Rasca?
A geração à rasca manifestou-se. Esmagadoramente, que o país anda mesmo à rasca. Tão à rasca que a multidão deixou os governantes enrascados, incapazes de perceberem que quem está à rasca são, mais do que todos, eles próprios. À rasca ficaram as formações políticas, que viram as massas, desenrascadamente, tomar a dianteira.
À rasca ficam, doravante, aqueles que subestimam a força contestatária do povo, da juventude, dos sovados pelo desemprego, pela precariedade, por salários ou reformas obscenas. À rasca só não ficaram os que quiseram dizer que estavam à rasca. Vão continuar a desenrascar manifestações que deixarão enrascados os responsáveis por políticas socialmente injustas e rascas.
Numa semana à rasca, acabou por ser o futebol a desenrascar-se. Benfica, FC Porto e Sp. Braga puseram de rastos a Europa da bola. Três equipas desenrascadas seguiram em frente.
Conhecido o sorteio dos quartos-de-final, os adversários já estão à rasca. Sabem que se joga bola desenrascada em Portugal, sabem que há três conjuntos desenrascados, capazes de provocar uma grande enrascada nas contas de quem governa o futebol no Velho Continente.
Uma final portuguesa não é cenário despiciendo. Era ou não era de deixar à rasca aqueles que olham de través para o pontapé nacional? E muita sorte têm os políticos para quem a rasca da bola até os pode desenrascar de maior contestação. É um dos sortilégios do futebol. Distrai a gente, a que está à rasca e a que não está ou diz que não está à rasca.
In Destak
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