Braços cruzados
Não tenho estômago para isto. Uma humilhação. O Aimar a carregar a equipa às costas, o Carlos Martins a levar a esperança nas pernas, e o Benfica a levar 5-0 no Dragão. Parabéns ao FCP – detesto escrever esta frase. Jorge Jesus entrou com medo quando devia entrar como campeão. Sem rei nem roque, o Benfica não foi Glorioso. Foi trágico. Um pesadelo.
Não sei que equipa entrou em campo. Nem que estratégia julgou Jesus estar a implementar. A falência do modelo era tão óbvia que me doeu. Assim que vi David Luiz a defesa-esquerdo relembrei os 4-1 em Liverpool, no jogo de pior desenho estratégico da nossa época passada. Que solução desgraçada. Aos 27’ o marcador mostrava 3 do FCP, e JJ de braços cruzados. A semana passada escrevi aqui que Coentrão tinha de regressar ao seu lugar de origem, no Dragão. Em vez disso levámos uma defesa onde pontuou Sidnei – uma espécie de “César Peixoto II” – e Luisão a fazer as vezes de dois defesas e meio, Coentrão na esquerda ofensiva e lá à frente Salvio e Kardec a pretenderem criar a dinâmica de assistência/concretização de Saviola e Cardozo. A esta altura, a solução parecia-me óbvia: tirar Sidnei e Salvio, retornar David Luiz a defesa central e fazer descer Coentrão; Gaitán à esquerda e Saviola no seu lugar. Mas não, chegámos aos 45’ e Jorge Jesus de braços cruzados.
Saímos para o intervalo como uma bússola quebrada. Sem indicações sólidas do banco. O desvario. Gaitán lá entrou e ainda se pensava que o Glorioso ia à luta quando, aos 21’, Luisão perdeu a cabeça e viu o vermelho. Entra Roderick num desperdício escandaloso de trocas. Kardec saiu da Invicta sem um remate! E Coentrão ofereceu o penálti.
Míster, acabou-se o namoro: 5-0 no Dragão, a jogar assim, não me cabe na memória.
In Record
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