Fizeram a força
Comecei a ver o jogo em sofrimento. São as más memórias, é a dificuldade inerente ao clássico, era jogar no Dragão. Mas Jesus fez o que lhe pedi: não inventou. Entrámos em campo com o nosso onze desta época, e não vencemos mas não falhámos. Sem medos do monstro verde ou do azul.
Na primeira parte deu Porto, que apostou na ala esquerda do Benfica e nas diagonais lá à frente. Secaram Nolito – tiveram medo dele, muito marcado – e obrigaram Javi e sobretudo Witsel a trabalho redobrado à boca da área. Jesus não inventou, mas na primeira metade a estratégia não colou. Na segunda? Era dar consistência ao miolo, matar o nervosismo e esquecer os amarelos. Mas criar condições para os alas respirarem e serem inventivos. A muralha Javi/Witsel ao centro obrigou o FCP a procurar os corredores. Era fazer entrar o Chuta-Chuta, que estava a fazer falta. Só que entretanto Nolito solta-se e dá a Cardozo, que marca. Dragão? Caladinhos. Por pouco tempo: a nossa defesa teve uma das suas “brancas amnésicas” e Varela não perdoou. Calei-me eu. Depois chegaram as substituições e Cardozo ficou sozinho lá à frente, à espera do erro. Mas abriram-se as alas. E Saviola deu um cheiro do que já o vimos ser, naquele passe de matador para Gaitán. E sofreu-se, mas vamos em primeiros.
Lições a retirar? Não vale a pena ter medos excessivos de jogadores determinados. Emerson resolveu-me o mistério de como travar Hulk, coadjuvado por Javi e Witsel (como eu tanto pedi). Não foi um jogo exemplar do ponto de vista da disciplina, mas em Roma sê romano. E quando vejo o tal monstro verde dizer que nunca viu um vermelho direto ser amarelo para a “vítima”, agarro-me à barriga a gargalhar, e só tenho uma pergunta: mas em que clube é que tu jogas, rapaz?
In Record
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