JEB
Tenho a consciência de que, nesta questão, estou em minoria no universo benfiquista (que, à semelhança do universo propriamente dito, está em constante expansão). Ainda assim, considero que não devemos ser demasiado duros com José Eduardo Bettencourt. Trata-se, acima de tudo, de um homem que ama desmedidamente o seu clube. E nem o facto de esse clube ser o Sporting o demove, o que é admirável. Ora, o que faz um fervoroso adepto enquanto assiste a um jogo da sua equipa, se não dizer coisas da boca para fora, chamar nomes a terceiros, dizer palavrões, fazer figuras tristes? A única diferença é que JEB fez tudo isto na presidência, em vez de nas bancadas de um estádio ou na sua sala de estar. Não se lhe pode levar a mal, portanto.
Acresce a isto o facto de, apesar dos meus esforços nesse sentido, não vibrar especialmente com a miséria dos sportinguistas. Pelo contrário, defender o Sporting parece-me ter, hoje em dia, algo de quixotesco. A euforia e a confiança no futuro estão tão em vias de extinção por Alvalade que, qualquer dia, fará sentido o símbolo do clube deixar de ser o leão, e passar a ser o lince de Malcata. Não é por acaso que JEB, quando anunciou a demissão, fez questão de salientar que deixava um “grande clube” e uma “grande instituição”. Digamos que não é a primeira associação de palavras que os espectadores do Sporting-P. Ferreira se lembram de fazer.
É claro que esta minha bonomia para com o Sporting desvanece-se ligeiramente quando me lembro do propósito anunciado por JEB de copiar a gestão do FC Porto. Se, por um lado, até foi bem sucedido em alguns aspetos (JEB contratou em 2009/10 grande parte dos jogadores que o FC Porto contratou em 2003/04), por outro, não teve grande êxito, na medida em que JEB não conseguiu endrominar nenhum outro clube para antagonizar o Benfica, em troca do segundo lugar no campeonato. Fica para a próxima.
In Record
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