O apagão
From: Domingos Amaral
To: Pinto da Costa
Caro Pinto da Costa
Ainda bem que o senhor se divertiu com o “apagão” na Luz. Eu também. Ao contrário dos indignadinhos, benfiquistas ou não, considero o “apagão” a melhor ideia de que o Benfica se podia ter lembrado. E explico porquê:
1 – No bélico presente, a postura de superioridade moral pacifista é tonta. O Benfica não é o Ghandi. Tão-pouco deve defender um apaziguamento “à la Chamberlain”. Prefiro a fibra de Churchill e sofisticados contra-ataques de “marketing de guerrilha”. Quando o “speaker” do seu estádio no Freixo grita aos microfones “SLB, filhos da p..., SLB”; quando o nosso autocarro é fustigado à pedrada; e quando o senhor chama “palhaço” ao nosso vice-presidente; a melhor resposta é um inovador “apagão”. Sem violência ou insultos, limitámo-nos a surripiar a luz à sua festarola, um ato perversamente pacífico. Palhaços e filhos da p...? Sim, mas geniais.
2 – Desligando a luz na Luz, entrámos para a história. Tal como para si o último dos campeonatos é o “dos túneis”, este será o do “apagão”. Daqui a 30 anos, ninguém se vai lembrar dos “mind games” do Villas-Boas ou dos golitos do Hulk. Mas todos, até os portistas, recordarão o nosso “apagão”! Será o que, à lareira, os avós contarão aos netos. “Naquele ano, o Benfica apagou a luz à festa do Porto...” Parabéns, pois, ao autor da ideia.
3 – Por fim, o “apagão” é a suprema metáfora desta época. O senhor é campeão pois, coisa rara, Benfica, Sporting e Braga sofreram um “apagão” simultâneo no início do campeonato e nunca recuperaram.
PS: Para a Taça, proponho que os benfiquistas mostrem 60 mil rabos ao léu ao FC Porto. Contra o dragão, depois do “apagão”, o “rabão”! Diga lá se não era uma galhofa?
In Record
1 comentário:
Comparar com o texto do dia 7 de Abril:"Todos à Luz"!
Dói assim tanto?
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