maio 23, 2011
Por força da lei _ Ricardo Costa
Na noite de Dublin
No rescaldo da final da Liga Europa – ocasião que confirmou o mérito e o fulgor físico-psicológico que a equipa do FC Porto exibiu durante esta época –, o presidente do clube vencido “descaiu-se”. Involuntariamente ou não (?!), disse que não desejaria felicidades para o futuro do treinador Domingos Paciência porque ele iria treinar um adversário: o Sporting. No dia seguinte, a CMVM suspendeu as ações da Sporting SAD “até à divulgação de informação relevante” sobre a sociedade desportiva. Percebeu-se logo que o fiscalizador da “bolsa” não gostou do desabafo do presidente da Braga SAD e que essa revelação colidiria com as regras que os “mercados bolsistas” exigem para as sociedades cotadas no que toca a “informação privilegiada” e “idónea para influenciar de maneira sensível o preço” das ações. Significa que a CMVM está atenta, atua por sua iniciativa e não espera por queixas ou denúncias – como deveria ser (e não é) no futebol atual. A nova administração da Sporting SAD não apreciou a atitude do construtor. De todo o modo, teve de sair do recato e responder nesse mesmo dia à CMVM. Com o que podia responder: “não efetuara quaisquer contactos com o presidente da Braga SAD relacionados com o seu treinador principal”. Isto é, não houve negócio com o construtor; o que não quer dizer que não tenha havido com Domingos. A CMVM não ficou esclarecida.
Para além das regras, o certo é que a próxima época começou naquela noite. Godinho Lopes terá percebido com o que pode contar sobre princípios no futebol; poderá sempre obter mais pormenores junto de Duque e Freitas. Disse: “Estranhei esse tipo de observação, estivemos juntos de forma cordial no último jogo do campeonato, assistimos ao jogo juntos e (…) não se trocou nenhuma palavra sobre qualquer jogador ou treinador”. Desde as eleições no Sporting que o nome de Domingos como seu treinador foi uma matéria administrada com a óbvia preocupação de salvaguardar profissionalmente o técnico, a sua entidade patronal, os deveres de informação que se devem às entidades externas e, desportivamente, uma “entrada favorável” em Alvalade. Em Braga, Domingos tornou-se carta fora do baralho a meio da época e não lhe foi proposto novo contrato. Agora, depois de um trabalho de grande valia, com uma reconversão difícil de plantel a meio do caminho, quer fazer-se crer que quem não quis continuar foi Domingos. Ou seja, à boa maneira de “algum” futebol, está a criar-se uma “realidade”. A “realidade” que visa esconder o desinteresse que agora não se consegue explicar. A “realidade” que visa intoxicar e manipular com dissimulação os destinatários e desgastar os adversários: à boa maneira dos “mestres” nesse ofício. Será esse “desabafo” apenas um instrumento dessa intoxicação? Ou apenas um “caso” para desviar as atenções? O que for, ver-se-á nos próximos tempos. Mas, enquanto a negociação das ações da Sporting SAD continua suspensa, algo mais já se soube: no Funchal, o treinador do Marítimo anunciou que o “madeirense” Leonardo Jardim ia treinar para Braga…
In Record
4 comentários:
e não é que o Ricardo Costa continua a colocar o dedo na ferida no nojo deste futebol?
É mesmo um nojo!
Eles comem tudo!....eles comem tudo!.. e não deixam nada...
Ficou o ricardinho para jogar à avançada.
E presentemente estão a recrutar o submisso procurador para entrar, mais uma vez, no bailinho.
Devido ao conteúdo de alguns comentários , passam a ser moderados.
Obrigado
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