Hoje é um dia negro para o jornalismo desportivo português.
“A Bola”, que eu tinha como referência desde os meus 8 anos, que me habituei a ver como o jornal desportivo, que devotamente comprava dia após dia, deitou por terra anos e anos de história, tomando uma atitude que só pode envergonhar quem a dirige, e quem lá trabalha.
Sinceramente, tenho vontade de remeter para a casa de banho as páginas sobre os jogos do centenário (que fui guardando), repletas de magníficos textos sobre a democracia, sobre a liberdade e sobre a luta anti-fascista no desporto.
Sinceramente, tenho vontade de remeter para a casa de banho as páginas sobre os jogos do centenário (que fui guardando), repletas de magníficos textos sobre a democracia, sobre a liberdade e sobre a luta anti-fascista no desporto.
Tudo aquilo deixou de fazer sentido num jornal que, 36 anos após o 25 de Abril, não resistiu à mais reles censura.
Pior que uma censura política, uma censura de amigalhaços, uma censura saloia, uma censura que desrespeita milhares de leitores e o legado que homens como Ribeiro dos Reis, Cândido de Oliveira ou Vítor Santos edificaram na Travessa da Queimada.
Pior que uma censura política, uma censura de amigalhaços, uma censura saloia, uma censura que desrespeita milhares de leitores e o legado que homens como Ribeiro dos Reis, Cândido de Oliveira ou Vítor Santos edificaram na Travessa da Queimada.
Ricardo Araújo Pereira (que eu tenho o prazer de conhecer pessoalmente, e por quem tenho a mais profunda admiração enquanto humorista, cronista desportivo e cidadão português), e José Diogo Quintela (com quem nunca falei, mas, embora sportinguista, sempre respeitei, porque também ele, mesmo defendendo o seu clube, e atacando por vezes o meu, sempre se soube dar ao respeito), foram afastados do jornal.
Sim, foram afastados, pois quando se corta o texto de alguém, está-se a apontar-lhe a porta da saída.
Sim, foram afastados, pois quando se corta o texto de alguém, está-se a apontar-lhe a porta da saída.
Tanto um como outro desmontaram perspicazmente, nos últimos meses, a colecção de incoerências, disparates e superficialidades que Miguel Sousa Tavares se entretém a escrever às terças-feiras nas mesmas páginas, e a reacção deste (que não sabe fazer mais nada na vida além de ser polémico e arvorar-se em dono de uma razão que quase sempre desconhece, vivendo, provavelmente bem, destas suas intervenções mediáticas, e dos medíocres romances que vai escrevendo) passou rapidamente da resposta para a calúnia, da reacção para o insulto, da discussão para a má educação (chegando a chamar-lhes cães rafeiros, entre outros vitupérios), nada ao nível daquilo que a sua mãe, e também o seu pai, nos habituaram enquanto pertenceram ao mundo dos vivos.
Esperava que, mais dia, menos dia, o próprio MST, em coerência com as ameaças que foi fazendo, ou pelo menos envergonhado com a forma como não soube encaixar as suas próprias insuficiências, abandonasse o jornal – afinal de contas o que fez Rui Moreira, num programa de televisão que também não lhe agradou.
Esperava que, mais dia, menos dia, o próprio MST, em coerência com as ameaças que foi fazendo, ou pelo menos envergonhado com a forma como não soube encaixar as suas próprias insuficiências, abandonasse o jornal – afinal de contas o que fez Rui Moreira, num programa de televisão que também não lhe agradou.
Mas esperava em vão, pois, ao contrário deste último, MST vive daquilo, e obviamente nunca iria largar o osso.
O que nunca me passou pela cabeça é que fosse “A Bola” a dirimir este conflito, e a fazê-lo da forma mais canhestra possível, premiando a mais rasteira má educação, em nome sabe-se lá de quê – amizades pessoais? vendas da terça-feira? outra coisa qualquer?
Envio um forte abraço de solidariedade para com a dupla de comentadores atingida por este acto censório, na certeza de que não demorarão muito tempo a encontrar um espaço mais merecedor do seu talento e da sua criatividade, onde, de imediato, estarei pronto para os voltar a ler.
E lanço o desafio a Sílvio Cervan, Fernando Seara e Leonor Pinhão, para que reflictam sobre a sua presença num jornal que se prostitui desta forma, tornando-se, ele próprio, num jornal rafeiro.
O que nunca me passou pela cabeça é que fosse “A Bola” a dirimir este conflito, e a fazê-lo da forma mais canhestra possível, premiando a mais rasteira má educação, em nome sabe-se lá de quê – amizades pessoais? vendas da terça-feira? outra coisa qualquer?
Envio um forte abraço de solidariedade para com a dupla de comentadores atingida por este acto censório, na certeza de que não demorarão muito tempo a encontrar um espaço mais merecedor do seu talento e da sua criatividade, onde, de imediato, estarei pronto para os voltar a ler.
E lanço o desafio a Sílvio Cervan, Fernando Seara e Leonor Pinhão, para que reflictam sobre a sua presença num jornal que se prostitui desta forma, tornando-se, ele próprio, num jornal rafeiro.
Lamento, mas não vou voltar a comprar “A Bola”. Para Vítor Serpa (ou lá quem foi a alma que tomou esta estúpida decisão) não será importante perder um leitor. Mas para mim, é importante deixar de o ser.
Luís Fialho in 'Vedeta da Bola'
Fica o texto, censurado, de Quintela, no qual, diga-se, não chama "rafeiro" a ninguém:
"Na 3ª feira, Miguel Sousa Tavares insinuou que eu e o Ricardo Araújo Pereira costumamos corrigi-lo por ele ter sido o único convidado, além do Presidente da República, a não ter vindo ao “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”.
O Ricardo desmentiu ontem essa tese de vendetta e julgo não ser necessário voltar a referir as inúmeras pessoas que também não aceitaram o nosso convite, pessoas que não costumamos corrigir.
Talvez porque não tenham por hábito defender teses absurdas e incoerentes sobre o Apito Dourado. Por outro lado, há muita gente sobre quem costumo escrever e que foi ao programa. José Sócrates e Passos Coelho, por exemplo.
O Ricardo desmentiu ontem essa tese de vendetta e julgo não ser necessário voltar a referir as inúmeras pessoas que também não aceitaram o nosso convite, pessoas que não costumamos corrigir.
Talvez porque não tenham por hábito defender teses absurdas e incoerentes sobre o Apito Dourado. Por outro lado, há muita gente sobre quem costumo escrever e que foi ao programa. José Sócrates e Passos Coelho, por exemplo.
Deve ser para lhes pagar o favor de terem aceite o convite. Acha MST que hoje diremos que o convite foi um erro e que não sabemos porque o convidámos. Acha também que sabe bem porque é que não aceitou. Engana-se.
Para já, não foi erro nenhum, sabemos bem porque o convidámos: para ele fazer o que faz aqui, mas na televisão, que é mais espectacular. Depois, palpita-me que ele já não sabe porque recusou: aquilo passou-se há um ano, tempo mais que suficiente para MST entretanto ter mudado a sua convicção.
Entretanto, pela segunda vez num ano, MST tenta intimidar-me por causa do que escrevo nestas crónicas. Em Janeiro pediu a Pinto da Costa para que me processasse.
Para já, não foi erro nenhum, sabemos bem porque o convidámos: para ele fazer o que faz aqui, mas na televisão, que é mais espectacular. Depois, palpita-me que ele já não sabe porque recusou: aquilo passou-se há um ano, tempo mais que suficiente para MST entretanto ter mudado a sua convicção.
Entretanto, pela segunda vez num ano, MST tenta intimidar-me por causa do que escrevo nestas crónicas. Em Janeiro pediu a Pinto da Costa para que me processasse.
Desta vez, vitimiza-se e ameaça abandonar a sua crónica n’A BOLA, pretendendo que o Ricardo e eu sejamos responsabilizados pela sua saída. Depois das queixinhas, uma ameaça de amuo. Que birra se seguirá? Suster a respiração? Que outras traquinices tem MST em carteira para me sensibilizar?
Não gostava que MST deixasse de escrever aqui. Gosto de o ler. Quero que, entre outras coisas, continue a dizer que, quando Porto lhe pagou uma viagem, Calheiros estava reformado (a sério, não sei mais o que faça para desmentir isto.
Trazer cá o homem? Se lhe pagar a viagem, de certeza que vem…). r isso, deixo-lhe um pedido. Faça às nossas crónicas o mesmo que faz com as fontes que cita: não as leia. Ignore-as.
Não gostava que MST deixasse de escrever aqui. Gosto de o ler. Quero que, entre outras coisas, continue a dizer que, quando Porto lhe pagou uma viagem, Calheiros estava reformado (a sério, não sei mais o que faça para desmentir isto.
Trazer cá o homem? Se lhe pagar a viagem, de certeza que vem…). r isso, deixo-lhe um pedido. Faça às nossas crónicas o mesmo que faz com as fontes que cita: não as leia. Ignore-as.
Finja que não existem, não responda. É um direito que o assiste. Olhe, até vem consagrado na 5ª emenda (que faz mesmo parte da Constituição, não é como a Declaração de independência). MST pode invocá-la.
Evitará auto-incriminar-se.”
Evitará auto-incriminar-se.”
José Diogo Quintela
Sem comentários:
Enviar um comentário