Uma lição
A derrota do FC Porto em Barcelos constituiu uma lição para muita gente. Depois das dificuldades do Benfica para vencer o Gil Vicente na Luz, alguns portistas diziam arrogantemente que o Gil tinha dado “um banho de bola” ao Benfica.
Simultaneamente, os comentadores afetos ao Porto diziam que o seu clube tinha feito contra o Guimarães um dos melhores jogos da época, querendo convencer-se a si próprios de que, sem Hulk, o FC Porto ainda podia ser mais forte.
Ora, viu-se.
E isto devia servir de lição a todos os adeptos do futebol, aconselhando-os a ser mais comedidos. De que vale estar, num domingo, a atirar pedras aos adeptos do rival para, no domingo seguinte, as pedras estarem a cair-nos em cima?
Um adepto do Sporting dizia-me no princípio de dezembro que Jesus não chegaria ao Natal, pois perderia com o Manchester United, perderia a seguir com o Sporting, e ficaria com a época estragada. Ora, se cheirava a heresia dizer que Jesus não chegava ao Natal, o que se passou foi o contrário e quem veio a ficar na berlinda foi o treinador do Sporting.
O Benfica está hoje no topo. Mas os benfiquistas também não deverão cantar de galo (ou de águia).
Até porque 5 pontos podem ser imenso ou muito pouco. Se o Benfica derrotar o Porto na Luz, os 5 transformam-se em 8 e equivalem a 9 (porque em caso de desempate o Benfica ganhará). Mas se o FC Porto vencer na Luz, os 5 serão apenas 2 – e valem por 1.
O jogo de Barcelos foi uma lição para todos: não humilhes hoje o teu adversário, porque essa humilhação voltar-se-á amanhã contra ti.
In Record
1 comentário:
Li o texto e foi brilhante.
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