junho 29, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo




Xeque-mate

O fcp vê André Villas-Boas sair dos comandos da equipa técnica, levando consigo no braço as garras afiadas de Falcão. A cláusula de rescisão de um é 15 milhões de euros; a de outro 30 milhões, com os da Invicta a tentarem aumentá-la para 40 milhões de euros. Saí o menino de ouro e a ave rara lá do sítio. Encaixam à volta de 50 milhões. Moutinho pode seguir-se. Xeque-mate. O glorioso Benfica é batido na tesouraria, também.

Esta semana, o Conselho de Notáveis do Record foi questionado sobre se a saída de Villas-Boas colocará em causa o sucesso desportivo do FCP na próxima época. Eu integro-me nos 45,6 por cento dos que responderam “sim”. A verdade é que, depois das juras de amor que Pinto da Costa desfiou em entrevista à RTP, não vai mais do que um mês, o presidente do Porto corre riscos sérios na aposta que se vê forçado a fazer: Vítor Pereira. O novo treinador portista tem uma tarefa pesada, quase impossível, porque nem o toque de Midas de Pinto da Costa acerta duas de seguida. Se a saída de Coentrão e Nuno Gomes nos deixa órfãos de heróis, a saída de Villas-Boas também remete os portistas para uma certa orfandade. Estavam certos da renovação de títulos e apontavam à Champions. Com o jovem timoneiro tudo seria possível; com o Falcão a voar todos os golos entrariam; e com Hulk verde de fúria e blindado por 100 milhões nada beliscaria o FCP. E agora? A um mês do início das “hostilidades”, terá Vítor Pereira a magia para estabilizar a equipa e (re)criar o grupo imbatível? Não, não tem. Mas tem uma equipa quase intocada. Será o Chelsea o melhor amigo do Benfica?

António Carraça, recém-indigitado para liderar o futebol do Glorioso, é que não é. Neste momento, e apesar de defender que a estrutura de futebol necessita de uma reestruturação, há gente a mais. Na Luz tropeça-se em gente. No dia em que o Benfica volta aos trabalhos, pergunto: como é que eles cabem todos no campo? E nos gabinetes da direção?


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