Contradições
Carlos Queiroz já fez a mala e leva muitas ideias para o Irão. Acompanhado pelo sapiente António Simões, quer estar no Mundial do Brasil, pátria favorita da bola, palco privilegiado, daqui a três anos, para que se exibam as grandes figuras do futebol internacional.
O antigo seleccionador chega ao mundo árabe como há uns anos Mikhail Gorbachev assomava a quaisquer paragens, excepção feita à sua União Soviética. De mão dada com intocável prestígio externo, de mão caída com inegável desprezo interno. Contradições, afinal tão comuns na política quanto no futebol.
Portugal deixou de gostar de Queiroz. Pior do que isso, passou a subestimá-lo, até a vilipendiá-lo. Enorme injustiça para quem tem serviços prestados de grande relevância. Dando de barato alguma culpa própria, designadamente em matéria de comunicação e nesta ou naquela opção técnica pontual, Queiroz sabe mais de bola que todos os seus inimigos de estimação juntos, para já não falar da multidão de anónimos que nunca cheiraram, nem a léguas, o balneário de um colectivo de alta competição.
Agora, foi a vez do luso-brasileiro Pepe descascar em Queiroz. A coisa só pode ter dois nomes, a saber: tolice e ingratidão. Tolice, porque Pepe é um profissional e deveria renunciar ao discurso popularucho dos incautos. Ingratidão, porque Pepe, apesar de lesionado, fez parte (com legítima controvérsia) do leque de soluções do ex-seleccionador no último Mundial.
Queiroz talvez não se reabilite tão cedo em Portugal. Razão teve, há anos, Artur Jorge, quando disse que o nosso país era pequeno demais para ele. Se até Cristiano Ronaldo é amiudadas vezes criticado pelo que faz (ou dizem que não faz) na Selecção Nacional…
In Destak
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