janeiro 25, 2011

O Voo da Águia_ Marta Rebelo


Dream team...


A partida terminou e Jorge Jesus afirma perentório: “É este Benfica que quero.” Não há coerência entre esta afirmação e os discursos inflamados que marcavam o final dos jogos, na época passada. É certo que foram raras, muito raras, as vezes que sofremos até ao fim, como resolvemos sofrer no sábado. Como é que Jesus pode ter naquele Benfica a equipa que quer?

Gostava muito de ter cinco centrais insuperáveis. Nos idos tempos do Mozer e do Ricardo já ficava muito contente com dois, mas afiança-me o míster que temos cinco. Vejamos a matemática: 1) Luisão, o capitão – confere; 2) David Luiz, o central que pode ser do outro mundo – a caminho do Chelsea – menos um; 3) Sidnei, o jovem de 20 anos que faz o centro da defesa quando alguém não pode; 4) Roderick, o miúdo de 19 anos que, toda a gente acha, será o maior central português – ainda não é; 5) Jardel, recentemente contratado ao Olhanense e que ninguém imagina como se vai entrosar com o plantel, quando é que lhe vai apanhar o ritmo. Bem-feitas as contas, parece-me que podemos contar, com toda a segurança, com dois centrais. E para não me repetir muito, tremo quando penso numa putativa ausência de Coentrão. Que é brilhante, mas deixou duas bolas nacionalistas passarem para as malhas de Roberto.

Este não é o Benfica que Jesus quer. Não pode ser. Equipa campeã não se contenta com o mais ou menos, com os golos que foram quatro mas estivemos a vencer por 3-0, com uma segunda equipa que não vai além dos 61’ e sofre até às últimas tal e qual a primeira. Este é o Benfica que Jesus pode querer, no momento. Mas tem mesmo de querer mais, se aprendeu alguma coisa na preparação desta época.

Com uma arbitragem daquelas dos idos 80, o nosso corredor central sustentou-se nas pernas de Javi García. Quem é que vai sustentar esta equipa quando à Liga, à Taça de Portugal e à Taça da Liga se juntar a Liga Europa?

In  Record

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