novembro 04, 2011
Futebol á Portuguesa _ José António Saraiva
Cantos do Benfica
Há um ano o Benfica perdeu alguns jogos jogando bem; este ano já conseguiu algumas vitórias jogando mal.
Há uma razão para isso: a mudança de guarda-redes. Mas não é tudo. Jorge Jesus confidenciou a alguém que iria ser mais cauteloso este ano, e a equipa tem sido de facto mais cínica e mais calculista.
Mas há várias coisas a funcionar mal. As alas não correspondem. Emerson e Gaitán nunca se entendem – o mesmo sucedendo com Maxi e Bruno César. Julgo, aliás, que Emerson não tem lugar no Benfica. Quando apanha um extremo rápido é permeável a defender, e não sabe subir: não finta, não remata e tem medo de entrar na área. Que saudades das duplas Coentrão-Di María ou Maxi-Salvio! Eram duplas que criavam múltiplas situações e marcavam muitos golos.
Outra coisa que não se percebe é a total inépcia nas bolas paradas. Sendo o Benfica uma equipa que ataca muito, consegue sempre muitos cantos (10/15 por jogo) e muitos livres laterais. Ora, apesar de ter muitos jogadores altos, não consegue sequer criar perigo nestes lances! Os livres e os cantos são quase sempre mal marcados. É preciso treinar um ou dois jogadores para esta função, talvez Bruno César e Witsel, pois Aimar e Gaitán não servem.
Veja-se o Braga da época passada: muitos golos saíam de livres e cantos marcados por Hugo Viana. Foi assim, aliás, que o Benfica sofreu os dois golos que o afastaram da final da Liga Europa.
Quando o Benfica aperfeiçoar os cantos e os livres laterais, atirando bolas tensas para as cabeças de Luisão, Garay, Javi (ou Matic), Witsel e Cardozo, tornar-se-á uma equipa muito mais perigosa.
In Record
2 comentários:
Caro red, as alas na minha opinião tem sido o calcanhar de aquiles deste Benfica, porque os nossos extremos não são puros, têm uma tremenda tendência para interiorizar o jogo, tanto que Maxi é o único jogador que ganha a linha de fundo e cruza.
Caro Jotas, concordo com a sua opinião e também acho que tem influência na eficácia da equipa.
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