Jesus e Vítor
Jorge Jesus e Vítor Pereira vão ter provavelmente o mesmo destino, embora por razões opostas.
Jesus pôs o Benfica a jogar mas não conseguiu este ano ser campeão; Vítor Pereira é campeão mas não pôs o FC Porto a jogar.
Com Jesus, o Benfica fez algumas das mais notáveis exibições dos últimos 20 anos, marcou golos para todos os gostos e voltou a ter um nome na Europa; com Vítor Pereira, o FC Porto perdeu algum do prestígio conquistado na Europa e não fez uma única exibição de encher o olho.
Jesus foi prejudicado pelos árbitros em vários jogos e, se não fosse isso, talvez estivesse hoje a festejar o título de campeão; Vítor Pereira festejou o título, mas se não fossem algumas ajudas dos árbitros talvez estivesse hoje a lutar com o Braga pelo 2.º lugar.
Jesus foi o grande obreiro dos sucessos do Benfica, que resultaram de uma dinâmica coletiva muito forte; Vítor Pereira não foi o obreiro dos sucessos do FC Porto, que resultaram sobretudo do talento de Hulk e de penáltis assinalados em momentos decisivos.
Tudo isto é verdade, mas os adeptos não gostam de explicações mas de resultados. E os adeptos do Benfica dizem que a equipa teve cinco pontos de avanço e os perdeu – e acrescentam que, se Jesus não conseguiu ser campeão em ano de crise do FC Porto, nunca mais o conseguirá.
O próximo treinador da Luz será, quase de certeza, pior. Mas essa é a questão que nenhum benfiquista quer hoje enfrentar, porque o necessário, neste momento, é arranjar um culpado. E, como Cristo, ele só pode ser Jesus.
In Record
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