junho 30, 2011

Crónica de João Malheiro



Na bola da Política

Esta coisa da política tem muito mais a ver com bola do que aquilo que parece. A coisa é, em muitos casos, a mesma coisa, no mínimo coisa parecida.


O PS, que até era campeão, perdeu o Campeonato? O treinador Sócrates demitiu-se sem graça mal soube da desgraça. O Bloco de Esquerda, que tinha garantido no Campeonato anterior uma espécie de UEFA, à custa de um honroso 3.º lugar, quedou-se no 5.º posto da competição? De pronto, vozes como Joana Amaral Dias ou Daniel Oliveira já pedem a costumeira chicotada psicológica, questionando a liderança do até então indestronável Louçã.

Triunfante, Passos Coelho deu o título nacional ao PSD, enquanto Portas se guindou a um lugar no pódio, reforçando a persuasão de comando incontroverso. Ambos prometem liderar as equipas, sem mácula, nos próximos tempos competitivos, silenciando aqueles que lhes invejam, internamente, os resultados obtidos. Mais difícil (ou fácil) é ajuizar Jerónimo de Sousa, treinador principal de uma CDU que até somou mais pontos do que no Campeonato anterior. Fica a ideia de que é um líder incontestado, pelo menos enquanto tiver a mesma equipa combativa capaz de superar arbitragens intolerantes a nível doméstico ou mesmo internacional.

Há ou não há enorme similitude na política e no futebol? De resto, a grande diferença até justifica a lisonja da bola. Não consta que haja muitos adeptos a trocarem de clube com frequência. O mesmo não se poderá dizer dos aficionados das equipas partidárias. E essa coisa bizarra, entre outras, de transferências directas de voto do Bloco de Esquerda para o PSD? Não parece o mesmo que, a título de exemplo, um simpatizante do Benfica virar aficionado do FC Porto ou do Sporting? Por isso também é que existem mais crentes na bola do que piedosos na política.

1 comentário:

Juris disse...

Ó Malheiro!.. está com cara de poucos amigos.

És a seguir?.

A limpar os queixos ao guardanapo.

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