O líder (aqui há gato)
Desde que Pinto da Costa fez aquele discurso inflamado em que dizia que o FC Porto ia continuar "a jogar e a vencer contra tudo e contra todos", a sua equipa jogou três partidas: empatou 0-0 com a Académica, 1-1 com o Paços de Ferreira, e 2-2 com o Belenenses. Não se compreende. Eu, se fosse oriundo de Buenos Aires, como acontece com 75% do plantel do FC Porto, ficaria muito acicatado e passaria a correr o dobro, se ouvisse um aceso discurso contra o centralismo de Lisboa. Ou até mesmo se fosse de Almada, como é o caso do Varela. Ainda assim, compreende-se a opção retórica do presidente do FC Porto. Dizer que o seu clube ia "jogar e empatar contra tudo e contra todos" não teria, muito provavelmente, o mesmo impacto.
Em contrapartida, já não podemos dizer que o discurso de Pinto da Costa não tenha surtido efeito junto da arbitragem. Veja-se, a título de exemplo, a quantidade absurda de penáltis de que o FC Porto beneficiou ontem, no Restelo. Ou, em alternativa, atente-se ao que um adversário da equipa do Benfica, hoje em dia, tem que fazer para ser expulso por jogar a bola com a mão: jogar a bola com a mão. Nas Antas, os árbitros não são tão quadradões; perguntam-se: "Onde é que acaba a mão e começa o nariz?", ou "Quando a mão marca um tento de belo efeito, deve-se anulá-lo?"
Como as coisas estão, até já nem naquelas linhas amarelas virtuais, que servem para avaliar se é fora-de-jogo ou não, podemos confiar. Também elas devem ser permeáveis aos discursos do presidente do FC Porto. Por exemplo, aquela que vimos no golo anulado de Falcão contra o Paços de Ferreira não estava minimamente paralela à grande área pacense. É certo que tenho consciência de que o campo estava inclinado, mas ainda assim não me parece haver justificação para a linha virtual estar tão torta.
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