futebol português. Dá conta de que um “grupo organizado de adeptos” do Benfica, os Diabos Vermelhos, vai estar ausente da deslocação dos encarnados a Santa Maria da Feira, na próxima jornada. A razão é simples e transparente: o preço dos bilhetes, considerado insensível face ao momento que o país atravessa.

Podem argumentar que é um caso isolado e que, assim, não serve como representativo daquilo que poderia ser tomado como uma deserção entre os mais fiéis. É uma forma de olhar a questão. Mas há outras. Por exemplo, pensar que, por hábito, o Benfica é o clube que mais gente leva com a sua equipa à esmagadora maioria dos estádios portugueses, tantas vezes superando o número de adeptos dos clubes que recebem as partidas. Quando a época corre de feição, a diferença aumenta – e o Benfica está na liderança, em andamento dinâmico e poderoso, ambicioso e com bases para levar aos campos essa ambição. Tal é sinónimo de um apoio presencial que, em múltiplas ocasiões, rende a muita e boa gente a melhor receita de toda uma temporada desportiva.

Mas há limites. Tome-se o exemplo do Feirense como apenas… um exemplo. Alguém quer convencer-me que, com preços como os praticados, os adeptos de FC Porto e Sporting, os outros dois “encarregados” de lotar os estádios, vão manter as suas romarias, pagando o que lhes é pedido por quem não leu a história da galinha dos ovos de ouro? Se temos números crescentes de espectadores “in loco” ao longo desta época, talvez valha a pena fazer um esforço de adaptação aos tempos correntes. Quem não ganha o que já ganhou deve ser chamado a pagar o que nunca pagou? Vem aí um período quente para a renegociação dos direitos de transmissão televisiva. E aí, aqueles que agora puxam a corda, hão-de lançar o laço para ver o que apanham na “solidariedade”. Se juntarmos tudo isto a um projeto populista e inconsequente que, pelos vistos, nasce na Liga, apetece dizer que o futebol português está mesmo ameaçado. E, como de costume, nem é preciso o inimigo externo – vem de dentro.

Mais do que ameaças, o Sporting vive com fantasmas. Quem viu o jogo de Olhão percebeu como a bola queima, como os assobios doem, como as botas pesam. Domingos tem tarefa de peso e tem cada vez menos tempo. Precisa de virar o rumo antes de jogar a hipótese de um troféu que lhe salve a época. Mas tem de ser já – este Sporting não ganha ao Gil Vicente (Taça da Liga) nem ao Nacional (Taça de Portugal). Não ganha a ninguém. E isso ninguém aguenta: nem os adeptos, nem os adversários, nem o futebol português a que o leão faz muita falta.

In Record

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Aquela defesa!


O arranque da 2.ª volta da Liga nada alterou: o Benfica e o FC Porto são os únicos candidatos ao título, o 3.º lugar é disputado por Braga, Sporting e Marítimo.

O Sporting foi, num ápice, do céu ao inferno. O céu começou no milagre da capital do móvel, Paços de Ferreira, quando em poucos minutos o resultado passou de 0-2 para 3-2. Se o Sporting perdesse, Domingos teria os dias contados. Ganhando, iniciou um segundo estado de graça.

O calvário começou no “inferno da Luz”. Foi a partir dessa derrota que o Sporting iniciou a série de resultados negativos que conduziria à comovente e patética conferência de imprensa de Domingos, na semana passada. Aí, os bastidores do Sporting ficaram à vista de todos.

Quanto ao líder da Liga, o Benfica, tem tido sorte este ano. E voltou a tê-la no domingo passado. O mais preocupante é a facilidade com que os adversários entram na sua área e criam perigo. O Gil Vicente, mesmo jogando com toda a equipa à defesa, conseguia galgar com 2 ou 3 jogadores os 50 metros que o separavam da baliza do Benfica e chegar perto do golo!

Parece mentira mas é verdade. Basta dizer que o guarda-redes do Gil Vicente não fez uma única defesa (as 3 bolas que foram à baliza deram golos), enquanto Artur fez 5 defesas, uma delas “impossível”.

António Tadeia dizia há dias que são os ataques que ganham os jogos mas as defesas que ganham os campeonatos. Se for assim, com esta defesa do Benfica, o FC Porto – que tem uma defesa de betão – será campeão. Rima e pode ser verdade.



In Record

Jornal " O Benfica " Edição Nº 3535


Destaques

Principais títulos


- Opinião Luis Fialho: "Á beira do precipício" (pág. 31)


Títulos

2   Síntese + Clube - Comitiva holandesa visitou CFC: "Têm feito um trabalho meritório na Formação"
3   Actualidade: "Vêm aí jogos importantes" + Opinião João Paulo Guerra
4   Crónica Benfica - Gil Vicente: "De mangas arregaçadas"
5   Análise à Jornada: "Tirámos o piu ao galo" + Opinião Arons de Carvalho
7   Antevisão 17.ª jornada: "Isolados em Santa Maria da Feira" + Opinião Afonso de Melo
9   Juniores: "Angola é o primeiro destino de 2012" + Opinião Luis Lemos
10   Juniores: "Fechar na Foz" + Juvenis: "Benfica invencível"
11    Iniciados: "Benfica demolidor" + Infantis e Benjamins: "Jovens gloriosos" + Opinião Pedro Ferreira
12   Zona de Decisão - José Casanova: "Acredito que vamos ser campeões"
13   Opinião Pragal Colaço: "Doyen II, Mediapro zero e a ilusão"
15   Aniversário Eusébio: "O maior de sempre" + Opinião João Malheiro
16/17   Aniversário Eusébio: "Fico grato por festejar ao lado dos benfiquistas"
18/19   Aniversário Eusébio: "Todos na família temos amor pelo Benfica"
21   Voleibol: "Quer-se vitória sem espinhos"
22   Basquetebol: Entrevista Betinho "Estou bastante surpreendido com os adeptos"
23   Basquetebol: "De regresso à Liga"
24   Atletismo: "Jovens estão de parabéns"
25   Benfica Olímpico: "Nelson Évora operado com êxito"
26   Futsal: "Á conquista da Europa"
27   Hóquei em Patins: "Venha o Candelária" + Opinião Jorge Miranda
28   Andebol: "Objectivo vencer na Maia" + Duatlo: "Bruno Pais ganha no Fundão"
29   Ténis de Mesa: "Sete títulos distritais" + Ginástica: "Uma data para recordar"
30   Tome nota + Programação Benfica TV
31   Opinião Luís Fialho: "Á beira do precipício"
32   Clube: "Obras em curso até ao final do próximo mês" + Breves + Opinião José Jorge Letria

janeiro 25, 2012

Parabéns Artur Moraes


Parabéns e muitas felicidades,

O SLB está contigo, continuação do excelente trabalho .

Parabéns ao antigo presidente Fernando Martins. 

Miklós Fehér, eterna saudade



Foi a 25 de Janeiro de 2004 e o Benfica jogava no terreno do Vitória de Guimarães. O futebolista sentiu-se mal, caiu inanimado no chão e acabou mesmo por falecer.

Miklós Fehér tinha 24 anos e continua a ser recordado neste dia. Ele foi o último camisola número 29 da história do Clube.

Email Aberto _ Domingos Amaral



"Oscilar"

From: Domingos Amaral
To: Godinho Lopes

Caro Godinho Lopes
Domingos admitiu esta semana que a equipa andava a “oscilar”, mas permita-me que afirme que não é só a equipa que “oscila”. É o Sporting todo que “oscila”. “Oscila” o senhor, que é o presidente; “oscila” o clube enquanto instituição; “oscila” o treinador; e “oscilam” também os jogadores. Por exemplo, há uma “oscilação” drástica entre as primeiras fotos que foram colocadas no túnel de acesso aos balneários, e que foram criticadas por terem aspectos de violência, e o campo bucólico de girassóis que as tapou esta semana. Não é normal um clube “oscilar” entre os símbolos neo-nazis e cândidas borboletas. Também não é normal a equipa “oscilar” tanto entre a primeira e a segunda parte dos jogos. Nem será certamente habitual ver Domingos a “oscilar” tanto nas emoções em público, como aconteceu esta semana.

Perante este excesso geral de “oscilação” parece-me necessário que o senhor pegue nas rédeas e faça uma intervenção que pare com o desvario. Se há coisa que faz bem às instituições, essa coisa é a verdade. E o senhor devia falar a verdade aos apoiantes do Sporting. Não vale a pena continuar a alimentar as fantasias com títulos e tentar “cavalgar” a onda, quando a equipa “oscila” tanto. A verdade é que o Sporting, este ano, ainda não tem, nem nunca teve, equipa para lutar pelo título. A vontade, um pouco tonta e desesperada, de queimar etapas e tentar já este ano jogar de igual para igual com FC Porto e Benfica deu nisto: o risco de uma enorme depressão coletiva ainda em janeiro. E é isso que se deve evitar. Para construir a equipa que Domingos quer, é preciso mais tempo e melhores jogadores. Não é com Bojinovs, nem com “Izmailovs lesionados”, que se chega a campeão.

Só a verdade cura e liberta. Enquanto o Sporting viver em ilusão ou negação, vai continuar a “oscilar” entre a excitação apatetada e a neura inútil. E a ficar em terceiro. Ou quarto.

In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa


O árbitro e o patrão (III)


Há uma semana atrás, Pedro Proença reafirmou o que os árbitros internacionais portugueses anseiam. “Tenho a noção de que os árbitros estão no limite máximo das capacidades para desenvolver um trabalho positivo nos campos. Se querem que a arbitragem dê um passo qualitativo, passando de um nível bom para um nível excelente, têm de dar condições aos árbitros para que sejam profissionais. Em tese, o profissionalismo é o único caminho a seguir”. O “grupo de trabalho” nomeado pelo Governo seguiu essa tese, mas foi mais longe. Também em tese, defende-se (e bem) um regime geral da arbitragem, “contendo normas sobre o recrutamento dos árbitros, a sua formação, a missão de “serviço público” que desempenham, regras deontológicas, regime de incompatibilidades, etc., isto é, um diploma que confira a devida expressão normativa à centralidade do árbitro no universo desportivo”. É nesse “estatuto jurídico” que deverá estar o capítulo da arbitragem profissional.

Fora das teses, advoga-se que a relação profissional (ou semi-profissional, desde que compatível com as exigências da carreira desportiva) do árbitro deve ser traduzida por mor de um contrato de trabalho (em princípio, a prazo, de 2 a 4 anos) com a federação desportiva – o que, mesmo com Proença a sustentar que, “para fazer um relatório assim, não era necessário criar uma comissão e envolver tanta politiquice”, é um avanço.

Através desse contrato (e não, repare-se, através de um mero contrato de prestação de serviços), a atividade arbitral ficará subordinada ao programa de actuação federativa e inserida na sua organização: à federação competirá responsabilizar-se pela preparação física, técnica e psicológica desses árbitros, dar-lhes formação adequada, classificá-los e pagar-lhes. Sem que – o que importa realçar – os árbitros percam a sua “autonomia técnica” e, portanto, sem ferir a imparcialidade julgadora do “juiz” das leis do jogo.

O estudo deixou por resolver – o que era crucial ter sido desenvolvido – a matéria da suspensão e do retorno às anteriores carreiras dos árbitros que enveredem pelo profissionalismo “em exclusividade”, uma vez celebrado e terminado o contrato a prazo com a federação. Este é o ponto (em termos laborais, fiscais e sociais) que fará com que se decida o sucesso ou o insucesso do profissionalismo arbitral. Como também se aconselharia que fosse determinado com exatidão o conjunto de circunstâncias em que o contrato pode terminar antes do prazo (o que apenas timidamente se ensaia), tendo em conta que muitos árbitros só optarão por essa via se souberem, nomeadamente tendo em conta as suas classificações anuais, o que contar do seu “patrão” e do seu “contrato”. Se a isso juntarmos a disciplina do (i) regime de tributação, de (ii) formação académica prévia e cooperação com entidades formadoras externas e da (iii) possibilidade de inserção nas estruturas de arbitragem da federação após o termo da carreira desportiva, teríamos a “empresa” praticamente pronta. Assim, falta ainda burilar e, como pediu Proença, “daqui a 6 meses”, verificar “o que foi feito do que lá está escrito”…

In Record

Tempo Útil _ João Gobern


Gestão e indigestão


No fecho da primeira volta, em que os pontos ultrapassam os conquistados em igual período na época do último título (em 2009-2010) e em que os desempenhos começam a aproximar-se dos alcançados pela máquina de ataque concebida por Jorge Jesus e municiada por Luís Filipe Vieira para essa temporada, o Benfica começou a partida com o Vitória de Setúbal com sete recrutas de primeiro ano. Ou seja, com sete jogadores que foram chegando à Luz por volta das últimas férias de verão. A saber: Artur, Emerson, Matic, Witsel, Nolito, Bruno César e Rodrigo. As quatro exceções foram Maxi Pereira, Luisão, Jardel e Oscar Cardozo. Dir-me-ão alguns que, em circunstâncias normais, estariam em campo Javi García, Aimar, Gaitán, até Saviola, todos com mais vasta quilometragem de Benfica nas pernas. É verdade, mas também não podemos esquecer Garay, reforço que pegou de estaca até à lesão.

Arredondando, para cima ou para baixo, é louvável a capacidade de integração e aproveitamento que o técnico do Benfica consegue num plantel que aguenta sem sobressaltos de maior a rotação dos avançados, que resiste às lesões de uma estrela como Gaitán e de um verdadeiro maestro como Pablo Aimar, que sobrevive às ausências de Luisão e Garay, hoje a melhor dupla de centrais a jogar em Portugal. Mais: que ainda dispõe de margem de crescimento interna, bastando para tanto que Enzo Pérez tenha regressado com disposição de mostrar que é um homem e um profissional, sem recaídas depressivas. Neste quadro dinâmico – e de valorização dos atletas, como vai ficando provado pelas vendas alcançadas, se pensarmos em Di María, Ramires, David Luiz, Fábio Coentrão – só custa entender como ainda há gente que não compreende que a titularidade é um bem escasso e a utilização um prémio pelo qual é preciso lutar, treino após treino. Não haverá quem explique a Ruben Amorim que mais vale integrar um elenco destes, mais vale um jogo na montra da Champions ou num clássico da Liga, do que a utilização regular numa equipa mediana e sem ambições? É que estamos a falar de um daqueles casos em que o jogador precisa mais do clube do que o contrário.

Depois da gestão, a indigestão sportinguista. Depois da Luz, de Coimbra, da receção ao FC Porto e da viagem a Braga, é vital rever os objetivos, com o terceiro lugar na Liga e a Taça de Portugal à cabeça. Não cerrar fileiras desde já pode significar um naufrágio semelhante ao da última época. Com duas diferenças essenciais: uma tem a ver com as expectativas que se alimentaram. Quanto maior a queda, mais séria a zanga. A outra prende-se com o investimento. Tantos milhões sem retorno são um estado transitório que não augura nada de bom para o que vem a seguir.

In Record


Parabéns, King


Eusébio comemora 70 anos

Eusébio comemora esta quarta-feira o 70.º aniversário e a Federação Portuguesa de Futebol preparou uma surpresa em vídeo, com várias figuras do futebol, entre as quais os presidentes da FIFA e da UEFA.

Joseph Blatter e Michel Platini dirigem-se em português para aquele que é conhecido por King. Outras figuras presentes no vídeo, como João Vieira Pinto ou Luís Figo, fazem mesmo, aliás, questão de tratar Eusébio pela alcunha que ganhou no célebre Mundial de 1966.


In Abola

janeiro 24, 2012

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Mou e os limões


Esta é uma semana decisiva para os dois grandes de Espanha. Por duas vezes em 8 dias vão medir forças. E a equipa que sair vencedora do duplo duelo será vista como a melhor, não só de Espanha mas até do Mundo.

Mourinho tem falhado quase sempre nestes dérbis. Já sofreu goleadas e humilhações como em nenhum outro momento da sua carreira. Não simpatizo muito com ele: a sua encenada agressividade e a sua presunção irritam-me. Também não gosto de ver a reverência com que os jornalistas o tratam, chamando-lhe constantemente Special One. O culto da personalidade incomoda-me – e um pouco de humildade não lhe ficaria mal.

Mas, independentemente disto, considero Mourinho talvez o melhor treinador de todos os tempos. Ter sido campeão da Europa com o FC Porto e com o Inter, e duas vezes campeão de Inglaterra com o Chelsea, foram autênticos milagres. Qualquer deles já seria difícil, todos juntos constituem uma performance irrepetível.

No Real Madrid, ele pegou num naipe de estrelas que se serviam do nome do clube para brilharem – e virou-as do avesso, pondo-as verdadeiramente ao serviço da equipa. Deu agressividade, consistência e espírito coletivo ao conjunto, sendo o primeiro treinador a consegui-lo em muitos anos.

Claro que estes sucessos têm um reverso. Mourinho seca as equipas por onde passa. Ele espreme os limões até ao fim, não ficando nenhum sumo para os seus sucessores. O FC Porto sofreu muito depois da sua saída, o Chelsea caiu a pique, o Inter voltou à mediocridade europeia. E até os jogadores se eclipsam. Derlei perdeu-se, Drogba afundou-se, Milito desapareceu.

Mas, para já, vejamos o que o jogo de hoje nos reserva.

In Record

janeiro 22, 2012

Jornal " O Benfica " Edição Nº 3534


Destaques

Principais títulos

- Balanço primeira volta: "Os números não enganam: Este Benfica é muito forte"; (pág 08 e 21)


Títulos

2    Síntese + Clube - Eventos na Luz: "Um anfitrião de luxo!"
3    Reforços: "Aposta em jovens valores" + Opinião João Paulo Guerra
4    Crónica Benfica - Setúbal: "A liderança assenta-lhes bem!"
5    Análise à Jornada: "Líderes invictos" + Opinião Arons de Carvalho
7    Antevisão 16.ª jornada: "Segurar o primeiro lugar" + Opinião Afonso de Melo
8    Crónica Taça da Liga: "Meias-finais bem mais perto"
9    Análise Taça da Liga: "Nolito acendeu a Luz" + Opinião Pedro Ferreira
11    Fundação Benfica: "O herói que conheceu Aimar" + Opinião Jorge Miranda
12/13    Zona de Decisão - Jorge Arrais: "Só peço aos sócios que tenham amor ao Clube"     +  Opinião João Malheiro
15
   Opinião Pragal Colaço: "A livre circulação de capitais escondidos"
16/17
   Balanço primeira volta do Campeonato: "Os números não enganam: Este Benfica é muito forte"
18/19
  Juniores e Juvenis: "A instituição Sport Lisboa e Benfica acredita em vocês"
20
  Iniciados: "Equipa continua invicta" + Infantis e Benjamins: "Vitórias expressivas"
21
  Judo: "Um excelente resultado" + Triatlo: "Alexandre Nobre é reforço" + Opinião João Diogo
22
  Basquetebol: "Sejam felizes em Vendas Novas"
23
  Hóquei em Patins: "Desta vez queremos vencer"
24   Andebol: "A hora da Taça de Portugal" + Atletismo: "Em destaque no Corta Mato Curto"
25   Andebol: "Um dia diferente com Ricardo Candeias"
27
  Futsal em Paris: "Chegar, ver e vencer..."
28
  Ginástica: "Festa em véspera de aniversário" + Bilhar: "Entrada vitoriosa" + Casas,  Filiais e Delegações + Catedral dos Sabores
29
  Voleibol: "Manter-se imperial"
30
  Programação Benfica TV + Tome nota
31
  Opinião Luís Fialho: "Futebol, TV e Benfica"
32
Futebol - Artur: "Tu marcas a diferença" + 70º aniversário Pantera Negra: "Benfica    homenageira Eusébio" + Nelson Évora: "Lesão reincidente na perna direita" + Breves + Opinião José Jorge Letria

janeiro 21, 2012

Não é Distância, É Benfica!

 De fazer arrepiar quem vive o Benfica de longe

 Porque sou Benfica

Não sou do Benfica por ter visto o Eusébio, o Coluna, o Torres ou o José Águas a jogar. Não assisti à conquista das Taças dos Campeões e pouco me lembro das últimas finais europeias. Não sou do Benfica, por ser de Lisboa, porque não o sou. Nasci no Porto, na bela cidade do Porto, mas desde pequeno que só vivo uma cor… vermelho!

Muitos me perguntaram como é possível ser de um clube que mora a mais de 300kms de distância, muitos me tentaram mudar, mas todos falharam. Porquê?

Porque o Benfica me escolheu.

O Benfica viu que o meu Portugal é maior que a minha cidade, viu em mim um cidadão do mundo. Viu em mim a capacidade de voar nas asas da Vitória. Viu que não me contento em ser bom, tenho de ser o melhor. Viu que eu não suporto injustiças, tenho de ser solidário. Viu que eu não me fecho em barreiras culturais ou étnicas, tenho de ser livre. Viu que eu não justifico os meios para atingir os fins, tenho de ser justo. Viu que eu não posso ser pequeno, tenho de ter o maior coração do mundo.

E mais importante que tudo isso, mais importante do que o que o Benfica viu em mim, é o que o Benfica me faz ver.

Faz-me ver que a paixão não tem cor, raça, credo ou lugar. Fez-me ver que é preciso lutar para atingir os objectivos. Fez-me ver que muitos te vão querer mal e tentar deitar-te abaixo só porque tu és melhor que eles. Faz-me ter orgulho em conhecer a sua história e fazer parte dela. Faz-me sentir privilegiado por ter sido escolhido por um clube que tem apaixonados em todo o mundo.

Fez-me ver que ninguém escolhe o Benfica, é o Benfica quem te escolhe para seres um de nós. O Benfica é mais do que um clube, o Benfica é uma fé, que nos invade e nos enche de alegria só por dizer o seu nome.

Todos estes valores estão na génese do Benfica, que nasce da vontade e sobrevive pela solidariedade.

Se és benfiquista é porque o Benfica te deu esse privilégio, vive-o com toda a tua paixão. Ser benfiquista é sentir a responsabilidade preservar todos estes valores e passa-los às gerações seguintes. E se eles a aceitarem, também eles serão certamente escolhidos pelo Benfica.

Por isso, quando me perguntam porque é que eu sou do Benfica se nasci no Porto, eu respondo: O Benfica não mora em Lisboa, o Benfica mora dentro de mim.

Os nossos fundadores deram-nos o lema: E pluribus unum (De todos, um)

E nós gritamos: BENFICA.

Áudio:

Vídeo:



Créditos:
Pôs-produção Vídeo - Hugo Mota
Texto - Ricardo Caldas
Edição e produção áudio - Guilherme Cabral

janeiro 18, 2012

Crónica de João Malheiro


Reserva da reserva

E se o Benfica, o FC Porto e o Sporting começassem a jogar com a reserva? E outros clubes mais? Quão menos recorte técnico teria o jogo que pudessem praticar. Quão menos redonda seria bola. Quão menos emoção teriam os espectáculos. Quão menos entusiasmados ficariam os adeptos. Sentir-se-iam defraudados, dolentes, infelizes.

E o que se passa na política? E o que se passa com os políticos? Em Portugal? Em Portugal, mas também na Europa. Onde estão os grandes líderes, a despeito dos quadrantes ideológicos ou doutrinários que perfilhem? Em Portugal? Em Portugal, mas também na Europa. É ou não é um dado incontroverso que os responsáveis partidários e os governantes são, na paisagem hodierna, uma espécie de reserva. Pior do que isso, não poucas vezes, são a reserva da reserva. E por que não a reserva da reserva da reserva?

É de crise que se fala. Em Portugal? Em Portugal, mas também na Europa. As grandes inteligências, desde há anos, optam pela carreira académica e renunciam à vida política. Aquela que era uma actividade dignificante deixou de o ser, mais ainda passou a ser vista de soslaio por multidões. Os povos, descontentes, vão cada vez menos ao jogo eleitoral.

O Benfica, o FC Porto, o Sporting raramente jogam com a reserva. Os partidos cada vez mais actuam com as segundas linhas. As presidências e os governos cada vez mais dirigem com as sobras. É de crise que se fala. Só se poderia falar. Em Portugal? Em Portugal, mas também na Europa. Os dirigentes actuais são falhos de aptidões, de ideias, de competências.

Rui Costa foi júnior no Benfica, Baía foi júnior no FC Porto, Cristiano Ronaldo foi júnior no Sporting. E Passos Coelho? Foi júnior no PSD. E António José Seguro? Foi júnior no PS. E, já agora, Durão Barroso, que nos remete para esta Europa desgraçadamente admoestada? Esse até foi júnior no MRPP. Dá para perceber a diferença. Dá ou não dá?

janeiro 17, 2012

Por força da lei _ Ricardo Costa


No apito do Governo (II)
 
Comparar a arbitragem de 1.ª categoria do futebol de hoje com a arbitragem que tínhamos em 2006 é um exercício apenas destinado à comprovação de que as distâncias não são só entre a escuridão da noite e a luz do dia. As diferenças são colossais (como agora se diz) e notam-se (mesmo que não diminua o atrupido dos “especialistas” em repetições).

Para isso foram decisivos dois fatores. Primeiro, os processos desportivos do Apito Dourado, nomeadamente na Federação mas também os da Liga: porque colocaram a nu a promiscuidade entre dirigentes e árbitros, o tráfico de influências e a corrupção; porque castigaram e afastaram árbitros e outros agentes da corporação e levaram outros (e com eles também dirigentes) a autoafastarem-se da “delinquência”; porque fragilizaram os “esquemas” (a maior parte deles sem condenação à luz dos regulamentos então aplicáveis) e a sua chocante “habitualidade”, os “esquemas” que a prova nesses processos exibiu abundantemente. O segundo fator foi a assunção de funções na Comissão de Arbitragem da Liga da equipa constituída por Vítor Pereira, Antonino Silva e Domingos Gomes, que têm na cabeça a única reforma estratégica que a arbitragem portuguesa teve até aos dias atuais. Quando se puder fazer com serenidade e distanciamento histórico o relevo da Liga existente entre 2006 a 2010, longe da espuma dos interesses dos que, por ora, ainda ditam (ou pensam ditar) “leis” e “ordens”, nela figurará em primeiro plano o gérmen de um projeto para toda a arbitragem do futebol.

O terceiro fator que mudará em definitivo o quadro de ação dos árbitros vem também dessa Liga: o empreendimento de profissionalização dos árbitros das competições profissionais. Insuscetível de avançar por si só na regulamentação desportiva do foro associativo, o Governo nomeou um outro grupo para estudar o tema. Tem em mãos uma proposta favorável ao enquadramento jurídico da sua atividade profissional e exclusiva (a começar, em primeira linha, pela elite dos “internacionais”), vendo os árbitros como agentes desportivos de alto rendimento – muito longe, pois, do árbitro como um agente desportivo suspeito e permeável. Em contraponto, temos o árbitro como agente que progride e permanece na carreira em razão da qualidade do desempenho; como objeto de uma avaliação que atende com rigor e transparência aos seus graus de competência; como quadro de formação superior inserido numa organização que privilegia as capacidades académicas; como técnico especializado com um específico “sistema de valorização, formação e treino”, em igualdade de circunstâncias com jogadores, treinadores e dirigentes. Conclusões: “o desporto-espectáculo converteu-se num fenómeno demasiado sério para poder continuar a ser arbitrado por quem não seja um profissional do desporto”; o árbitro profissional errará menos vezes; a indústria será mais credível.

C abe agora ao Estado aproveitar o ensejo e fechar a tríade gerada nas escutas da PJ: dar um estatuto jurídico ao árbitro e à sua via profissionalizante; dar-lhe um corpo legal e, simultaneamente, uma defesa. Falta agora definir como…


 In Record

janeiro 16, 2012

Sport Lisboa e Marinha: aqui faz-se melhor do que na Luz


Filial nº13 do Benfica é o único clube sénior em Portugal só com vitórias. 

Camisolas vermelhas, calções brancos, ilustres invencíveis. É assim esta equipa, só sabe mesmo vencer. É, de resto, a única formação sénior em Portugal a contar por vitórias todos os jogos já realizados. O registo imaculado justifica um olhar venial e uma visita ao balneário deste clube tão especial.

Glorioso Sport Lisboa e... Marinha. Líder ditatorial na Zona Sul da 1ª divisão da AF Leiria, 22 golos marcados, apenas quatro sofridos, num ciclo de oito triunfos implacáveis. Os provectos 73 anos de história ansiavam por um momento destes. Um momento, ainda assim, menos relevante do que as cinco participações na II Divisão Nacional na década de 50.

Um patamar utópico nos dias que correm. «Somos a filial número 13 do Benfica, mas não nos olhem como o Benfica dos regionais de Leiria. Somos muito pequenos», clama ao Maisfutebol o presidente Hélder Serra, no decorrer do jantar de Natal do emblema da Marinha Grande.

«Nós só queremos manter o clube vivo e subir à Divisão de Honra da AF Leiria. Os apoios são escassos, nada que se possa comparar ao período em que andámos nas II e III divisões nacionais», acrescenta o máximo dirigente do SL Marinha.

«Estamos preparados para perder»

600 sócios, 100 espectadores por jogo no velhinho Campo da Ordem, agora renovado por um sintético moderno. Os três treinos semanais começam «nunca antes das 20 horas», o plantel é totalmente amador e o seu principal sustentáculo acaba por ser a formação do clube.

«A nossa prata da casa está a dar-nos esta alegria. Somos uma instituição formadora, temos uma equipa de qualidade, mas não estamos obcecados com a invencibilidade. Acabar a época só com vitórias? O conjunto é muito bem orientado pelo nosso treinador Vitor Duarte, mas isso é impossível», diz-nos o presidente Hélder Serra.

Antero, 32 anos, é um dos atletas mais experientes do grupo de trabalho. Passou por Fátima, Académico Viseu e Torreense, para regressar à casa onde se formou. «Estamos preparados para perder. Não sabemos o que é isso, mas no futebol temos de estar preparados para tudo. Quando acontecer, e se acontecer, não vamos dramatizar. O importante é subir.»

«Temos uma equipa engraçada»

Capítulos perfeitos, um conto de fadas no distrital de Leiria. As vitórias constantes trazem alegria, harmonia, cumplicidade e, é verdade, alguma estranheza. «Não é normal uma coisa destas. Há que aproveitar, falar do clube, mostrar quem somos. Na verdade, temos uma equipa engraçada, muito coesa defensivamente. Era bonito chegar ao fim só com vitórias.»

O segundo classificado é o Outeirense, já a sete pontos, e o terceiro é o Gaeirense. Foi no reduto desdes, aliás, que o SL Marinha viveu o momento da época. «Fomos lá defender a liderança e goleámos 0-4. Foi marcante. Percebemos que somos os mais fortes.»

Fundação anti-Sporting

O Sport Lisboa e Marinha possui uma génese curiosa. Os seus fundadores foram dissidentes do Marinhense, insatisfeitos por ver o clube vidreiro a assumir o estatuto de filial do Sporting Clube de Portugal. Benfiquistas convictos, criaram o seu próprio emblema a 1 de Janeiro de 1939.

O primeiro símbolo foi, de resto, um decalque perfeito do criado na Luz. Era só trocar o B pelo M. Mais tarde, as agruras do tempo e as dores da competição afastaram o SL Marinha do Benfica. A 10 de Julho de 1990 nasceu o símbolo que ainda agora persiste.

A dimensão pode ser incomparável, é verdade, mas Jorge Jesus certamente não se importaria de ficar com os resultados do SL Marinha. Afinal, o Benfica até já cedeu três empates na Liga. Que inveja!

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva



Portugueses


Há 15 dias escrevi sobre uma lei em preparação que limitará a entrada de futebolistas estrangeiros em Portugal. O treinador do Benfica, Jorge Jesus, pegou no mote, e o tema foi objeto de grande polémica. A questão é decisiva, porque um dos meios de viabilização dos clubes portugueses é comprar jovens jogadores em mercados “baratos” (como os sul-americanos), adaptá-los ao futebol europeu, pô-los na “montra” e vendê-los caro.

Para já, a polémica que se gerou pode servir de alerta aos governantes para não cometerem erros que podem sair caro.

Hoje vou falar sobre um tema quase oposto: a vantagem dos treinadores portugueses.

Durante muito tempo, os três grandes acharam que os portugueses não tinham categoria para treinar as suas equipas, e os estrangeiros sucediam-se – de Bela Guttman a Eriksson, de Jimmy Hagan a Trapattoni, de Bobby Robson a Fernandez, de Mortimore a Camacho, de Co Adriaanse a Quique Flores.

Quase só Artur Jorge e Mourinho eram considerados com “estatuto” para treinar Benfica, Porto e Sporting. Ora esta ideia morreu. Os três grandes são hoje treinados por portugueses – e bem treinados. O Benfica de Jesus está a fazer uma das suas melhores épocas de sempre, o Sporting de Domingos está a praticar um futebol como há muito não se via em Alvalade, e só o FC Porto mostra alguma quebra em relação ao ano passado – mas esse Porto também era, recorde-se, treinado por um português. E, na última época, 3 dos 4 semifinalistas da Liga Europa tinham portugueses à frente!

A conclusão a tirar é que precisamos de estrangeiros para jogar e de portugueses para treinar. Difícil de perceber?

In Record

janeiro 15, 2012

Tempo Útil _ João Gobern


Ecos e silêncios

Ganhámos e praticamos, neste Portugal cheio de temores e reverências, mais carregado de oportunistas do que de oportunidades, uma mania cobarde: quando alguma conversa, algumas ideias ou revelações nos desagradam e podem agitar as águas podres e paradas em que tantos sectores se deixaram mergulhar, em vez de partirmos para a discussão e para a investigação, preferimos simplesmente matar o mensageiro. Tem passado? Ataca-se por aí. Tem interesses? Faz-se disso o alvo. Foi agente no sector que agora questiona? Denuncia-se o seu caráter de “arrependido”. Está aparentemente isolado e longe dos centros do poder corrente? Torna-se mais fácil mastigá-lo, digeri-lo e esquecê-lo.

O resultado é quase sempre semelhante: aumenta-se a lista das vítimas e nem se passa à abordagem dos assuntos. Acontece na política, na economia, nas questões sociais. Mas, com o devido respeito pelos justos e interessados (conheço muitos, felizmente) e lamentando que se possa resvalar para uma generalização descabida, acontece muito mais no terreno do Desporto.

Vem tudo isto a propósito da contundente entrevista que António Oliveira deu no sábado passado, à RTPi, num programa conduzido por Hugo Gilberto e no qual tive a sorte de estar presente. Confesso que nunca, em mais de trinta anos de profissão, tinha visto alguém disponível para distribuir os nomes pelas histórias, alguém aberto a expor e a defender os seus raciocínios (sabendo ainda por cima que se expunha), alguém que não se perdesse em recados cifrados e em episódios enigmáticos. Quem ouviu António Oliveira falar da Olivedesportos – que fundou – como o FMI dos clubes portugueses de futebol, quem o viu reconhecer, em prejuízo do orgulho e dos méritos, que só tinha sido selecionador por causa da referida empresa, quem constatou a sua convicção de que presidentes da Federação e da Liga não passam de homens de mão de um poder muito mais real e concreto, não consegue ficar indiferente.

No mínimo, mesmo que desconfie do alcance ou da intensidade das suas declarações, só pode desejar que as mesmas se tornem objeto de posteriores clarificações. Também por isso é confrangedor – e muito significativo – que, na sequência dessa entrevista, tenham agido os voluntários do costume, mas que sobre ela se abatam meia dúzia de ecos aflitos e um mar de ensurdecedores silêncios, que deixam no ar um desagradável odor de compromissos, de dependências e de tráfico de influências que também mereciam ser exibidos à luz do dia. Tenho pena que se perca uma oportunidade como esta de pegar nas declarações viscerais de António Oliveira e perceber onde e como elas se cruzam com a intrincada verdade. Mas já percebi que ainda não é desta que lá vamos.

In Record

Jornal " O Benfica " Edição Nº 3533


Destaques

Principais títulos

- Entrevista frente-a-frente Rui Silva e Valter Neves: "Ser campeão é o principal objectivo" e "A grandeza do Clube está nos seus adeptos"; (pág 08 e 21)


Títulos

2   Síntese + Clube - Dia de Reis: "Órfeão cantou as Janeiras"
3   Futebol - Calendário: "Jogar de garras afiadas" + Opinião João Paulo Guerra
4/5   Entrevista Saviola: "O mais importante é falar da equipa"
6   Crónica U.Leiria-Benfica: "Sair da Marinha em Grande"
7   Análise à Jornada: "Benfica de esquerda" + Opinião Arons de Carvalho
9   Antevisão da 15.ª jornada: "Segurar a liderança" + Opinião João Malheiro
11   Antevisão Taça da Liga: "Continuar com vitórias" + Opinião João Diogo
12/13   Zona de Decisão - Argel: "O meu maior sonho é treinar o Benfica"
15   Opinião Pragal Colaço: "O supermercado, as Sociedades Desportivas e a Holanda"
16   Benfica Olímpico: "Aposta forte na Canoagem"
17   Balanço 2011 Benfica Olímpico: "Ambição para Londres 2012"
18   Juniores: "Vencer em Pina Manique"
19   Juvenis: "Equipa com chama"
20   Iniciados: "Máquina vermelha" + Infantis e Benjamins: "Ano Novo, novas vitórias"
21   Futsal: "Manter este espírito"
22   Hóquei em Patins: "Uma história já longa"
23   Voleibol: "Venha o Vitória de Guimarães" + Opinião Afonso Melo
24   Atletismo: "Vamos ficar cada vez mais fortes" + Andebol: "Aumentar os índices  competitivos"
25   Basquetebol: "Um CAB(O) para superar" + Opinião Pedro Ferreira
26   Bilhar: "Somam-se vitórias" + Ténis de Mesa: "Equipa principal com objectivo  intacto" + Râguebi: "Femininos vencem" + Catedral dos Sabores
27   Fundação Benfica: "Roberto Reis encantou" + Opinião Jorge Miranda
28   Entrevista frente-a-frente: Rui Silva "Ser campeão é o principal objectivo"
29   Entrevista frente-a-frente: Valter Neves "A grandeza do Clube está nos seus adeptos"
30   Programação Benfica TV + Tome nota
31   Opinião Luís Fialho: "Líderes até ao fim"
32   Futebol - Luisão: "Contamos com os adeptos até ao fim do campeonato" + Breves   + Opinião José Jorge Letria

Masters de Almaty


Telma Monteiro e a medalha de prata: “Foi um excelente resultado”


A judoca do Benfica, Telma Monteiro, chegou este domingo a solo nacional, após ter conquistado a medalha de prata no Masters de Almaty. Em declarações aos órgãos de comunicação social, a atleta mostrou-se muito satisfeita com o seu desempenho no Cazaquistão.

“Foi um excelente resultado. Vinha de uma lesão e sabia que ia ser muito difícil chegar à final. O objectivo era ficar no pódio e mesmo assim isso era difícil, mas luto sempre para ganhar cada combate e tentei dar o seu melhor”, relatou sobre o regresso à competição.

Na final do Masters de Almaty, Telma Monteiro foi derrotada pela nipónica Kaori Matsumoto, no entanto, a "encarnada" acredita que pode voltar a superar essa adversária em próximos embates. “Não falta muito para voltar a vencê-la. Senti que estava a ser superior a ela na luta de pé, mas não estava a conseguir projectá-la. Ela acabou por ser superior na luta do chão”, considerou.

A judoca desejou ainda voltar a encontrar a japonesa, até porque isso seria um indicador de uma boa campanha. “Encontrar a Matsumoto numa competição é sempre bom, pois é sinal que estou na final”, referiu, numa alusão à qualidade do judo da sua rival.

janeiro 12, 2012

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



All together now

Depois de uma noite de sábado entediante, 90 minutos perdidos a ver um triste jogo de bola entre Sporting e Porto, o União de Leiria-Benfica ofereceu-nos um jogo sempre cheio de velocidade, de emoção e de uma segunda parte em que o Glorioso cilindra o oponente.

Quando a nossa entrada em 2012 é gloriosa, frente ao Guimarães do meu preferido Rui Vitória e a liderar o campeonato, uma pequena pergunta, de pormenor mas de espanto, ocupou-me a mente nos minutos seguintes à partida de ontem: quem é o Rodrigo Mora? Alguém que vamos dispensar rapidamente, assim Deus queira e Jesus aceite. Eu não gosto do Cardozo, nem pintado de ouro ou melhor marcador estrangeiro de sempre, mas não percebi porque é que saiu. Eu adoro o Rodrigo, um génio que em 3 minutos fez dois belos golos, mas não percebi porque é que saiu. Sobretudo não entendo porque é que sai do banco um jogador chamado Rodrigo Mora. Especialmente quando Nélson Oliveira, que vai ser o futuro do Benfica – deem-lhe tempo – estava no leque de suplentes.

Agora que já desabafei, concentremo-nos no brilhante jogo que Bruno César soube fazer. No fim, a verdade é que não dei pela falta de Aimar. E isso é um feito glorioso para os onze escolhidos por JJ para defrontar o Leiria. De Gaitán dei, porque a sua ausência deixou o Chuta-Chuta à direita e levou Nolito para a esquerda – e o espanholito estava em noite não. E a fazer “pareja” com o Emerson, não há quem se salve.

A verdade é que 2012 começa e estamos na liderança do campeonato. Em fevereiro apanhamos o Zenit na Champions e tenho a certeza que a nossa Luz vai ser brilhante. Já fiz as promessas do ano novo: em maio, rumo à estátua do Marquês para a escalada da vitória e a seguir marcho para Fátima, que com as vitórias do Glorioso não se brinca. Só não somos campeões se não quisermos. All together now!

In Record

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