A desforra
O Benfica-Porto de ontem à noite, do ponto de vista competitivo, valia pouco. A Taça da Liga ainda é considerada uma prova menor, uma espécie de prémio de consolação para quem não consegue ganhar as provas “a sério”.
Mas, do ponto de vista simbólico, o jogo tinha um valor importante. Primeiro, dada a rivalidade entre o FC Porto e o Benfica, que assume aspetos paranoicos Depois, dado o recente desfecho do jogo para o campeonato, que deixou os benfiquistas revoltados. Finalmente, pela incerteza que rodeia o fim da época, com 3 equipas a lutarem pelo título nacional e a necessitarem de “tónicos” que as tornem mentalmente mais fortes.
Um Benfica-Porto é como um Real Madrid-Barcelona. O Real pode ganhar muitos jogos – mas basta uma derrota frente ao Barça para lançar o desânimo na capital espanhola. Com o Benfica passa-se o mesmo: as derrotas frente ao FC Porto são as que pesam mais no moral dos adeptos.
Ninguém esquece os 5-0 do Dragão na época passada – como, em Madrid, ninguém esqueceu os 5-0 de Camp Nou.
Ontem, na Luz, a história não se repetiu. Num jogo emocionante, em que começou a ganhar, depois esteve a perder, e por fim conseguiu inverter o resultado (depois de atirar três bolas aos ferros!), o Benfica desforrou-se da derrota de há três semanas, reforçando a ideia de que esse resultado foi injusto.
E se a Taça da Liga é uma coisa e o campeonato outra, o resultado de ontem vai ter algum peso na definição do título. A vitória sobre o FC Porto diminuiu psicologicamente a diferença de dois pontos que, na prática, o Benfica ainda leva de atraso.
In Record
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