agosto 30, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo


Magnífica reta

O Benfica entra hoje em palco para a 3.ª jornada da Liga. A Choupana não é fácil, e jogar repetidamente como jogámos contra o Twente também não. Mas com dois pontos cedidos logo no pontapé de saída, não há margens para erro. Hoje só os três pontos interessam.

No derradeiro jogo do playoff da Champions provámos que podemos ir longe. Temos obstáculos. Vejamos. A basculação ofensiva potente que os pupilos de Jesus emprestam ao jogo é desgastante, é um esforço físico que pode levar ao cansaço absoluto na dobra do campeonato. Depois, o poder atacante necessita de maior objetividade: contra o Twente fizemos 16 remates à baliza na primeira metade do jogo – na tentativa de evitar o individualismo os jogadores passavam inconscientemente a bola em detrimento do remate, e nem um golito. À direita Gaitán está em baixo de forma e dá cabo da vida a Maxi Pereira, porque não desce a acompanhar os ataques do adversário e tantas vezes Maxi vê-se a mãos e pés com três adversários e acaba por ser Artur a salvar. E Jesus, quando quer chocalhar a equipa aos já célebres 60 minutos de jogo – Jesus faz sempre substituições aos 60’ –, vê-se confrontado com alguns dilemas: tirar Aimar é pecado, mas até quando é que a condição física do genial maestro aguenta? Contra o Twente optou por mexer nas alas. Só que a criatividade da equipa perdeu muito com a saída de Nolito e até de Gaitán, que gostam de ir ao miolo, ao encontro da construção de jogo da magnífica reta Artur, Javi, Witsel e Aimar.

Estes obstáculos e dilemas não podem ser desconsiderados. Mas depois do Twente e dos 7 M€ da Champions, há que louvar a equipa. Não fomos perfeitos nem atingimos o apuro na finalização, mas fomos grandes. A magnífica reta constrói jogadas de ataque de génio. Witsel é um jogador de duas mãos cheias e o Rei Artur segura o castelo como há muito não se via no Glorioso. Agora é agarrar a Liga e a Champions como se não houvesse amanhã. E com Nélson Oliveira lá à frente, sff.

 In Record

Por força da lei _ Ricardo Costa


Apito desafinado

1 Há cerca de um ano escrevi aqui, a propósito de estatuto legal dos árbitros: “O repto é alterar todo o processo de recrutamento e evolução dos árbitros nas sucessivas categorias, desde as camadas jovens até à 1.ª categoria. Submetidos desde a base a critérios esconsos e a fiscalização discutível, os árbitros que chegam hoje ao topo não são muitas vezes – ou não podem ser – os melhores. Ressente-se a independência e magoa-se a qualidade das suas atuações. Por isso se deve redigir quem e como se chega a árbitro – em carreiras distintas para “grupos de modalidades” – e instituir um corpo de arbitragem autónomo de quem organiza as competições (ainda que financiado e balizado pelas competições). Um corpo escolhido, formado e avaliado por “comités de técnicos de arbitragem” designados pelo Estado e atuantes, em secções diferenciadas, nas federações e nas associações. E com a possibilidade de tais organismos federativos e associativos recorrerem, no caso da gestão e organização dos árbitros profissionais, a entidades externas e, no caso da aprendizagem e reciclagem das competências de todos os árbitros, a formadores fora do ambiente fechado das federações e das associações (p. ex., universidades). Sem pôr em causa a autorregulação, mas assegurando o seu futuro.

2 Passou mais um ano. O futebol português é dramaticamente previsível, em personagens e em argumentos. Os árbitros estão novamente em cima do lume dos esquemas do maniqueísmo. Continuamos a ouvir o mesmo, com o inevitável “o Apito Dourado não deu em nada”! Claro que quem tal afirma não sabe o que diz ou apenas o diz a pensar em 3 ou 4 processos criminais que dominaram os media. Não é verdade!

3 O Apito Dourado (AD) lidou com corrupção, coação, falsificação de relatórios e tráfico de influências. O fundamental do AD foi julgado desportivamente pelo Conselho de Disciplina da Federação, uma vez que o AD averiguou esmagadoramente jogos e factos da (então) 2.ª Divisão B – pelo menos em junho e julho de 2008, foram suspensos 35 árbitros e observadores, com castigos entre 8 meses e 9 anos e 4 meses (e com árbitros a ultrapassarem, nas penas somadas, o castigo máximo de 10 anos!). O residual do AD foi julgado desportivamente pela Comissão Disciplinar da Liga em maio de 2008: suspensões de 6 árbitros com castigos entre 2 anos e meio a 6 anos.

4 O Apito Dourado foi a maior “limpeza” que se fez na arbitragem com base em adulteração grosseira das regras. Para além dos crimes (pois nem tudo era ou foi considerado crime), os órgãos jurisdicionais desportivos atuaram (ainda que com “défice” do Conselho de Justiça…) e os prevaricadores foram afastados. “Deu”. Acima de tudo, vemos que a arbitragem de 1.ª categoria se qualificou e os internacionais são considerados lá fora. Porém, cá dentro, o AD não deu o suficiente para se saltar em definitivo para um outro formato de árbitro – que exige mais que a profissionalização e solicita uma independência dos organizadores das provas. É por isso que passam os anos e, para alguns e com o mesmo formato, ainda parece que o AD “não deu” nada…

In Record

Email Aberto _ Domingos Amaral


Bem-vinda!

From: Domingos Amaral
To: Luz Jardim Amaral

Minha querida filha
Nasceste numa quarta-feira à noite, precisamente às 22h52, como o teu irmão Duarte sempre lembra. Enquanto a tua querida mãe Sofia esperava pela sua cesariana, na companhia das tuas avós e tias e da tua irmã mais velha, Carolina (a Leonor ainda é pequenina e ficou em casa), eu e o Duarte demos um saltinho ao estádio do Benfica. Foi rápido e fácil, apenas uma pequena caminhada, pois tu estavas pronta a nascer precisamente no Hospital da Luz, que é mesmo ao lado da nossa catedral, o Estádio da Luz. Mas foste muito querida em ter esperado por nós, em ter-nos deixado assistir a um belo jogo do Benfica. É, aliás, magnífico sinal teres nascido numa grande noite europeia, em que tudo correu bem à nossa família e ao Benfica. Que fantástica jogatana, que excelente equipa que se está ali a formar! Foi essa a conclusão que eu e o teu irmão retirámos de um jogo onde Jesus espantou definitivamente os fantasmas que nos assombravam este início de época. Enquanto crescias na barriga da tua mãe, muitos apostavam numa saída desgraçada de Jorge Jesus ainda em setembro. Não aconteceu e ainda bem. Sabes, querida filha, ele é um bocado teimoso mas quando acerta não há melhor, e o Benfica dele enche-nos o coração de alegria, tal como o teu nascimento. E foi por tudo isto, a que alguns chamam coincidências mas ambos sabemos que é destino, que a tua mãe e eu decidimos chamar-te Luz. Nome lindo, pequeno e simples, ao mesmo tempo forte e essencial à vida e (aqui só entre nós que ninguém nos ouve), glorioso! Um nome que a ti muito bem fica. Mil beijos do pai.

In Record

Liga Zon _Sagres 11/12 Nacional - SL Benfica, 0-2


Justiça na Choupana

O Sport Lisboa e Benfica venceu o Nacional da Madeira, por 0-2, com uma exibição bem conseguida. Neste encontro da 3.ª jornada, Cardozo abriu o marcador de cabeça e Bruno César recuperou a bola antes do meio-campo e sentenciou o jogo.

Esta partida da 3.ª jornada da Liga portuguesa começou muito disputada a meio-campo, o que não surpreendeu Jorge Jesus, que já à espera desta situação, voltou a lançar Witsel em detrimento de um segundo avançado. A única alteração em relação ao onze que venceu o Twente, aconteceu no centro da defesa, com a saída por lesão de Garay e a entrada do brasileiro Jardel.

Com a bola a estar maioritariamente no centro do terreno, a primeira oportunidade acabou por pertencer ao Nacional. Mateus (6’) apareceu solto na direita e rematou rasteiro para intervenção atenta de Artur com os pés. Com o evoluir do cronómetro, o protagonista começou a ser o nevoeiro, que teimou em “estragar” o espectáculo, levando inclusivamente o árbitro Artur Soares Dias a interromper a partida.

Quando o esférico voltou a rolar na Choupana, o Benfica marcou. Com 21 minutos decorridos, Nico Gaitán recebeu no flanco direito e centrou com conta, peso e medida para a cabeça de Cardozo, que depois de se antecipar ao marcador directo, rematou como mandam as regras, de cima para baixo. Estava inaugurado o marcador.

A formação insular não apresentava grande resposta e, quando o fazia, a defesa “encarnada” estava atenta, como foi o caso de Jardel (24’), que tirou “o pão da boca” a Rondón na pequena área. A visibilidade também não era a melhor e o encontro voltou a ser interrompido.

O último lance de perigo do primeiro tempo voltou a pertencer à equipa de Jorge Jesus, com Cardozo a aplicar um grande pontapé e a obrigar Elisson a defesa apertada. Ao intervalo, o maior desejo era que o nevoeiro desistisse de marcar presença.

Felizmente, a etapa complementar iniciou-se com céu limpo e o encontro não voltou a ser interrompido. O Nacional entrou mais pressionante por estar em desvantagem, mas nunca levou real perigo às redes de Artur. Os “encarnados” foram tomando conta da posse de bola e controlo do jogo foi aumentando. Aos 61 minutos, João Aurélio foi bem expulso com um duplo cartão amarelo, depois de empurrar Bruno César pelas costas. Volvidos dois minutos, Gaitán apostou na jogada individual, e rematou muito perto do poste madeirense.

Aos 66 minutos, o juiz Artur Soares Dias perdoou uma expulsão claríssima a Filipe Lopes, que agrediu Axel Witsel com uma cotovelada grotesca. Na sequência da falta, Aimar quase marcou de livre. Só dava Benfica e a vinte minutos do fim, Luisão voltou a levar muito perigo com uma cabeçada poderosa, para defesa de Elisson.

As jogadas de ataque eram muitas e bonitas e adivinhava-se o segundo tento. Quando já passavam três minutos dos 90, Bruno César “partiu a loiça”. O brasileiro correu cerca de 70 metros e depois de ultrapassar o último elemento do Nacional, finalizou com categoria e selou os três pontos.

O Sport Lisboa e Benfica apresentou o seguinte onze: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Emerson, Javi García, Nico Gaitán (Ruben Amorim 90’), Nolito (Bruno César 45’), Witsel, Aimar (Enzo Peréz 78’) e Cardozo.

Texto: Frederico da Costa Branco 

Força "Capitão"



Surpreendidos com a notícia e com as imagens que chocam os amantes do futebol, Ricardo Gomes foi atingido por um AVC traiçoeiro que o afastou – esperamos todos de forma momentânea – do futebol.

Jogador distinto, homem de carácter, Ricardo Gomes faz parte da história do Sport Lisboa e Benfica. O futebol ganhou com o seu talento, mas principalmente com o seu exemplo enquanto jogador e treinador.

Todos esperamos que o “nosso” capitão recupere depressa e volte a ocupar o lugar que por direito lhe pertence no futebol. À sua família e amigos uma palavra de amizade e sentida solidariedade do Presidente do Sport Lisboa e Benfica, em nome de toda a Direcção.

In  SLBenfica

Os meus e com certeza de todos os Benfiquistas votos de rápidas melhoras, força e coragem como sempre demonstraste na tua carreira.

agosto 23, 2011

Por força da lei _ Ricardo Costa


A "bolha" cresce

Neste verão, o mercado português do futebolista continua a animar o mercado global. Em pequenos, médios e grandes negócios, temporários ou definitivos. Com uma novidade. Portugal deixou de ter só clubes que vendem no patamar dos “grandes negócios” (vamos delimitar: aqueles que ultrapassam os € 10 milhões) e passou a ter um clube que participa de forma não ocasional como comprador nesse patamar: a SAD do FC Porto. Um estatuto, aliás, compatível com uma sociedade desportiva que: (1) só em 2011 já investiu mais de € 60 milhões em “direitos económicos” de jogadores; (2) sem deixar de continuar predisposto a ouvir propostas de igual calibre, acabou de fechar um negócio (habilmente montado) de 45 milhões! E, por fim, um estatuto adequado ao orçamento para a presente época desportiva: escreve a imprensa, entre € 90 a € 95 milhões! Tanto (ou mais) que a soma dos orçamentos das SAD de Sporting e Benfica. Definitivamente, portanto, a SAD do FC Porto “descolou” das demais no “campeonato” das transferências e do “dinheiro”. O “campo” será naturalmente o reflexo.

Seja como for, a salubridade financeira das grandes SAD s portuguesas está excessivamente alavancada na valorização dos “passes” dos jogadores e nas subsequentes receitas “extraordinárias”. Nunca se sabe se um jogador de 5 milhões pode vir a gerar encaixe positivo no futuro; pode confiar-se que uma boa evolução do atleta e a participação numa boa “montra” podem ajudar decisivamente. Ainda assim, é preciso uma conjuntura favorável, como sejam a conjugação de necessidades e dinheiro alheios – como tem havido, por ex., no Chelsea ou no Real Madrid ou, agora, no Atlético. É na expectativa dessa conjuntura que se pode confiar que um jogador de 5 milhões, que se valorizou até aos 40 milhões, pode vir a compensar a impossibilidade de valorização (ou até a desvalorização e a “venda” em perda) de 4 ou 5 jogadores de 5 milhões. E fazer girar a “empresa”.

É nestes fatores aleatórios de base que muitos vão refletindo. Será que o futebol, depois da adaptação a que Bosman obrigou, não está a viver hoje a sua própria “bolha”? Comprando por X o que pode não vir a valer mais do que X ou, até mesmo, algo perto de X? Será que, se isso acontecer difusamente, o futebol tem fundos disponíveis para suprir as perdas do rebentamento da “bolha”? E se isso suceder com os principais clubes que hoje injetam dinheiro no mercado, através de magnatas russos e asiáticos que viraram “donos” desses clubes, de sociedades “offshore” de agentes e dirigentes que viraram “comproprietários” de passes de jogadores, de fundos de “terceiros” interessados em circular dinheiro de outros “negócios” ou (muito menos agora) através do endividamento bancário? Se isso acontecer em vários mercados ao mesmo tempo, o que poderá significar para os montantes – cuja grande parte se disponibilizam faseadamente ao longo do tempo – de que o mercado nacional é devedor e credor?

Se esta “bolha” for como as outras “bolhas” que andamos agora a pagar, conviria pensar nisto a sério antes que o dique transborde. Nas leis e fora delas.

In Record

agosto 22, 2011

Email Aberto _ Domingos Amaral


Vale tudo

From: Domingos Amaral
To: Godinho Lopes

Caro Godinho Lopes
A época passada, após o final de um jogo onde o Manchester United tinha sido prejudicado, Alex Ferguson criticou o árbitro dizendo que ele fora demasiado “duro” e pouco “imparcial”. Estas singelas declarações, que por cá seriam banais, valeram um castigo de 5 jogos a Ferguson. Por lá ninguém brinca com os árbitros. Em Portugal, com uma Liga cobarde na disciplina, vale tudo. É evidente que, conhecendo eu o temperamento lusitano, feito de raivas e bravatas que se esfumam numa semana, aceito que o senhor proteste, indignadíssimo, as arbitragens depois dos jogos. O que já me parece muito mais grave é a “jihad” que o senhor lançou, executando um assassinato profissional prévio a João Ferreira e aos dois árbitros assistentes nomeados para o Sporting-Beira-Mar de amanhã que, por isso, recusaram-se a apitar o jogo, ato corajoso que aplaudo. Se a estratégia do Sporting é sabotar qualquer nomeação que lhe desagrade, sugiro que o clube se inscreva na Liga espanhola, pois não me lembro de um único árbitro português contra o qual os leões não tenham razões de queixa!

Bem sei que o senhor foi eleito à rasquinha, e a oportunidade que Xistra lhe deu com a péssima atuação que teve é excelente para subir a sua cotação como presidente. Mas, se fosse a si preocupava-me mais com a qualidade de jogo da sua equipa. É que fazermo-nos de vítimas dos árbitros, como o meu Benfica fez no ano passado, nunca dá bom resultado. É atitude de fracos e esconde o essencial: as incapacidades próprias. Os fortes, como o FC Porto, raramente se queixam. Os fracos passam a vida a choramingar.

In Record

agosto 19, 2011

Contra a Corrente _ Leonor Pinhão



Ter ou não ter magia

Ainda não foi desta que Co Adriaanse conseguiu ganhar ao Benfica. Quando treinou o FC Porto, em 2005/2006, conseguiu a proeza inédita de ganhar o campeonato perdendo os dois jogos com a equipa então comandada por Ronald Koeman.

Se calhar até foi por isso mesmo que passou por um grande aperto com uns meliantes locais que lhe vandalizaram o carro depois de um resultado menos airoso.

O FC Porto empatara a zero com o Rio Ave, em Vila do Conde, e à saída do Centro de estágio do Olival, conduzindo já o seu próprio carro rumo a casa, Co Adriaanse viu-se atacado com grande violência.

Felizmente para todos que prezam a decência e desprezam o hooliganismo, tanto o amador quanto o profissional, o incidente foi relatado na imprensa e ficou muito claro que o Olival dispunha de câmaras de vigilância aptas a identificar os energúmenos e a levá-los a tribunal.

Certamente por distracção, não dei conta das posteriores notícias que surgiram com os pormenores da detenção e do julgamento dos agressores. Mas que foram todos identificados, condenados e proibidos de voltar a entrar em recintos desportivos, disso não tenham qualquer espécie de dúvidas…

Voltemos a Co Adriaanse, agora treinador do Twente com o Benfica jogou na terça-feira a primeira mão da decisiva eliminatória que abrirá, ou não, à equipa de Jorge Jesus as portas da Liga dos Campeões.

O resultado, 2-2, não é mau para as aspirações do Benfica sobretudo se Jesus tiver em conta a prestar a maior atenção às palavras de Adriaanse no fim do jogo, antevendo as possibilidades da sua equipa no jogo da segunda mão: - A defesa do Benfica joga em linha e é lenta – disse Co Adriaanse.

Sábias palavras.

Este primeiro Benfica de 2011/2012 apresenta-se assim mesmo como Adriaanse o definiu. É natural que o treinador holandês, sendo adversário do Benfica, olhe com maior argúcia para as debilidades da equipa que tem pela frente.

Já aos olhos dos adeptos do Benfica, sempre cáusticos quando as vitórias tardam, o panorama apresenta-se diferente.

- Estes tipos deslumbram-se com eles próprios e conseguem passar do espírito da goleada ao espírito da aflição numa questão de minutos.

Outras sábias palavras.

Como este estado de irregularidade permanente não garante a felicidade, é de crer que Jorge Jesus vá resolver rapidamente o assunto.

Nolito é bom. É mesmo muito bom. E é esperto. A sua decisão de trocar o Barcelona, onde não tinha lugar, pelo Benfica, onde ninguém lhe tira o lugar, é a prova da sua esperteza.

O Benfica, tal como qualquer outro clube que sonhe alto, precisa de contratar jogadores que dispensem liminarmente aquela coisa chamada de período de adaptação.

agosto 17, 2011

Benfica vende jogos por €40 milhões e ataca Sport TV


Miguel Pais do Amaral comprou os direitos e prepara novo canal de desporto.

Quarenta milhões de euros por ano. O Benfica irá vender por esta soma astronómica os direitos televisivos dos seus jogos a partir de 2013 à Balloonsphere, uma empresa detida maioritariamente por Miguel Pais do Amaral.

O negócio foi conduzido por Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e Domingos Soares de Oliveira, administrador da SAD, durante vários meses e chegou a um ponto final na penúltima semana de julho.

Com este acordo iminente, o Benfica consegue, aparentemente, os seus dois principais objetivos: vender os jogos por um valor elevadíssimo e romper o 'monopólio' de direitos televisivos do empresário Joaquim Oliveira e da Sport TV.

Aliás, a única explicação para os valores em causa - que não têm qualquer hipótese de retorno publicitário ou de subscrição - é a de este negócio servir de embrião para um novo canal desportivo.

€2,7 milhões por jogo

As contas são fáceis de fazer: €40 milhões a dividir por 15 jogos em casa dá €2,7 milhões por jogo. Refira-se que em Portugal nunca se pagou um quinto deste valor por um jogo de futebol. E é por isto que as contas têm de ser feitas de outra forma: Miguel Pais do Amaral - que terá a apoiá-lo o milionário norte-americano Nicolas Berggruen, um dos homens mais ricos do mundo - quer usar os jogos do Benfica em casa como âncora para um novo canal desportivo por subscrição.

Para começar, Pais do Amaral já tinha assegurado há alguns meses os direitos da Liga espanhola a partir de 2012, depois de comprar a Worldcom a Rui Pedro Soares, que antes tinha adquirido os direitos espanhóis à Mediapro. Com os direitos da Liga espanhola já em 2012 e os do Benfica a partir de 2013, Pais do Amaral entende ter uma base para lançar um ataque a Joaquim Oliveira, que domina o negócio dos direitos desportivos e da televisão de desporto por subscrição. Um negócio ao qual o próprio Benfica poderá vir a associar-se.

O Expresso apurou que o clube da Luz está a estudar ter até 20% do novo canal, mas há outra hipótese em cima da mesa, que pode passar pelo reforço da grelha da Benfica TV - o clube anunciou ter comprado 180 jogos particulares de equipas das principais ligas europeias e das seleções da Argentina e do Brasil na preparação para o Mundial de 2014.

As negociações para a venda dos jogos do Benfica começaram em fevereiro num escritório de advogados de Madrid. O acordo final foi escrito pelos advogados Francisco Sá Carneiro (que representa Pais do Amaral) e José Luís Seixas (pela parte do Benfica). O acordo inclui os jogos em casa e prevê o direito de preferência sobre todos os encontros particulares e de pré-eliminatórias das competições europeias. Miguel Pais do Amaral aparece neste negócio a título individual e não como presidente da Media Capital (detentora da TVI).

Curiosamente, a Media Capital é detida maioritariamente pela Prisa, os arqui-inimigos da Mediapro que cederam indiretamente os direitos da Liga espanhola. Ainda mais curioso é o facto de a Prisa ser hoje controlada pelo fundo Liberty, controlado pelo milionário Nicolas Berggruen, um dos melhores amigos de Miguel Pais do Amaral e que sempre esteve ligado aos seus negócios.

A teia de ligações neste complexo negócio é difícil de explicar, mas dá ao Benfica uma enorme vantagem sobre os clubes rivais. 40 milhões é um valor astronómico, quando comparado com os atuais €8,6 milhões que o emblema lisboeta recebe por época. Em apenas três épocas (de 2013 a 2016) o Benfica assegura o encaixe de €120 milhões.

Direitos e pressões

O grupo de Oliveira mantém o direito de preferência sobre as transmissões televisivas dos jogos do Benfica, pelo que tem a última palavra a dizer sobre este negócio - mas, se quiser manter-se na corrida, tem de 'bater' os tais 40 milhões. Vieira dera os primeiros sinais há um ano, numa entrevista à Benfica TV. "A Olivedesportos ajudou-nos, mas sei o que o Benfica vale. Um novo contrato implicará números superiores em relação ao que recebemos." A pressão do Benfica sobre a Sport TV é clara: ou Joaquim Oliveira cobre os interesses encarnados ou perde parte considerável das suas receitas. Refira-se que a Sport TV tem 600 mil assinantes e lucra entre os 60 milhões e os €65 milhões. Contactada pelo Expresso, a administração da Sport TV não quis tecer comentários.

Nos últimos anos, e apesar da amizade que une Vieira a Joaquim Oliveira, o clube da Luz tem emitido vários comunicados nos quais critica o tratamento recebido pelo canal desportivo. Atentos ao que se passa estarão Sporting e FC Porto, que renovaram com a Olivedesportos até 2018: os leões recebem €13,5 milhões por época e já têm em mãos uma pequena parte da receita total; os dragões, €10,4 milhões até 2013/2014 e €20,4 milhões daí em diante. Refira-se que, no contrato celebrado entre os portistas e Oliveira, está prevista uma cláusula em como o clube nortenho recebe 80% do valor pago ao Benfica.

Texto publicado na edição do Expresso de 27 de julho de 2011

Caros Amigos e Leitores devido a estar de férias não me foi possível actualizar o blogue, a todos peço desculpa por não avisar antecipadamente, obrigado pela compreensão.

VIVA O SLBENFICA

agosto 03, 2011

Email Aberto _ Domingos Amaral




Crédito difícil


From: Domingos Amaral
To: José Mourinho

Caro Mourinho
Na Europa, rareia o dinheiro. Nenhum dos grandes clubes de Itália, Inglaterra ou Alemanha gastou até agora muito em aquisições. Já nem mesmo Abrahmovic torra milhões à toa. Os únicos que o fazem são os árabes. Seja no Manchester City, onde já se haviam instalado; seja nas novas plataformas petrolíferas que assentaram arraiais em Paris, no PSG; ou em Málaga, no clube local. São eles que ainda animam o “mercado”. Mesmo os dois grandes de Espanha, e apesar de também eles poderem agora contar com o caroço de patrocinadores árabes – o teu Real com a Emirates, o Barça com a Qatar Foundation – têm comprado pouco, e com dificuldades.

Veja-se o tempo que demoraram os negócios de Coentrão, de Alexis Sánchez, ou a novela do “vai, não vai” de Fàbregas. Tudo isto são sinais que apontam no mesmo sentido: o crédito, na Europa, está muito difícil. Ora, um continente em crise é um continente mais barato. Talvez por isso a grande maioria dos reforços de Benfica e Sporting tenha vindo da Europa, e já não da América Latina, que encareceu.

O Brasil então, está impossível, e só o FC Porto fez loucuras por lá. Lula deixou a economia em expansão permanente e assistiu-se a uma revolução no futebol. O Brasil vendia tudo, qualquer talento emigrava de imediato, mas agora já compra e, mais do que isso, recusa vender. O teu grito desesperado a Neymar, dizendo-lhe para “vir para o Real”, é um sinal dos tempos. Já nem mesmo o Real parece ter argumentos financeiros para roubar um grande talento ao Santos. Se o Brasil se mantiver forte e rico, e os seus jogadores por lá ficarem, acaba uma era no futebol europeu.
In Record

agosto 01, 2011

Roberto transferido para o Saragoça


Roberto transferido para o Saragoça

A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD vem confirmar que chegou a acordo com o Saragoça para a transferência, a título definitivo, do guarda-redes espanhol Roberto Jimenez Gago.

A transferência do jogador, bem como da totalidade dos direitos económicos, foi concluída pelo valor de oito milhões e seiscentos mil euros. 

In  SLBenfica
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