Estrias de Jesus
Não tem sido um começo de época fácil para Jorge Jesus. Por exemplo, desde Agosto até à presente data, o técnico do Benfica tem sido severamente criticado por ter contratado o Roberto, e largamente elogiado por ter contratado o Roberto.
Ao mesmo tempo, alguns analistas acusam-no de não estar a conseguir encontrar um discurso adequado às actuais circunstâncias da equipa – esta época, Jorge Jesus continua a falar como o Jorge Jesus, mas obtém resultados como o Quique Flores. Na verdade, é perfeitamente compreensível. É possível que, depois da época que o Benfica fez no ano passado, Jorge Jesus se tenha esquecido por completo do que se diz quando não se ganha um jogo. Porventura, ser-lhe-á mais fácil levar a cabo uma profunda revolução técnico-táctica na equipa, de forma a começar a golear de novo sem dó nem piedade os adversários, do que passar a aparecer mais submisso nas conferências de imprensa.
Pessoalmente, sinto-me muito desconfortável a avaliar as decisões de Jorge Jesus. Sei, teoricamente, que é impossível ele tomar sempre a melhor opção. Mas tenho quase tanta confiança em Jorge Jesus como ele tem em si próprio (ou seja, o máximo que se pode ter).
Dito isto, dizer que Jorge Jesus de vez em quando toma uma má decisão é como dizer que a Giselle Bündchen tem estrias. É possível que sim. Mas são estrias com mais sex appeal que certos seios e nádegas; são estrias que mulheres sem estrias invejam; são estrias tão sensuais, que têm a forma de um cinto de ligas.
In Record
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