junho 22, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo



Suficiência

Ao olhar para os reforços da pré-época que enchem os treinos benfiquistas, questiono-me se estaremos sequer próximo da suficiência que o presidente Vieira pretendia para a novel temporada. Se em 2010/2011 o plantel foi “insuficiente”, este, que junta os “sobreviventes” de uma época desgraçada a miúdos e poucos graúdos que ainda não têm nas pernas o toque de Midas, será o suficiente?


A verdade é que a mais que provável saída de Fábio Coentrão, a par da dispensa tão imensamente inoportuna de Nuno Gomes, deixa-nos quase órfãos de jogadores portugueses, de jogadores da seleção lusa – Martins que me perdoe, não o esqueço –, mas sobretudo deixa-nos órfãos de heróis. E quando reina o desalento, de que é que os adeptos mais precisam senão de alguém que, aos seus olhos, transporte a esperança? Pois é, não temos. Temos Artur, para arrumar de vez com um frangueiro de qualidade nunca vista para os lados da Luz; mas não temos defesa-esquerdo à altura do miúdo das madeixas que nos fez virar os olhos com os seus sprints por aquele corredor afora; temos Aimar e Saviola (resta saber em que forma); mas continuamos a ter Cardozo lá à frente, sem que se desenhem soluções de ponta do pé marcador imediato.

Se há uma coisa que Jesus soube fazer, foi pegar em jogadores ainda em “crise do armário”, de identidade, sem saberem bem em que posição deviam jogar e como, e dar-lhes certezas dentro de campo e uma qualidade ímpar. Di María disse um dia que Jesus lhe devolveu a alegria de jogar, Coentrão só tinha madeixas antes de JJ o orientar. Olhando para as esperanças sub-25 que fomos buscar – e ignorando um pouco a excessiva proveniência sul-americana que faz esquecer a escola lusa, bem me tenho queixado –, ficam-me muitas dúvidas, mas destaca-se em néon esta: de quantas épocas precisaria Jesus para pôr estes miúdos no sítio certo? É que para esta é muito curto.

 
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