março 17, 2012

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva


Contra-ataque

Antes desta jornada eu tinha planeado escrever uma crónica chamada “O triunfo do contra-ataque”. Ora, o fim-de-semana confirmou tudo o que ia dizer.

As táticas de contra-ataque (a que Jesus chama contragolpe) são hoje as mais eficazes. As equipas que jogam em ataque continuado veem-se e desejam-se para furar as barreiras defensivas dos opositores, que povoam o último terço do campo e não dão qualquer espaço para jogar. Em contrapartida, os que jogam sobre a defesa ficam com muito espaço nas costas dos adversários, e se tiverem extremos rápidos criam facilmente oportunidades de golo.

Foi isto que se passou nos jogos do FC Porto e do Benfica: o golo da Académica foi marcado em contra-ataque, o do Paços de Ferreira também. Mas note-se que o golo do Benfica também resultou de um contra-ataque: fuga de Nélson Oliveira pela direita, centro rasteiro e Gaitán a surgir no meio a empurrar para golo. Em ataque continuado o Benfica não tinha criado uma ocasião tão boa.

E não só os pequenos jogam assim. O Manchester City marcou 3 (dos 4) golos ao Porto em contra-ataque. O Sp. Braga também tem aí a grande arma: bom povoamento defensivo, lançamento para a frente, correria de Lima e golo. Tudo simples. E o próprio Mourinho jogou em contra-ataque no FC Porto, no Chelsea e no Inter. Há ainda o caso do Barcelona que, jogando sempre em ataque continuado, leva 10 pontos de atraso na Liga espanhola – apesar de ter Messi...

O campeonato português vai decidir-se ombro-a-ombro. Os mais pragmáticos serão campeões. Jogar de peito aberto nesta altura é um enorme risco. FC Porto e Benfica que aprendam a lição.


In Record

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