Desvelo
Quando eu era pequenino não me cansava de dizer que tinha dois sonhos, queria viajar no autocarro do Benfica e queria conhecer o Eusébio. A quimera parecia-me isso mesmo, muito distante, decerto inexequível . E nem a ida do Homem à lua, acontecimento a que assisti no regalo imberbe dos meus nove anos, precipitou a minha crença na concretização do devaneio.
Afinal, alguns anos volvidos, acabei por fizer milhares de quilómetros no Vermelhão, não sem que, amiúde, me recordasse da obsessão infantil. Antes ainda, conheci o Eusébio, de quem me tornei amigo e até biógrafo, superando de forma lancinante o móbil dominante da minha meninice.
Na última semana, nas comemorações do meu aniversário, juntei mais de uma centena de amigos no Estádio da Luz. Ladeado pelo Eusébio e pelo Luís Filipe Vieira, a jornada teve muito de benfiquismo, ainda que a presença, entre outros, do Hilário, do Inácio e do Oceano explicasse que é possível, em nome de uma arreigada afeição, ultrapassar preferências ou até questiúnculas de natureza clubista.
Privilégio foi também observar entre os convivas dois monstros televisivos, o Carlos Cruz e o Joaquim Letria, amigos de longa data. Também o Carlos Daniel e o Júlio Magalhães, representantes da nova vaga do audiovisual. Também o Mário Zambujal, artista das palavras. Também o Paulo de Carvalho, o Luís Represas, o Paulo Gonzo, o Paco Bandeira, o Fernando Girão. Também o Mário de Almeida, presidente da Câmara da minha Vila do Conde. Também a Marina Mota, o Fernando Mendes e tanta gente da representação. Também muitas das mais bonitas mulheres de Portugal num autêntico hino à beleza feminina. Também amores, até talvez antigos desamores.
Um dia, um só dia pode realizar alguém? Sou testemunha, fui protagonista. E aquela frase de Cícero? “A vida nada é sem a amizade”. Nada mesmo.
In Destak
2 comentários:
Para alem de não tomar banho (como os filhos da puta disseram também tem amigos chungosos. Júlio Magalhães????
Ó cum caral...
Estou em Espanha e assinava A Bola electónica. Por razoes óbvias deixei de assinar esse pasquim de merda. Mas tenho saudades das crónicas da nossa Leonor Pinhao. Só peço que postes aqui as crónicas do Contra a Corrente. Nem imaginas o favoe que me fazes.
Desde já o meu MUITO OBRIGADO.
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