setembro 19, 2011

Bloco de notas _ Nuno Farinha


Avançados

Paulo Bento não tem sorte nenhuma. A lesão de Hugo Almeida representa a perda da melhor opção que o selecionador tinha para lançar nos combates decisivos de outubro. Pudesse ele convocar Cardozo, Hulk ou Wolfswinkel e não haveria motivo para alarme. Assim, convenhamos, é capaz de haver. Ok, o avançado do Besiktas nem sequer tem sido a primeira escolha para o ataque nacional. É verdade. Mas, com Postiga em fase de adaptação a uma nova realidade (e sabe-se o que tem sido a realidade de Postiga fora do campeonato português…), é legítimo considerar que o futebol mais robusto de Hugo Almeida pudesse vir a constituir solução aconselhável para a intensidade dos duelos físicos com islandeses e dinamarqueses. E há um “detalhezinho” (registo estatístico) que escapa ao adepto comum, mas que não falhará, acredito, a Paulo Bento. Nos seis jogos oficiais que realizou esta temporada, Almeida fez sete golos. Nos sete jogos oficiais que realizou esta temporada, Postiga apontou um golo (ao Luxemburgo). Como não é de Matemática que aqui falamos, os números não querem dizer tudo. Mas, que raio!, devem querer dizer alguma coisa.

Paulo Bento tem muita sorte. Mesmo que, por absurdo, todos os pontas-de-lança viessem a ficar indisponíveis para os dois próximos jogos, o selecionador ainda teria CR – a mais extraordinária máquina de golos do Século 21. Então e quem jogaria nas alas? Fácil. Na direita, Nani. Na esquerda, até poderia escolher o leitor: Coentrão, Danny ou Varela.

Paulo Bento merece a sorte que tem. Chamou Nuno Gomes para o último jogo particular e houve quem achasse que se tratava de uma provocação gratuita ao Benfica. Quando o 21 do Braga saltou do banco na última jornada para bisar em poucos minutos, Bento terá pensado: “Oxalá este não se lesione.”
In Record

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