Falcão existe? |
Ultimamente, André Villas-Boas parece investir cada vez mais tempo em mind games. Olha-se para a qualidade do futebol praticado pelo FC Porto e não se tem dificuldade em perceber qual tem vindo a ser a prioridade do técnico portista. O futebol em si é, sempre foi, muito sobrevalorizado no mundo do futebol. Pois bem, a última moda de Villas-Boas consiste em convocar um jogador que sabe, à partida, não ter condições físicas ou psicológicas para alinhar. Neste momento, pode dizer-se que o Falcão é o papão dos tempos modernos. Quando os mais jovens adeptos do Benfica e do Sevilha contrariam os seus pais, estes agora dizem: “Se não te portas bem, vem aí o Falcão”. Tal como o seu antecessor, nunca vem. Mas, pelo menos, assusta a pequenada.
Por isso, se o leitor quer dar por bem empregue o seu tempo, assista às conferências de imprensa de André Villas-Boas e às partidas de futebol do Benfica – constatará que é complicado decidir em qual das duas há mais fantasia e criatividade.
Não se percebe é porque é que há tantos espectadores que pagam dinheiro para ver os jogos do FC Porto, se podem passar logo para a parte mais interessante da noite e ouvir os comentários do técnico portista a título gratuito. Por um lado, até é pena os mind games de Villas-Boas não terem eco junto do técnico do Benfica. Se Jorge Jesus não estivesse ocupado a construir uma nova fornada de craques (Sidnei, Gaitán, Jara e Salvio), ripostava à altura e anunciava, só para baralhar, a convocatória de Shéu Han. Mas, enfim, cada um tem os seus interesses.
Seja como for, o certo é que este mais recente mind game do técnico portista parece surtir efeito: os treinadores adversários ficam verdadeiramente baralhados, sem saber se o FC Porto vai praticar um futebol aborrecido e previsível com Falcão, ou um futebol aborrecido e previsível sem Falcão. Imagino a angústia...
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