From: Domingos Amaral
To: Rodrigo
Caro Rodrigo
Ao ver-te no sábado regressar àquilo que eras antes, dei por mim a pensar que a súbita quebra de resultados do Benfica teve muito a ver com a tua ausência. Até ao célebre jogo de S. Petersburgo, a meio de fevereiro, o Benfica estava a fazer uma época notável. Liderava o campeonato com cinco pontos de avanço sobre o FC Porto, fizera uma fase de grupos da Champions excelente, a melhor de sempre da história do clube, vencendo o seu grupo e atirando borda fora o United; vencera o seu grupo na Taça da Liga com três vitórias; e só soçobrara na Madeira, contra um forte Marítimo e para a Taça de Portugal, a única derrota da época até aí!
Contudo, a tua lesão, provocada pelo Bruto Alves, não só te limitou, como sobretudo desequilibrou uma equipa que já se habituara ao teu registo e aos teus perigosíssimos piques que desestabilizavam as defesas adversárias. Sem ti em campo, ou diminuído nos jogos onde só lá estava a tua sombra, o Benfica colecionou dois desagradáveis empates para o campeonato – Académica e Olhanense – e quatro perturbadoras derrotas, contra Zenit, Guimarães, FC Porto e Chelsea. É verdade que a equipa ganhou contra Zenit, Beira-Mar, Paços de Ferreira e FC Porto para a Taça de Liga, mas era por demais evidente que não estava a jogar o que jogara antes. E é evidente também que outros fenómenos tiveram a sua importância, desde as arbitragens que nos prejudicaram às incompetências próprias, cujo caso mais gritante é Emerson.
Mas ontem, contigo a regressar aos velhos tempos, o Benfica já jogou de uma forma totalmente diferente, com mais velocidade e arte, e foi um justíssimo vencedor do confronto com um Braga perigoso mas, como eu já esperava, pouco ambicioso.
Contigo assim, o Benfica joga muito mais. Podemos, pois, voltar a sonhar.
In Record
Sem comentários:
Enviar um comentário