Flashforward
From: Domingos Amaral
To: Domingos Paciência
Caro Domingos Paciência
Na terça-feira passada comprei o DVD de “FlashForward”, uma série que não tive oportunidade de seguir quando a SIC a transmitiu aos domingos à tarde. Desde esse dia, a família tem-se reunido na sala para ver, episódio a episódio, o que se vai passando numa história onde uns cientistas meio loucos provocaram um colossal apagão na Terra. À mesma hora, em todo o Mundo, houve um desmaio coletivo que durou 137 segundos, e que provocou muita mortandade e perplexidade.
O curioso é que, durante esses 137 segundos, as pessoas desmaiadas tinham visões – “flashforwards” – do que lhes iria acontecer seis meses depois. Uma via-se a trair o marido, outra num funeral, outra na casa de banho, outra a ser afogada, outra a conduzir a investigação sobre as causas do apagão, etc., etc. A série é boa, mas porque trago eu este assunto para aqui? É que, certamente contagiado, também eu tive, durante a noite de sexta-feira, um “flashforward”.
Nele, via-me no Estádio da Luz, em euforia, a vencer o FC Porto por 3-0, o que nos permitia ultrapassar os azuis e brancos na classificação, e ser campeões no final. O mais divertido é que o meu “flashforward” não incluía apenas os detalhes desse jogo, com dois golos de Saviola e um de Cardozo, mas também uma memória interna, que relembrava onde começara a queda em desgraça do FC Porto. E começara em Braga, contra a tua equipa, hoje à noite. O FC Porto empatava o primeiro de 3 jogos, e jogava cada vez pior. Embora não tivesses derrotado Villas-Boas, contribuíras para a sua a aflição, para o seu calvário na segunda volta. Foi um sonho? Sim, o meu “flashforward” foi um sonho. Mas, como dizia o poeta Sebastião da Gama, “pelo sonho é que vamos”…
In Record
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