Donos da bola
É hoje que se joga a final da Liga dos Campeões, que irá ser disputada entre FC Barcelona e Manchester United – a fasquia está elevada, mas julgo haver condições para logo à noite se praticar um futebol ainda mais espetacular do que aquele a que se assistiu na final da Liga Europa. Se, por exemplo, o Barcelona conseguir fazer mais do que um remate à baliza adversária, isso significa então que Pep Guardiola ter-se-á borrifado de vez na sua promessa de se inspirar em André Villas-Boas. Aquilo que, à partida, era uma homenagem do técnico português transformou-se definitivamente numa picardia sem fim à vista:
“- Eu inspirei-me em Pep Guardiola.”
“- Não, não. Eu é que me inspiro em André Villas-Boas.”
“- Mau! A gente assim chateia-se. Antes de você se inspirar em mim, já há muito que eu me inspirava em si.”
“- Será? E tem maneira de provar isso?”
Em geral, fala-se muito da qualidade atacante do Barcelona. Pessoalmente, há muito que considero o Barcelona uma das melhores equipas a defender de que tenho memória. Não raras vezes a equipa adversária tem pouco mais posse de bola do que eu, que estou em casa a assistir ao jogo pela televisão. Ou muito me engano ou o intervalo em que os adversários do Barcelona têm a bola durante mais tempo seguido verifica-se entre o momento em que a vão buscar ao fundo da baliza e a altura em que a colocam no centro do terreno. A partir daí, é sempre a descer. É por isso que há equipas que se chegam a sentir aliviadas quando sofrem golo.
E quando, aos oitenta e tal minutos, Xavi falha o primeiro passe e um adversário recupera a bola, o que é que sucede? Esse adversário está demasiado frio para conseguir dar um seguimento digno à jogada. Mas, ainda mais assombroso, o Barcelona consegue fazer tudo isto, apesar de ter Busquets no onze. Imaginem o que faria com Javi García…
In Record
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