janeiro 11, 2012

Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva




Porto da Costa

O seu último apelido confunde-se com o do clube: ele é “da Costa” e o clube é o FC Porto. Ora, um porto fica naturalmente na costa. O outro apelido é que não lhe assenta bem: sendo “Pinto”, ele normalmente canta de galo. E que galo!

Pinto da Costa guindou o seu FC Porto a um plano nunca visto, pelo que o Prémio Carreira que agora lhe foi entregue no Dubai é justíssimo.

Tenho-lhe feito várias críticas. Acho que exagera ao impor companheiras de ocasião à tradicional sociedade nortenha, chegando a convidar ex-Presidentes para casamentos que se revelam farsas.

Mostra, também, inacreditável desfaçatez ao falar dos árbitros – ele que só não foi condenado no Apito Dourado porque as escutas telefónicas que o denunciavam não foram aceites pelo tribunal. Mas todo o país as ouviu – e percebeu como ele lida (ou lidava) com os homens do apito. Se alguém em Portugal nunca mais devia falar desses espécimes era, pois, o presidente do FC Porto. Mas fá-lo sem nenhum problema de consciência.

De qualquer modo, ele ficará para a História do futebol como um dos maiores dirigentes de sempre. E até os defeitos que exibe, fazendo parte inseparável da sua identidade, acabam por ser relativizados.

Ao princípio houve quem dissesse: “Em terra de cegos...” Mas ele fez questão de desmentir categoricamente os que o minimizavam, mostrando que tem os dois olhos bem abertos. Pegando num clube quase regional, Pinto da Costa projetou-o primeiro no país, depois na Europa e finalmente no Mundo – afirmando-se no patamar onde o futebol atinge o grau máximo de exigência.

Perante isto, há que lhe tirar o chapéu... e procurar esquecer o resto. 

In Record



2 comentários:

Unknown disse...

Sr. Saraiva:
Suponha que eu tenho uma espingarda xpto com uma mira xpto (tambem) calibre não sei das quantas, etc etc etc.
Para alem da minha "ferramenta de trabalho", tenho uma pontaria excepcional e, segundo dados oficiais, sou o melhor atirador do mundo há cerca de trinta anos.
Para confirmar estes dotes, lembrei-me de , a uma distância de 1000 metros, alvejar a cabeça de alguém. PUM, acertei e rebentei com a cabeça da criatura.
Pergunto-lhe: O que é que deve prevalecer neste ato? OS MEUS DOTES DE PESSOA COM UMA ENORME PONTARIA OU O FACTO DE TER UTILIZADO OS MESMOS DOTES PARA UM CRIME?
Julgo que o Sr. Saraiva, como qualquer pessoa de bem, deveria escolher a 1ª situação.
O tal Porto da Costa, a quem se refere, enquadra-se, claramente,na 2ª.

Viriato de Viseu disse...

Esquecer o resto......leia-se esquecer a corrupção.

Devia ser chamado ao M.P. este Saraiva por praticamente aplaudir, ou a dar como legal... a corrupção.

Photobucket