novembro 25, 2011
Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva
Sem fuga possível
O jogo de ontem em Manchester não era decisivo para o Benfica. Era um jogo para perder, sem dramas, com os olhos postos no Benfica-Sporting de sábado. As coisas acabaram por correr bem, o Benfica arrancou um belo resultado, mas isso não invalida o que ficou dito.
Decisivo é o jogo de hoje entre o Shakhtar Donetsk e o FC Porto. É que uma derrota provocará um terramoto na capital do Norte – e Pinto da Costa será obrigado a substituir o treinador, quer queira quer não.
Escrevi há meses que foi um erro a substituição de Villas-Boas pelo seu adjunto. Em nenhuma estrutura que exige uma liderança forte se substitui o n.º 1 pelo n.º 2. É estranho que o experiente presidente portista tenha cometido um erro tão básico.
Era óbvio que Vítor Pereira iria ser visto sempre pelos jogadores do FC Porto como um subalterno, como o homem que antes transmitia as opiniões do líder – e não como um verdadeiro líder. E foi isso que aconteceu: os jogadores não o respeitam e por isso não lhe dão ouvidos.
Em Coimbra, Vítor Pereira disse que o FC Porto “não teve ponta por onde se lhe pegue”. Ora isso é linguagem de comentador e não de responsável máximo pelo grupo.
E, quando culpou “todo o grupo de trabalho” pelo que sucedeu, atirou na prática boa parte da responsabilidade para cima dos jogadores. E isso cavou mais o fosso entre ele e a equipa. Se o ambiente já não era bom, ainda ficou pior.
Caso o FC Porto perca hoje, Pinto da Costa será encostado à parede pelos adeptos. Poucas vezes isso aconteceu. Mas o velho presidente, mesmo a contragosto, não terá como fugir a tomar uma decisão.
In Record
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