fevereiro 15, 2011

Aqui á Gato _ Miguel Góis


Aristoleões

Vimos a assistir, nos últimos tempos, a inúmeros alertas em relação ao perigo que o populismo representa para o Sporting. Compreende-se a preocupação, uma vez que o clube se tem dado tão bem com o elitismo. Afinal, o que seria hoje do Sporting, se não tivesse sido gerido por gestores de topo? Provavelmente, acumularia um passivo preocupante, ou implementaria uma lógica completamente irracional na contratação e demissão em série de altos funcionários. Tudo isto de acordo com os mais modernos princípios de gestão (inclusive aquele que defende que uma empresa deve estar plenamente satisfeita por ser a segunda do seu sector com mais quota de mercado, em vez de almejar a liderança). Com aristocratas destes, quem é que precisa do povo?

Dito isto, começa a instalar-se junto de alguns sócios a sensação de que as eleições no clube (um mecanismo legal de exceção que é acionado quando a sucessão e a cooptação falham) não serão inteiramente livres, e o pior é que parece estar muito longe um 25 de Abril no Sporting – razão pela qual não se compreende de todo a fuga de Liedson para o Brasil.

Algo vai mal numa instituição desportiva, quando até o relvado do estádio é demitido. A última cabeça a rolar foi a do diretor para o futebol. Só agora, quase um ano depois de tomar posse, é que se percebeu por que razão Costinha terá elaborado um severo código de conduta, que desencorajava os jogadores do Sporting a lerem jornais desportivos e a verem programas de desporto na televisão: no fundo, era para os proteger das suas declarações bombásticas em programas da Sport TV. Por outro lado, assiste-lhe alguma razão. Antes da entrada de José Couceiro, Costinha continuava a ser conhecido como “o Ministro”. Depois da entrada do diretor-geral, passou a ser “o Ministro sem pasta”.

In Record

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