Agradecimentos (I)
Durante a pré-temporada foi posto em marcha um projecto humorístico sem precedentes em Portugal, que era suposto materializar-se, neste final de época, em dezenas de trocadilhos à volta da crucificação de Jesus por parte do Benfica, e facécias várias sobre a natureza imponderada da euforia benfiquista verificada no defeso. Correu mal. Na verdade, não só Jesus ressuscitou o Benfica, como agora sabemos que, face ao que a equipa produziu ao longo da época, a atitude dos adeptos na pré-época pode ser considerada demasiado fria e calculista. Esperemos que os benfiquistas tenham retirado as devidas ilações e exibam no próximo defeso um ou outro sinal de profunda irracionalidade.
Referindo-se justamente à suposta euforia que se vivia na Luz, o dirigente portista Antero Henrique declara ao “JN” de 29.08.09: “Agora termina o campeonato da ilusão e começa o campeonato real”. Confesso que, nesta altura, tenho alguma dificuldade em ver as diferenças entre estas duas competições. Se não, vejamos: no campeonato da ilusão, o Benfica foi a equipa que jogou melhor futebol e que ganhou mais jogos; no campeonato real também. O que só pode significar uma coisa: o Benfica, esta época, fez a dobradinha. Antero Henrique finaliza a mesma entrevista com esta pérola que, apesar de ter quase um ano, continua estranhamente actual: “Quem não é capaz de reconhecer quem é melhor (…) é porque quer esconder os seus próprios problemas e defeitos”.
Antes, não esqueçamos que Jesualdo Ferreira já tinha revelado a “O Jogo” de 08.06.09 o objectivo para a próxima época: “Só nos resta tentar um campeonato sem derrotas”. Nesta perspectiva, o técnico tem a obrigação de estar profundamente agradecido. Ao vencer o campeonato, o Benfica terá conseguido com que Jesualdo recuperasse o gosto por metas mais terrenas. De nada, professor.
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