janeiro 19, 2013

Afonso de Melo in O Benfica



Com a força dos ventos do Destino!

À terrível derrota de Nuremberga, o Benfica respondeu com uma das mais brilhantes exibições da sua história. Aostrês minutos já a eliminatória estava virada... Durante os restantes 87 minutos, o campeão alemão sofreu uma humilhação sem igual.

A semana passada deixámos o Benfica na Alemanha. Era, na verdade, a primeira visita dos “encarnados” à Alemanha, em Fevereiro de 1962, e recordá-la faz sentido agora que, mais de 50 anos depois, o Benfica se prepara para regressar à Alemanha, desta vez a Leverkusen, para jogar uma eliminatória da Liga Europa.
Em Nuremberga, como se recordarão, o Benfica Campeão Europeu viu-se confrontado com um frio terrível, com um relvado que parecia uma placa de gelo e com um adversário pleno de brio decidido a obter uma das vitórias mais retumbantes do seu historial. E consegui-o. Béla Guttmann, ao pisar o terreno do jogo previu uma catástrofe. E esta catástrofe aconteceu: o Benfica saiu de Nuremberga vergado ao peso de uma derrota dura: 1-3. Mas nem por isso moralmente derrotado. Treinador, jogadores, dirigentes, acreditavam na reviravolta de Lisboa. Acreditavam profundamente que o Benfica era infinitamente superior ao campeão alemão.
Na Baviera, apesar da vitória, morava o receio. «Espera-nos um ambiente terrível! Serão mais de setenta mil gargantas a empurrar o Benfica no Estádio da Luz!»
No dia 22 de Fevereiro, a Luz encheu. Era uma quinta-feira. No fim-de-semana anterior, o Benfica deslocara-se à Covilhã e perdera, por 1-2, com o Sporting local. Não havia, por isso, motivo para optimismos acrescidos. No entanto, a crença não quebrava. E foi um dia de fé, estusiasmo e vibração.
Decididamente, os alemães nunca tiveram consciência do que os esperava na noite excitada de Lisboa. Recebidos com aplausos na sua entrada em campo, não imaginavam a tempestade que lhes caíria em cima. E a tempestade tinha nomes: Costa Pereira; Ângelo, Mário João, Germano e Cruz; Coluna e Cavém; José Augusto, Eusébio, José Águas e Simões. Nomes que ainda hoje fazem tremer as vidraças da História...

Um início devastador!
Três minutos! Três minutos foram suficientes para que o Benfica recuperasse da terrível desvantagem que trouxera da pista de esqui que fora o estádio do Nuremberga. Logo no minuto inicial, José Águas, num golpe de cabeça formidável, fez 1-0. Dois minutos depois, Eusébio, num remate potente, colocou o Benfica na frente da eliminatória.
Os setenta mil adeptos que enchiam a Luz nem queriam acreditar no que os seus olhos viam: o Benfica reduzia a pó o campeão da Alemanha e ainda havia mais 87 minutos para jogar. Até onde iria a voracidade dos jogadores “encarnados”? De que tamanho seria a humilhação do Nuremberga?
Não tardariam a afastar todas as dúvidas. Foi uma completa hora e meia de futebol da mais alta qualidade. Fantasia e sonho: soberbos e arrebatadores. Velocidade estonteante em todos os movimentos, dribles em progressão, remates súbitos e explosivos. Os alemães, após o soco inicial, tentaram recompor-se. Sem argumentos para disputar a partida a toda a extensão do campo, recolhem-se na frente da sua baliza na tentativa de evitar um descalabro de proporções homéricas. Debalde. A força do ataque do Benfica cai sobre eles com o peso de uma bigorna. Eusébio tem um pontapé tremendo que leva a bola a esbarrar na trave. Aos 20 minutos, novo remate fortíssimo, desta vez de Coluna: a bola ainda resvala na perna de um contrário antes de entrar na baliza do guarda-redes Strick.
O 4-0 já surge após o intervalo, aos 55 minutos. Um lance individual de Simões que progride em dribles antes de colocar a bola na frente de Eusébio que com o pé esquerdo faz um golo monumental. O Benfica não refreia os seus ímpetos. Os jogadores “encarnados” sentem que estão de braço dado com a lenda e exigem de si mesmos uma exibição que marcará para sempre a vida do Benfica. José Augusto faz o 5-0 (63 minutos) e o 6-0 (78 minutos) em lances individuais. Por mais de uma vez o campeão alemão está à beira de uma derrota de proporções inimagináveis.
A catástrofe anunciada por Béla Guttmann para Nuremberga virara-se contra os alemães com a violência dos ventos do destino... O Benfica ia na calha da sua segunda Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Pé e chinelo
Algo tem distinguido, de há muitos anos, aqueles que servem de bandeira ao clube do regime corrupto, sejam eles treinadores de boina aos quadrados enterrada na cabeça ou dirigentes amancebados com meninas de pouco preceito: a falta de educação e o baixo nível. À desonestidade intelectual da maioria destes figurões, que copiam bocados de livros com o à vontade de quem bebe um copo de água fresca e gerem equipas à custa de favores de arbitragem como se houvesse nisso algum mérito, junta-se uma ordinarice muito própria – ia quase escrever muito castiça – que os os faz tratarem-se, entre amigos do peito, como «meu grande filho da puta», desculpem lá, mas assim mesmo, tal como testemunhado em tribunal por um inopinado palhaço pobre que nunca teve graça nem faz rir embora esboce sorrisos naqueles que são pagos para lhe humedecerem as mãos com a baba bovina dos medíocres. É o pé e o chinelo que por ele chama.
Uns dizem-se escritores à custa da imaginação alheia, outros são merceeiros afeminados que parecem atender os clientes de pijama. Há também baladeiros de melena oleosa e banqueiros com os cérebros malinados por doenças degenerescentes. Há de tudo menos educação nessa gentinha barraqueira que usa páginas de jornais e microfones para dar largas a uma insuportável bigorrilha que no tempo do velho Eça seria corrida a bengaladas à porta da Baltreschi. E quando a semana é de mau vento, trazendo-lhes as palavras a público como borbotões de vómitos, o Futebol fede. Mas fede de alto a baixo, até que abanem as estruturas do seu edifício podre, reles e depravado.

P.S. - Ao ver o Madaleno agitar o telefone, fiquei convencido de que iria mostrar as chamadas que costuma fazer para os presidentes do Conselho de Arbitragem. Afinal era só mais uma figura triste. Lá está: escorrega-lhe facilmente o pé para o chinelo...

3 comentários:

Unknown disse...

Amigo benfiquista, sugeria uma troca de Links uma vez que o seu já está no meu BLOG há vários meses. Que acha?

Agradecia uma resposta

Saudações benfiquistas

http://www.benficaeternoscampeoes.blogspot.pt/

Lucífer disse...

Brutal grande AFONSO de MELO. Nao há adjectivos para qualificar a sua escrita. Apenas me ocorre dizer que nao precisa de Musas.

Catedral Encarnada disse...

Amigo Daniel já está na lista. Obrigado

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