Vamos então à política do momento, na perspetiva de um “observador” médio e atento. Tendo em conta os almoços, os jantares, as conferências e as reuniões, esta foi uma semana de movimentações finais e decisões estratégicas, tendo em vista as eleições para presidente e para a direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Os atores já são conhecidos e as suas ambições não escapam escondidas: Fernando Gomes (e os seus “progenitores”), Soares Franco, Hermínio Loureiro e Fernando Seara, com governantes pelo meio. Nessas movimentações e decisões devem ter conflituado apoios dos associados da FPF e nomes, variegados, em particular para os “vice-presidentes” (e pelouros respetivos, nomeadamente as desejadas “relações internacionais” e cargo remunerado na UEFA) e para secretário-geral da FPF. Para já, isto. Depois, ainda perceber quem poderá advogar-se para a Disciplina (um presidente e dois vice-presidentes, um para a secção das competições da Liga e outro para a secção das provas “não profissionais”), para a Arbitragem (um presidente e três vice-presidentes, entre os quais um para a secção das classificações dos árbitros) e para a Justiça (órgão superior de recurso). Em aberto fica a possibilidade de se esperar para ver se há lista única ou várias listas para esses órgãos, sabendo que, nesta última hipótese, a aplicação do método de Hondt vai naturalmente dinamitar a prazo e, em função dos intervenientes nos “casos” e nos processos, a coesão de cada um deles; logo, as lideranças em cada um deles serão cruciais. Para últimas núpcias ficam a assembleia geral e o conselho fiscal. Assim:
1. Soares Franco identificou os “cenários”, desapontou-se, hesitou. Terá falado novamente. Confirmou incentivos e presenças. Avançou na 5.ª feira ao fim da manhã. A crença durou horas; desenganou-se ao fim do dia.
2. Fernando Gomes, utilizando o palco da Liga, preparou, com sondagens e tempo, o “assalto” à FPF, na qualidade de “conhecedor” (testa-de-ferro) do futebol. Na 5.ª feira à tarde, Gomes leva consigo um “papel escrito” e apresenta um “manifesto eleitoral” no Conselho de “Clubes” (pois nesse mesmo dia deixou de ser só dos presidentes). Antes, os clubes da Segunda Liga reúnem-se e, ouvido o manifesto, fazem o apelo à candidatura – serviu de porta-voz o clube de Oliveira de Azeméis… Sensibilizado e, quiçá, apanhado desprevenido, mas confiante nos fiéis das suas missas, Gomes pede para refletir. Corre o risco de ser engolido pelos acólitos do momento. Porém, aprendeu que não há só anjinhos no céu.
3. Fernando Seara ainda gere o tempo que deixou de ter.
4. Hermínio Loureiro espera. Com o seu tempo para gerir.
5. Por fim: as eleições propriamente ditas. São 84 delegados a votar: 42 correspondem a designados pelas associações (50%, portanto…), 21 são da Liga, 6 são dos treinadores, mais 6 são dos jogadores profissionais e ainda mais 6 são dos árbitros; os três últimos são os presidentes das associações de dirigentes, dos médicos e dos enfermeiros/massagistas. Cada um com o seu voto secreto, no escurinho da urna…
Agora é só fazer as contas!
1 comentário:
Grande artigo de opinião!
Abraço.
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