E por falar em estádios…
Ontem à noite jogaram Benfica x Vitoria de Setubal, no Estádio da Luz, em Lisboa. Meu amigo Edney, que já relatou a final da Copa da UEFA (ainda não era Liga Europa), em Istambul, foi assistir. E hoje cedo, motivado pelo tititi em torno dos nossos estádios, mandou esse e-mail para uma lista de amigos, que transcrevo para vocês, com a visão e opiniões de um torcedor brasileiro além-mar.
“Pois bem, ontem tive a minha primeira experiência no estádio que eles denominam de “inferno da luz”… O jogo era convidativo, 21h15 de um sábado bem quente… O Benfica pressionado por 2 derrotas no início do torneio… Julguei que não teria muita gente… Um amigo me convidou para ir com ele, e sem qualquer outra alternativa mais atraente (até porque estou sozinho por aqui), lá fomos nós…
O estádio antigo (capacidade para 120 mil) foi demolido e um novo foi construído, por ocasião da realização da EuroCopa de 2004. Se discutimos no Brasil hoje a construção de estádios, imaginem a construção de 3 novos no pequeno Portugal… Loucura! Até hoje eles descem a lenha nisso e dizem que ganharam um dinheiro largado por isso.
O estádio antigo (capacidade para 120 mil) foi demolido e um novo foi construído, por ocasião da realização da EuroCopa de 2004. Se discutimos no Brasil hoje a construção de estádios, imaginem a construção de 3 novos no pequeno Portugal… Loucura! Até hoje eles descem a lenha nisso e dizem que ganharam um dinheiro largado por isso.
Enfim, voltando ao jogo, é tudo bem diferente. Os arredores são mais tranquilos (ou pelo menos estavam), estacionamento fácil, vários carrões andando por ali (Mercedez, BMW, Audi… se fosse no Brasil…), algumas barraquinhas, uns bares vendendo uma cervejinha… Dentro do estádio só cerveja sem álcool.
Após estacionarmos, fomos ali tomar umas, até porque o ingresso já estava comprado para a época (temporada) toda e o pai do meu amigo resolveu ir passar o fim de semana na praia e com isso sobrou uma vaguinha pra mim. Ficamos ali fora até 20 minutos para o início, chegando lá, tudo muito organizado, o estádio é de primeira: banheiros fartos e limpos (mas aqui acho que tem muito relação com a postura do povo que frequenta o estádio); vi muitas famílias juntas – pai, mãe, filhos, todos ali para torcerem pelos encarnados. Um monte de gente com camisas verdes, azuis, cores dos maiores rivais do Benfica. Se fosse no Brasil, já os fariam tirar tudo debaixo de gritos de intimidação, de copos de urina, porrada e o que fosse necessário. Fiquei impressionado com aquela calma das pessoas.
Eu, como bom torcedor brasileiro, estava lá de bermudinha branca, com camisa vermelha.
Na entrada, filas bem organizadas, com catracas eletrônicas de sensor – não prcisa enfiar o ingresso, basta chegar perto e pronto – bem mais rápido e fácil; lugar marcadinho, tranquilo, nenhum palhaço sentado lá dizendo que eu deveria ter chegado mais cedo.
Após estacionarmos, fomos ali tomar umas, até porque o ingresso já estava comprado para a época (temporada) toda e o pai do meu amigo resolveu ir passar o fim de semana na praia e com isso sobrou uma vaguinha pra mim. Ficamos ali fora até 20 minutos para o início, chegando lá, tudo muito organizado, o estádio é de primeira: banheiros fartos e limpos (mas aqui acho que tem muito relação com a postura do povo que frequenta o estádio); vi muitas famílias juntas – pai, mãe, filhos, todos ali para torcerem pelos encarnados. Um monte de gente com camisas verdes, azuis, cores dos maiores rivais do Benfica. Se fosse no Brasil, já os fariam tirar tudo debaixo de gritos de intimidação, de copos de urina, porrada e o que fosse necessário. Fiquei impressionado com aquela calma das pessoas.
Eu, como bom torcedor brasileiro, estava lá de bermudinha branca, com camisa vermelha.
Na entrada, filas bem organizadas, com catracas eletrônicas de sensor – não prcisa enfiar o ingresso, basta chegar perto e pronto – bem mais rápido e fácil; lugar marcadinho, tranquilo, nenhum palhaço sentado lá dizendo que eu deveria ter chegado mais cedo.
Os times sempre aquecem no campo, um locutor fica o tempo todo entoando cantos chamando a torcida ao aplauso. Por dentro o estádio é maravilhoso, bem iluminado, com o campo pertinho, boa visão de vários locais. O ponto alto daquele pré-jogo é quando um garotinho vai ao centro do campo, e chama a águia Vitória (símbolo do Benfica)… E lá vem ela, voando em redor do estádio todo. A portuguesada fica maluca com aquilo, o espetáculo é sensacional, singular, único! Não existe nada igual por aqui e nem por outros lados. Realmente, o show é maravilhoso e ela tem o local certo de pousar. Se erra o alvo a torcida já fica preocupada, achando que algo vai dar errado. Mas ontem ela acertou direitinho!
Depois os times entram em campo e aí foi engraçado, o locutor invoca a todos para cantarem o hino e como não podia deixar de ser, o hino é um fado português. Coisa estranha, pois estamos acostumados a algo mais marcial, mais cativante. Efim, cada um com sua cultura…
ESTAMOS INFINITAMENTE LONGE DISSO TUDO!
Não tratamos os jogos como espetáculos (aliás, quem quer que vá ao teatro né?).Nossos estádios são arcaicos e olha que ne estou falando dos mais poderosos. Imagino os da Inglaterra, mais atuais.
No campo, o jogo é fraco, os times de Portugal são muito diferenciados.
No campo, o jogo é fraco, os times de Portugal são muito diferenciados.
O Vitoria de Setubal não oferecia resistência e não fosse uma burrada do goleiro Julio Cesar, que fez um penalti e foi expulso, não teríamos grandes emoções. O espanhol Roberto, contratado por 8,5 milhões de euros, tem errado muito e os benfiquistas estavam cheios de medo. E o cara entra e pega o pênalti! Aquilo sim podia ser chamado de “inferno da luz”!
Depois de uma certa pressão o Benfica retoma o jogo e ganha fácil por 3×0, com boa exibição de David Luiz (o novo xodó da zaga brasileira) e de Fabio Coentrão, pra mim um dos melhores laterais esquerdos do mundo na atualidade, jogou uma barbaridade. Para mim, no fim da época (isso se já não for agora), dará adeus ao Benfica junto com o David Luiz…
Fim de jogo, todos felizes, uma saída tranqüila, sem qualquer problema e estava eu em casa cerca de 30 minutos depois, contando com a saída do estádio, pegar o carro e vir embora.
Fim de jogo, todos felizes, uma saída tranqüila, sem qualquer problema e estava eu em casa cerca de 30 minutos depois, contando com a saída do estádio, pegar o carro e vir embora.
Enfim, com tudo planejado, fica fácil e prazeroso ir a um estádio de futebol.
Aí vocês podem dizer que devia ter pouca gente, mas não, tinha 37.000 espectadores, isso com o time em baixa.
Para o Emerson: a um preço médio de 20€, o que chamou a atenção é o número de torcedores que compram ingresso para toda a temporada. Para um local igual ao da cadeira cativa inferior do Morumbi, paga-se 300€ por ano. Mais acima, 350€; na cadeira cativa mesmo, 2.000 a 3.000€, e um custo anual de 450€ pelos ingressos, sempre válidos apenas para a Liga Sagres (o Campeonato Português).
As competições europeias – Champions e Liga Europa – são oferecidas prioritariamente para esses donos de cadeiras . No caso do meu colega, o pai dele pagou os 300€ e na época dos jogos da Champions ele recebe uma SMS indagando se quer ingresso, o preço (cerca de 30€) e o código para o pagamento via multibanco (debito bancário), com o que o seu cartão será carregado e ele poderá entrar tranquilamente no estádio.
ESTAMOS LONGE DISSO.
Não consigo entender a razão de no Brasil não se vender ingresso antecipado para a temporada. Nesse caso, estando na Libertadores, receberia a mesma mensagem com a prioridade; um prêmio pela fidelidade.
Enfim, UM GRANDE ESPETÁCULO, DENTRO E FORA DE CAMPO, prova de que organização e respeito pelo público trazem retorno.
Ahh, o cuidado das pessoas com aquele patrimônio faz com que ele dure mais e fique sempre preservado, pronto para uma nova utilização.
EU GOSTEI!”
EU GOSTEI!”
In Glogoesporte
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